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31/07/2010

LIÇÃO 5 - A Autenticidade da Profecia

Texto Base: Isaías 53:2-9

“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5:2).
INTRODUÇÃO
A autenticidade da profecia bíblica pode ser averiguada através de sua precisão e fiel cumprimento. Se somente uma profecia houvesse falhado, então saberíamos que Deus não seria verdadeiramente Deus, porque o criador de todas as coisas, inclusive do tempo, não pode errar em predizer o futuro. Se uma profecia é autêntica, se vem da parte de Deus, ela deve ter um cumprimento na história. Da abundância de profecias relacionadas ao nascimento, à vida e à morte de Jesus, destacamos, como exemplo, o Salmo 22.16-17: “…
traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos...”. Não há dúvida de que essa passagem fala da crucificação, pois o sofrimento descrito pelo salmista só acontece nesse tipo de morte. Entre os judeus a crucificação jamais foi uma forma de execução de condenados à morte e ainda não era conhecida quando o salmo foi escrito. Bem mais tarde os romanos copiaram dos cartagineses a pena de morte por crucificação. Portanto, seria muito mais lógico se o salmista tivesse descrito a morte por apedrejamento ou pela espada. Numa época tão remota (1000 a.C.), por que ele falou da morte pela cruz, completamente desconhecida dos judeus? A resposta é que o salmista, inspirado pelo Espírito de Deus, era um profeta e apontava a morte futura de Jesus(Lc 23:33). “Mas tudo isso aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas” (Mt 26:56).
“Conforme o Dr. Roger Liebi, 330 profecias extremamente exatas e específicas referentes ao Messias sofredor se cumpriram literalmente por ocasião da primeira vinda de Cristo”((Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br). Mas, nessa aula, nos deteremos a analisar apenas as profecias messiânicas registradas em Isaías 53.
I. O DESPREZO DO SENHOR
Neste tópico estudaremos que a autenticidade profética é reconhecida mediante o cumprimento das profecias vetero-testamentárias relativas à apresentação, aparência, rejeição e mensagem do Senhor.
1. A apresentação do Senhor. A apresentação de Jesus como “O Servo Sofredor do Senhor” está exarada em Isaias 52:13 - 53:12. Esta passagem é a mais importante entre todas as profecias messiânicas do Antigo Testamento. Quem, além de Isaias, poderia ter escrito um milagre literário dessa magnitude? E quem, além do Espírito Santo, poderia ter inspirado seus detalhes? Policarpo chamou-a de passagem dourada do Antigo Testamento. Nessa passagem é anunciado e descrito de forma tão clara como se o próprio profeta estivesse parado sob a cruz observando a crucificação. Essas predições foram cumpridas em Jesus Cristo. Assim, o Servo do Senhor não é ninguém mais do que o próprio Filho do Homem. É dessa maneira que o Novo Testamento se refere a Ele(cf Is 53:7-8 com At 8:26-35; cf. também Lc 24:25-27; 44-47). O apóstolo Paulo comenta acerca de Isaias 53 em Filipenses 2:5-11.
2. A mensagem do Senhor. Jesus era Profeta. Ele mesmo assim o disse: “Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte; porque não convém que morra um profeta fora de Jerusalém”(Lc 13:13); “Então Jesus lhes dizia: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa”(Mc 6:4). Ora, se Jesus se intitulou como profeta, quem somos nós para desmenti-lo? Jesus, por várias vezes, disse estar a anunciar as palavras do Pai, a revelá-las, a cumprir com aquilo que Lhe havia sido determinado (João 17:14,25,26). E o profeta além de predizer o futuro e operar sinais e maravilhas, anunciava a Palavra de Deus. Jesus pregou o Evangelho, ou seja, as boas novas de salvação (Mc 1:14,16), tendo, por algumas vezes, dito explicitamente que o que falava era por determinação do Pai (João 7:16-18; 14:10; 15:15). Sendo assim, sua mensagem era singular e despertava interesse e admiração entre o povo(Mt 7:14; 7:29); (João 7:46).
Suas mensagens de ensino e os sinais e maravilhas que operava caracterizaram a singularidade do seu ministério profético e demonstravam que Ele não somente era um profeta, mas o Messias prometido, o “Servo Sofredor”. Conquanto Jesus fosse o Messias de Deus, muitos o rejeitariam e, portanto ficariam sem a salvação(ver João 12:38; Rm 10:16). Houve relativamente poucos salvos entre os judeus na primeira vinda de Jesus. Até mesmo os de sua casa não compreenderam o seu ministério (Mc 3.21; Jo 7.5). Essa rejeição da mensagem do Senhor tinha sido previsto pelo profeta Isaias quando diz: “Quem deu crédito à nossa pregação?”(Is 53:1).
