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29/06/2023

LIÇÃO 01 – A IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA – 3º TRIMESTRE 2023 (Ap 17.1-6)




INTRODUÇÃO

Neste terceiro trimestre do ano, estudaremos sobre A Igreja de Cristo e o Império do Mal: Como viver neste mundo Dominado Pelo Espírito da Babilônia. Serão treze lições que tratam sobre os desafios da Igreja nos dias atuais. E, nesta primeira lição, estudaremos sobre A igreja Diante do Espírito da Babilônia. Nesta aula introdutória, traremos as definições dos principais termos descritos no tema da lição; explicaremos o significado do texto da leitura bíblica em classe; e, finalmente, explicaremos qual deve ser a nossa atitude diante dos desafios impostos pelo espírito da Babilônia.

I – DEFINIÇÕES E EXPLICAÇÃO DO TEMA

O que é a Igreja.

“A palavra grega no Novo Testamento para igreja é ‘ekklesia’, que significa ‘uma assembléia de chamados para fora’. O termo aplica-se a:

1) Todo o corpo de cristãos em uma cidade (Atos 11:22; 13:1);

2) Uma congregação (1Cor. 14:19,35; Rom. 16:5);

3) Todo o corpo de crentes na terra (Efés. 5:32).

A Igreja, portanto, é uma reunião de pessoas chamadas do mundo, as quais professam e provam submissão ao Senhor Jesus Crsito.” (PEARLMAN, 2006, p. 342,343). No contexto desta lição, o termo “Igreja” aplica-se ao corpo de Cristo (Cl 1.24), ou seja, a reunião de todos os salvos espalhados pelo mundo (Ef 1.22; 3.10,21; 5.23-32; Fp 3.6; Cl 1.18; I Tm 3.5; 3.15; Hb 12.23).

O que é a Babilônia.

A Babilônia” foi uma importante cidade-estado situada na região da Mesopotâmia. Historicamente, surgiu por volta do século XIX a.C., sendo considerada como o berço da civilização nas áreas políticas e culturais, sociais e econômicas [...] A Bíblia menciona a Babilônia cerca de 200 vezes. Essas menções, na maioria das vezes, referem-se a “antiga cidade-estado situada em ambas as margens do rio Eufrates na terra de Sinar, distante cerca de 1.500 quilômetros de Jerusalém, fundada pelos descendentes de Cuxe e do seu filho, Ninrode (Gn 10.8-10). A Bíblia também identifica esse local como a Terra de Sinar (Gn 10.10; Gn 11.2; Is 11.11) e também como a Terra dos Caldeus (Jr 24.5; Jr 25.12; Ez 12.13).” (BAPTISTA, 2023, p. 10). O termo “Babilônia” mencionado nesta lição, não se refere a antiga cidade que foi o berço da civilização, nem ao grande império babilônico, onde os judeus foram levados cativos, mas, ao simbolismo que ele representa, como veremos a seguir.

O que vem a ser o espírito da Babilônia.

O termo “espírito da Babilônia” diz respeito a todo tipo de crenças e de práticas que vão de encontro aos princípios estabelecidos na Palavra de Deus, ou seja, perversões, imoralidades, idolatrias, ocultismos, ideologias e heresias. Ou seja, o “espírito da Babilônia”, encabeçado pelo Diabo (Ef 6.11; Tg 4.7; I Pe 5.8), que é descrito na Bíblia como o “deus deste século” (II Co 4.4), “príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11); e “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2) faz uso de todos os meios possíveis: educação, política, cultura, religião, filosofia, tecnologia e ideologias, para se opor a Deus e a Sua Palavra (Rm 1.21-25; Ef 6.12; Cl 2.8,18; II Tm 4.3,4). O “espírito da Babilônia” é, na verdade, um sistema político e ideológico, dominado pelo reino das trevas, que se opõe diuturnamente a Deus e à Sua Igreja. Trata-se, portanto, de desafios de proporções mundiais, que todo salvo enfrenta em seu dia-a-dia.

II – O SIGNIFICADO DE APOCALIPSE 17.1-6

O capítulo 17 do Apocalipse descreve a visão de João acerca da queda de Babilônia. Trata-se de um evento escatológico, que ocorrerá no período da Grande Tribulação, mas, que foi escolhido como Leitura Bíblica em Classe desta Lição, por descrever claramente um sistema político-religioso, utilizado pelo Diabo, para enganar a humanidade e distanciá-la de Deus, como veremos a seguir: 2.1 “... Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas.” (Ap 17.1). Esta “grande prostituta” mencionada no texto refere-se a uma falsa religião. “A Bíblia frequentemente usa termos de imagens de adultério e prostituição para descrever a adoração de deuses pagãos, ou outros tipos de infidelidade ao Deus verdadeiro, incluindo a rebelião (vide Is 1.21; Jr 3.9; Ez 16.14-18,32; Tg 4.4). Consequentemente, muitos entendem este termo como figurativo em relação ao aspecto religioso de Babilônia, que inclui todas as falsas religiões, seitas e igrejas apóstatas” (HORTON, 2016, p. 228). Não se trata, portanto, de uma prostituta no sentido literal, e sim, a um sistema religioso cujo objetivo é propagar heresias e conduzir a humanidade a uma falsa adoração.

As “muitas águas” mencionadas no texto refere-se a povos e nações, conforme (Ap 17.15). “Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição.” (Ap 17.2). Este texto se refere ao alcance desse falso sistema religioso, que influenciará, não apenas os reis, ou seja, governadores, presidentes, ministros, etc., mas, também, os moradores da terra, ou seja, cidadãos comuns. Significa dizer, então, que este sistema religioso atingirá todas as classes sociais. Quando o texto diz que os reis e os moradores da terra: “se embebedaram com o vinho da sua prostituição” refere-se a propagação das heresias, ou seja, os falsos ensinos e falsas doutrinas pregadas e ensinadas pelo falso sistema religioso (II Tm 4.3; II Pe 2.1). Significa dizer então que Satanás, através da falsa religiosidade imposta pelo “espírito da Babilônia” cegará o entendimento dos incrédulos (II Co 4.4), afastará muitos cristãos da simplicidade do evangelho (II Co 11.3) e enganará a muitos através dos espíritos enganadores e das doutrinas de demônios (I Tm 4.1).

E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres.”(Ap 17.3).

Esta mulher assentada sobre a besta é a mesma do versículo 1, sendo que, o primeiro versículo fala de sua ação entre as nações, e este, aponta para sua influência no futuro governo do Anticristo. “Essa fera em que a mulher está montada é a besta que saiu do mar (Ap 13.1). Trata-se do Anticristo, que, pelo poder de Satanás, faz oposição a Cristo (2 Ts 2.4,9,10). Ele profere blasfêmias em consciente repulsa ao senhorio de Cristo (Ap 13.6; 17.3b). As suas sete cabeças e dez chifres simbolizam os poderes do mundo e a sua força política (Ap 17.3c,10,12). A união entre o cavaleiro (grande prostituta) e a montaria (besta) simbolizam a nefasta força do sistema religioso, econômico e político do espírito da Babilônia.” (BAPTISTA, 2023, p. 13). E, embora o texto esteja se referindo a um tempo futuro, podemos dizer que o “espírito da Babilônia” que está presente no mundo, caminha para uma perfeita harmonia entre o falso sistema religioso e o sistema político e econômico.

E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas, e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.” (Ap 17.4). “A grande meretriz está vestida de púrpura e de escarlata, cores de realeza e de grandeza nos tempos bíblicos (Jz 8.26; Dn 5.7; Na 2.3). Tais tinturas eram extremamente caras e somente acessíveis aos ricos. Sua roupa e adornos de ouro, pedras preciosas e pérolas são indicações da prosperidade que o mundo sempre procura; simbolizam as riquezas e o poder do presente século. Sua beleza, porém, é apena superficial. O cálice de ouro da mulher pode ter bela aparência exterior, mas por dentro acha -se transbordante de abominações e de imundícias, que são sua corrupção moral e religiosa. Em lugar de oferecer ao mundo o cálice da salvação e do sofrimento por amor a Cristo, apresenta o cálice de satisfação carnal e de tudo quanto é abominável a Deus.” (HORTON, 2016, p. 231).

E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério , a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.” (Ap 17.5). “Após descrever a grande prostituta, João desvenda o nome dessa meretriz: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA (Ap 17.5a). Nesse aspecto, frisa-se que a palavra grega mysterion, utilizada por João, significa segredo ou doutrina secreta. Esse termo assinala alguma verdade divina que esteve oculta e passou a ser conhecida. Assim sendo, o termo ‘mistério’ indica que o nome Babilônia não é meramente um local geográfico, mas, sim, um simbolismo.” (BAPTISTA, 2023, p. 13). “O nome Babilônia provém de Babel, que simboliza a religião falsa, a feitiçaria, a astrologia, e a rebelião contra Deus (Gn 10.8-10; 11.4; Is 47.13)” (STAMPS, 1995, p. 2004). A Babilônia é descrita ainda como a mãe das prostituições e abominações da Terra, o que significa dizer que este sistema político religioso é o principal responsável pela propagação de heresias, apostasia, vãs filosofias e todo tipo de perversões e imoralidades.