3. A aparência e a rejeição do Senhor.
A aparência do Senhor.
Ao longo dos anos, todos, de uma forma em geral, nos acostumamos a “identificar” a figura do Senhor Jesus na forma “tradicional”: olhos azuis (?), cabelos longos em madeixas, barba longa, semblante de um jovem de aparência bonita… Todavia, não há relatos bíblicos suficientes para se ter uma idéia de Sua aparência. Há somente uma profecia de como ele seria quando estivesse sofrendo na cruz: Isaías 52.14 - “Como pasmaram muitos à vista dele, pois a sua aparência estava tão desfigurada, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura, mais do que a dos outros filhos dos homens”. Este versículo descreve os maus tratos que os judeus e os soldados romanos infligiam a Jesus, no seu julgamento e crucificação (cf Sl 22:6-8; ver Mt 26:67).
Em Isaias 53:2, também descreve a aparência do Messias Sofredor: “Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos”. Aqui, demonstra que não havia nada nele majestoso ou de caráter nobre que atraísse a admiração humana. A pergunta nos dias de Jesus era: “Pode alguma coisa boa vir de Nazaré”?
O Messias não teria grandeza terrestre e nem atrativos físicos. Deus sempre contempla mais o caráter, santidade e obediência da pessoa, e não primeiramente a sua condição social terrestre, nem sua beleza física(cf 1Sm 16:7).
A rejeição do Senhor - “Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum“(Is 53:3). Duas vezes este versículo afirma que Ele era “desprezado” e termina dizendo: “não fizemos dele caso algum”. Tal descortesia cumpre-se de forma notória nos Evangelhos (João 1.10,11).
O Criador do mundo, a segunda Pessoa da Trindade, o Deus Filho, estava aqui no mundo, mas este não o reconheceu, conforme descreve João 1:10,11 - “estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu [seu próprio lugar, a Terra que criara], e os seus [seu próprio povo, Israel] não o receberam”. Os herdeiros da aliança, os descendentes físicos de Abraão, não o receberam. Este tema é destaque e percorre todo o Evangelho de João: a rejeição de Jesus. Desde o tempo de seu nascimento em Belém até o dia em que voltou aos céus, ele estava exatamente no mesmo mundo em que vivemos. Ele fez o mundo, sendo seu Proprietário por direito. Em vez de reconhecê-lo como Criador, os homens pensaram que Ele era apenas outro homem qualquer. Eles o trataram como um estranho e réprobo. Especificamente, a nação judaica foi o povo escolhido por Ele; quando veio ao mundo, Ele apresentou-se aos judeus como sue Mestre, mas eles não o rejeitaram.
Quando Jesus pregava, alguns judeus zombavam. Quando Jesus disse: “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se”, os judeus na sua incredulidade, retrucaram: “Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão?” Então Jesus declarou: “Antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.57, 58). Aqui Jesus mostra claramente a sua divindade. Ele não disse: Antes que Abraão existisse, eu era. Isto poderia simplesmente significar que Ele veio a existir antes de Abraão. Antes, Ele usou o nome de Deus: EU SOU. O Senhor Jesus habitou com Deus Pai desde toda a eternidade. Nunca houve um momento em que Ele não existiu. Por essa razão Ele disse: Antes que Abraão existisse, EU SOU. Ele é o Messias prometido, contudo, foi rejeitado pelos judeus, até o dia de hoje.
II. A PAIXÃO E A MORTE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
Neste tópico estudaremos que a autenticidade profética é reconhecida mediante o cumprimento das profecias vetero-testamentárias relativas à paixão e sofrimento de Cristo.
1. O sofrimento sem igual de Jesus - “Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores“(Is 53:3). A missão de Jesus envolveria muita dor, sofrimento, desagrado e pesar, por causa dos pecados da humanidade. Seus sofrimentos físicos começaram no Getsêmani. Lá, seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue”(Lc 22:44). Esse homem de dores era - e ainda é - desprezado e rejeitado por muitos. Alguns rejeitam a Cristo ao colocar-se contra Ele. Outros desprezam não só a Ele como a sua grande dádiva: o perdão. Você o aceita, rejeita ou despreza?
Médico francês reconstitui o sofrimento de Jesus
Sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei anatomia a fundo. Posso, portanto escrever sem presunção a respeito de morte como aquela. ‘Jesus entrou em agonia no Getsemani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra’.
O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico. O suar sangue, ou “hematidrose”, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.
Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.
Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la produz dor atroz. Quem já tirou ma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim.
O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pé e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apoiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. O nervo é destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.
O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram o crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor.
Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico.
Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.
Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: ‘Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem’. Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável!
Atraídas pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui.
Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancam um lamento: ‘Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?’. Jesus grita: ‘Tudo está consumado!’. Em seguida num grande brado diz: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’. E morre. Em meu lugar e no seu”(
Dr. Barbet, médico francês).
2. O silêncio de Jesus - “Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca“(Is 53:7). Cumprimento desta profecia: Mateus 26: 63(diante do sumo sacerdote no Sinédrio); 27:12-14(perante Pôncio Pilatos).
Não abriu a sua boca“. Essa observação do profeta acerca do Sofredor paciente ocorre duas vezes neste versículo. Ele não abriria a sua boca. Em primeiro lugar, Ele não precisava se defender, visto que nenhuma acusação válida foi feita contra Ele. Em segundo lugar, seu julgamento foi apenas uma farsa judicial conduzida por hipócritas sem princípios, reivindicando motivos piedosos, enquanto naquele exato momento estavam violando as leis judaicas da jurisprudência; por conseguinte, nenhuma defesa faria diferença. Ela falou ao Sinédrio somente quando o silêncio significaria uma renúncia da sua divindade e de ser o Messias(Mt 26:63,34). Diante de Pilatos, Ele somente falou quando o silêncio significaria a renúncia da sua realeza. E diante do incestuoso Herodes, o Tetrarca, não falou uma só palavra(Lc 23:9). Como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim o nosso Senhor suportou em silêncio.
3. A crucificação e a sepultura de Jesus
A crucificação de Jesus.
“[…]porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu“(Is 53:12). Cumprimento desta profecia: Marcos 15:27,28,34.
A morte de Jesus Cristo na cruz do calvário foi uma morte vicária, isto é, substitutiva. Ele veio ser a vítima do sacrifício necessário, veio substituir toda a humanidade, morrendo em lugar dos homens (Rm 5:8; 1Ts 5:10), para satisfazer a justiça divina e, por meio do derramamento do seu sangue, permitir que se restabelecesse a comunhão entre Deus e o homem(Ef 2:13-16), algo que só poderia ocorrer mediante a remoção dos pecados e não somente a sua desconsideração por força da morte de animais, como ocorria com a lei (Hb 7:26,27; 9:7-10). Deus, em sua santidade, exigia a penalidade do pecado. Nos sacrifícios do Antigo Testamento era indispensável uma vitima para ser oferecida pelo pecado, mas era uma oferta imperfeita, pois só apenas cobria o pecado, não o extinguia; agora surge o sacrifício perfeito do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”(João 1:29). O sacrifício no Antigo testamento era realizado em substituição ao pecador, assim o Cordeiro de Deus, santo, imaculado, assumiu o nosso lugar.
A morte de Cristo na cruz é o ponto central da história. Para lá todas as estradas do passado convergem; e de lá saem todas as estradas do futuro. Somente conhecemos a Cristo vendo-o na cruz. Somente encontramos Jesus se pudermos vê-lo como Cristo crucificado. Não podemos vê-lo antes da cruz somente, nem depois somente. Muitos param antes da cruz. Outros tentam encontrá-lo somente como ressuscitado. Muitos evitam a cruz, e assim fazendo rejeitam a Jesus. É bom ressaltar que não estamos simplesmente falando do madeiro em si mesmo, mas da “cruz” de Cristo que representa a sua obra redentora mediante sua morte substitutiva no Calvário.
A Sepultura de Jesus - “E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca”(Is 53:9). Cumprimento: Mateus 27:57,58,60. O termo: “E puseram a sua sepultura com os ímpios”, pode significar que os soldados romanos pretendiam sepultá-lo juntamente com os dois malfeitores. Sem dúvida, seus inimigos planejavam lançar o corpo no vale de Hinon, para ser consumido pelas chamas da lixeira ou comido pelas raposas. Mas Deus Pai prevaleceu sobre os planos deles usando um homem rico, chamado José, da cidade de Arimatéia, membro do Sinédrio(Mc 15:43) para assegurar que Jesus fosse sepultado com os ricos, ou seja: o Filho de Deus foi enterrado honrada e dignamente. José cedeu seu túmulo novo, que havia aberto em rocha, para que neste fosse posto o corpo do Senhor (Mt 27:57,58,60). Podemos tentar imaginar a surpresa de Pilatos, e a provocação aos judeus, que um membro do Sinédrio se posicionasse publicamente ao lado do crucificado.
III. LIÇÕES DOUTRINÁRIAS DO SACRIFÍCIO DE CRISTO
Neste tópico estudaremos algumas lições doutrinárias do sacrifício de Cristo: nossas dores, enfermidades, nossos pecados, a humildade e o amor de Jesus Cristo.