E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus” (Ap 17.6). Como se não bastasse as suas prostituições e abominações, a mulher também estava embriagada com o sangue das testemunhas de Jesus. As testemunhas a que João menciona no texto, diz respeito aos cristãos que foram mortos desde os primórdios da era cristã (At 7.59,60; 8.1; 12.2; Hb 11.36,37). Durante o seu ministério, Jesus preveniu os discípulos acerca das perseguições (Mt 5.10-12; 10.23; Lc 21.12; Jo 15.20). Ele afirmou que chegaria ocasião em que qualquer que perseguisse ou matasse um dos seus seguidores, pensariam que estariam fazendo uma obra para Deus (Jo 16.1-3). E, após a sua morte e ressurreição, os discípulos foram presos (At 4.1-3; 5.17,18; 9.1,2,14; 12.3; 16.19); foram açoitados (At 5.40; 16.22,23; 22.19-25); e foram apedrejados e mortos (At 7.58,59; 12.2). Mas, profeticamente falando, o texto de (Ap 17.6) aponta para os cristãos que sofrerão perseguições no período da Grande Tribulação, que será marcado por uma grande perseguição contra a fé cristã (Ap 6.9,10; 7.9-14; 13.7,15).

III – A NOSSA ATITUDE DIANTE DOS DESAFIOS PROMOVIDOS PELO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

• Batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd 3; II Tm 4.7,8; I Jo 5.4);

• Viver em constante oração (Rm 12.12; Ef 6.18; I Ts 5.17);

• Viver em santidade (Hb 12.14; I Pe 1.15,16);

• Ler, meditar e obedecer incondicionalmente a Palavra de Deus (Sl 1.1-3; Js 1.6-9; Jo 17.17; Ef 6.17);

• Pregar e ensinar a Palavra de Deus (Mt 28.19,20; Mc 1.15; At 1.8; I Tm 4.13);

• Aguardar a volta de Jesus em vigilância (Mt 24.36-44; Mc 13.32-37).

CONCLUSÃO

Como pudemos ver, o “espírito da Babilônia” está presente no mundo em todas as esferas da sociedade: na política, na economia, na falsa religiosidade, na filosofia, nas ideologias, além de outras. Assim como Deus preparou o mundo para receber o Messias, o Diabo está preparando o mundo para receber o Anticristo. Devemos, então, batalhar pela fé, vivendo em santidade e oração, lendo e praticando a Palavra de Deus, aguardando Jesus voltar a qualquer instante.


REFERÊNCIAS

BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. CPAD.

LADD, George. Apocalipse: Introdução e Comentário. VIDA NOVA.

HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. CPAD.

PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.

SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse versículo por versículo. CPAD.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD

08/06/2023


A Mentira: Uma análise de seus conceitos e o que a Bíblia diz



Introdução:

A mentira é uma prática presente em diversas esferas da vida humana e, ao longo dos anos, tem despertado interesses e reflexões sobre o referido tema. Neste artigo, exploraremos o conceito da mentira e sua abordagem por diferentes perspectivas, em seus aspectos sociais, antropológicos, psicológicos e trazendo por fim uma visão segundo á Luz das Escrituras.

    Conceituando a mentira:

    A mentira pode ser definida como a ação deliberada de transmitir informações falsas ou enganosas com o intuito de enganar alguém. Ela envolve a falta de conformidade com a verdade e a manipulação da realidade para obter algum benefício ou evitar consequências indesejadas.

Algumas palavras sinônimas de mentiras

    Falsidade:

    Deriva do latim "falsitas", que significa "falsidade" ou "qualidade do que é falso". Refere-se à qualidade ou estado de ser falso ou enganador.

    Engano:

    Vem do latim "ingannare", que significa "enganar" ou "induzir ao erro". Representa a ação de iludir ou ludibriar alguém, levando-o a acreditar em algo que não é verdadeiro.

    Fraude:

    Deriva do latim "fraus", que significa "engano" ou "artifício". Refere-se a uma ação intencional de enganar ou ludibriar, geralmente visando obter benefícios ilegítimos.

    Embuste:

    Originado do latim "impositio", que significa "enganar" ou "iludir". Indica uma artimanha ou truque utilizado para enganar ou iludir alguém.

    Ficção:

    Vem do latim "fictio", que significa "invenção" ou "criação". Embora também seja usada para descrever histórias imaginárias ou obras literárias, pode ser empregada para se referir a uma mentira deliberada.

    Desinformação:

    Refere-se à disseminação intencional de informações falsas ou enganosas, geralmente com o propósito de manipular ou influenciar as percepções das pessoas.

Alguns aspectos sobre a mentira

    Aspectos sociais:

    No contexto social, a mentira pode comprometer a confiança e a harmonia nas relações interpessoais. A disseminação de notícias falsas e fake news tem se tornado uma preocupação crescente, pois afeta a credibilidade das informações e a própria democracia.

    Aspectos antropológicos:

    A mentira é um fenômeno culturalmente construído e pode variar de acordo com as normas e valores de cada sociedade. Em algumas culturas, certas formas de mentira são toleradas ou até mesmo encorajadas, enquanto em outras são fortemente reprovadas.

    Aspectos psicológicos:

    Psicologicamente, a mentira pode estar relacionada a motivos como autopreservação, busca de vantagens pessoais, medo das consequências ou até mesmo compulsão. Estudos mostram que a mentira tem um impacto negativo na saúde mental, levando a sentimentos de culpa, ansiedade e estresse.

    O QUE A BÍBLIA DIZ?

    Na Bíblia, a mentira é condenada como uma violação aos princípios e as Leis do Criador. Ou seja, a mentira vai “contra tudo o que Deus é e o que Ele diz” porque Deus é verdade. Existem vários textos bíblicos que abordam a questão da mentira e narram histórias de pessoas que tentaram enganar, mas não foram bem-sucedidas. Aqui estão alguns exemplos:

    A história de Acã (Josué 7:1-26):

    Acã desobedece às instruções divinas ao esconder objetos proibidos no saque de Jericó. Quando a mentira é descoberta, Acã e sua família sofrem as consequências e são punidos por ocultação.

    O exemplo de Geazi (2 Reis 5:20-27):

    Geazi, servo do profeta Eliseu, decide enganar Naamã, o comandante sírio, buscando receber presentes indevidos. No entanto o engano de Geazi é revelado por Eliseu e um julgamento é pronunciado sobre ele, resultando em lepra para o servo e sua descendência.

    Saul e a médium de En-Dor (1 Samuel 28):

    Saul, desesperado por orientação divina, busca uma médium para consultar o espírito do profeta Samuel. Essa prática é proibida e a mentira de Saul é revelada.

    A mulher de Jeroboão (1 Reis 14:1-18):

    A esposa de Jeroboão disfarça-se e vai consultar o profeta Aías sobre a doença de seu filho. Embora o disfarce não seja enfatizado, o profeta revela a verdade sobre sua identidade e prediz a punição divina devida aos pecados de Jeroboão.

    Ananias e Safira (Atos 5:1-11):

    Ananias e Safira vendem uma propriedade e retêm parte do dinheiro, mas apresentam uma oferta como se fosse o valor total. A mentira é descoberta e ambos são confrontados e punidos.

    O confronto de Jesus com os líderes religiosos (Mateus 23:1-39):

    Neste capítulo, Jesus critica os líderes religiosos da época por sua hipocrisia e falsidade. Ele os chama de "guias cegos" e expõe suas práticas enganosas, destacando a importância da verdade e da sinceridade.

    Satanás e a mentira:

Na Bíblia, Satanás é descrito como um ser maligno, oponente de Deus e dos princípios divinos. A relação de Satanás com a mentira é destacada ao longo das Escrituras, mostrando seu papel como enganador e pai da mentira.

Satanás é retratado como um ser astuto, que usa a mentira como a maior de suas estratégias para desviar as pessoas da verdade e desencaminhá-las dos caminhos de Deus. Sua influência e interesses estão voltados para a destruição da obra de Deus e o engano da humanidade Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus 2Co 4.4”.

É importante reconhecer a presença e os efeitos enganosos de Satanás no mundo secular, permanecendo vigilantes e firmes na verdade revelada na Palavra de Deus.