1. As nossas dores e as nossas enfermidades. “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades”(Is 53:4). Aqui, o profeta mostra a vicariedade do sacrifício de Jesus Cristo. Isto é, Ele padeceu em nosso lugar, tomando sobre si “as nossas enfermidades e as nossas dores”. O Novo Testamento cita este versículo em Mateus 8:17, com referência ao ministério de Jesus, na cura dos enfermos - tanto física, como espiritualmente(ver 1Pe 2:24). O Messias sofreria o castigo que nos era devido, para nos livrar das nossas enfermidades e doenças, e não somente as doenças do pecado. É, portanto, bíblico orarmos pela cura física. Assim, como Ele levou sobre si os nossos pecados, Ele também levou a doença e a aflição que nos atinge.
A promessa da cura é destinada aos que crêem. Todavia, não devemos esquecer de que o propósito da cura divina não é a saúde física de alguém, mas a glorificação do nome do Senhor, a confirmação da palavra da pregação e a comprovação da presença de Deus no meio do seu povo. Por causa disso, nem sempre Jesus cura, pois a cura tem propósitos que não se confundem com a nossa vontade ou com os nossos caprichos.
2. Os nossos pecados. “[…] quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si.”(Is 53:10,11).
A morte de Jesus, o justo que morreu no lugar dos injustos, o derramamento do seu sangue para satisfação da justiça divina, era uma necessidade. O texto bíblico aponta esta necessidade (Mt 16:21; Mc.8:31; Lc 9:22; 24:46,47; João 12:24). Sem que o justo entregasse sua vida em favor dos injustos, não seria possível a salvação. Para que o pecado fosse removido fazia-se absolutamente necessário que um não pecador morresse em lugar dos pecadores. A morte de Jesus, o derramamento do seu sangue, era absolutamente imprescindível para que houvesse o resgate da humanidade. Por isso, Jesus disse que veio para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mc 10:45).
3. A humildade e o amor de Jesus Cristo (Fp 2:3-11). O Senhor Jesus esvaziou-se de sua glória para assumir a forma humana, viver entre os homens, derrotar Satanás e o pecado, e dar oportunidade para que o homem se reconciliasse com Deus. Em sua encarnação, o Cristo tornou-se em tudo semelhante a nós, exceto quanto à natureza pecaminosa e ao pecado (Fp 2.7,8 - ARA). Tal humildade e amor benevolente servem-nos de exemplo para que possamos agir da mesma forma em relação aos nossos semelhantes (João 3.16; 1João 3.16).
É bom ressaltar que Jesus não deixou de ser Deus quando se tornou homem, mas, por livre e espontânea vontade, para cumprimento da vontade do Pai (Hb 10:5-9), veio a este mundo, despindo-se da sua glória (Fp 2:5-8), cumprindo a lei (Mt 5:17), fez-se oferta e sacrifício ao Pai para a salvação dos pecadores (Is 53:4-9). “Isto não quer dizer que perdeu ou desvencilhou totalmente da sua divindade, mas precisou sujeitar-se ao corpo humano e, portanto, ficou sujeito a certas limitações pelas quais passam os homens. Mas, quando ressuscitou e adquiriu corpo glorioso, voltou a possuir plenamente todos os atributos, como o Pai….” (SILVA, Osmar J. da. Reflexões filosóficas de eternidade a eternidade, v.1, p.23).
CONCLUSÂO
Profecias cumpridas são uma forte evidência de que Deus é o autor da Bíblia porque, quando se olha a probabilidade matemática de uma profecia ser totalmente cumprida, rapidamente se vê um projeto, um propósito e uma mão guiando os fatos por trás da Bíblia. Quando alguém indagar sobre a inspiração da Bíblia, uma das melhores maneiras de provar a sua inspiração é examinar as profecias. Existem muitos livros religiosos no mundo que dizem muitas coisas boas, mas somente a Bíblia está repleta de profecias — tanto já realizadas, como ainda por realizar. A Bíblia nunca errou no passado, e não errará no futuro. Isto sustenta a sua inspiração por Deus (2Tm 3:16). Tudo está debaixo do Seu controle. Somente Ele, então, sabe ao certo o que acontecerá no futuro.
“A Bíblia contém 6.408 versículos com declarações proféticas, das quais 3.268 já se cumpriram. Não se sabe de nenhum caso em que uma profecia bíblica tivesse se cumprido de forma diferente da profetizada. Esses números equivalem à chance de que ao jogar-se 1.264 dados, todos caiam, sem exceção, com o número 6 para cima. Essa probabilidade é tão pequena que exclui toda e qualquer obra do acaso”(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br). A única explicação racional para o fiel cumprimento das profecias da Bíblia é que Deus tudo revelou aos seus profetas.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Prof. EBD - Assembléia de Deus - Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog:
http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão - CPAD nº 43. Guia do leitor da Bíblia - Isaias. A Teologia do Antigo Testamento - Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon - CPAD - volume 4. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento - William Macdonald

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