Conclusão:

A mentira é um tema multifacetado, com implicações sociais, antropológicas, psicológicas, mas independente dos diversos conceitos criados e defendidos, ficamos com a declaração bíblica . Embora possa parecer uma solução fácil em determinados momentos, suas consequências negativas são evidentes tanto nas relações humanas quanto na esfera espiritual. Portanto, é essencial refletirmos sobre a importância da verdade, da honestidade e do respeito aos princípios éticos em nossas vidas, buscando uma sociedade fundamentada na integridade e na transparência.


01/06/2023


LIÇÃO 10 – QUANDO OS PAIS SEPULTAM SEUS FILHOS - 2º TRI 2023 (Jó 1.13,16-19)


INTRODUÇÃO

Nesta lição falaremos sobre o luto; introduziremos o assunto trazendo uma definição e também destacaremos alguns efeitos que são consequentes da perde de um ente, destacando ainda que o parecer bíblico; pontuaremos ainda o que a Escritura nos diz sobre a morte física, destacando os mais diversos casos de luto nos relacionamentos interpessoais; concluiremos destacando qual deve ser a nossa postura quando enfrentarmos a perda de uma pessoa amada.


I – DEFINIÇÃO DE LUTO


Segundo o dicionário Houaiss significa: “profundo pesar causado pela morte de alguém”. O luto é, com certeza, algo que todos nós teremos que inevitavelmente enfrentar em algum momento da vida. O Dr. Gary Collins (2014, pp. 407,415) diz que o luto é “uma reação natural à perda de qualquer pessoa, objeto ou oportunidade que era importante para nós. Ele é uma sensação de privação e ansiedade que pode se manifestar através do comportamento, das emoções, dos pensamentos, da fisiologia, do modo como nos relacionamos com os outros e até da nossa espiritualidade”. Ele pontua ainda que o luto é ainda mais difícil quando a perda é inesperada, precoce, traumática e súbita.


Suas consequências podem ter:

a) Efeitos físicos: prejudicar a saúde;

b) Efeitos emocionais: prejudicando a alma;

c) Efeitos sociais: isolamento; e,

d) Efeitos patológicos:


dificuldade de aceitação a longo, acompanhado de sentimentos suicidas, culpa, depressão profunda e etc. O Dr. Gary Collins afirma que: “quase todo mundo concorda que mesmo o luto mais intenso termina dentro de um ano ou dois” (2014, p. 416). A Bíblia nos diz que se houver morte de algum ente querido, o cristão deve viver o luto, porém não deve viver em luto. O apóstolo Paulo exortou os crentes de Tessalônica a não estarem permanentemente tristes com o falecimento dos seus entes queridos, semelhante aos incrédulos (1Ts 4.13).


II – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A MORTE


Embora, alguns creiam erroneamente que o homem foi criado mortal, a Bíblia liga a morte diretamente com o pecado (Gn 2.16-17). Portanto, a morte do hebraico: “wemuth” ou “maweth” e do grego “thanatos” teve sua origem no pecado, e é o resultado final da queda (Gn 2.17; 1Co 15.21,22,56). Com a entrada da morte no contexto humano, todas as consequências relacionadas: a dor da perda e a separação sobrevêm a todos. Destacaremos três verdades sobre a morte física:


Uma sentença devido ao pecado original. A morte veio como consequência do pecado: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23).


Alcança a todos.

Porque todos pecaram em Adão e porque o salário do pecado é a morte, a morte passou a todos os homens, uma vez que todos pe-caram: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a TODOS os homens por isso que TODOS pecaram” Rm 5.12. Veja ainda (Hb 9.27). A morte é democrática, atinge a todos sem distinção e sem exceção. Ela será o último inimigo a ser vencido (1Co 15.26).


Não é o ponto final da história do homem.

A doutrina do aniquilacionismo diz que todas as almas estão sujeitas à extinção após a morte física. Tal doutrina não leva em consideração as verdades bíblicas e teológicas referentes à imortalidade da alma e a ressurreição dos mortos que, de forma tão clara e inquestionável, é ensinada pelos profetas, pelos apóstolos e por nosso Senhor Jesus Cristo (Dn 12.2; Jo 5.28; 1Co 15.58). Portanto, a morte não é o término de tudo, é o início da eternidade (Lc 16.22). Aos que morreram em Cristo, está reservada a bem-aventurança dos céus (Ap 14.13).


III – A PERDA DE UM ENTE QUERIDO

O luto por causa do cônjuge. A perda de um cônjuge é com certeza uma perda muito difícil. A Bíblia vários casos de viuvez:

(a) Abraão.

O grande patriarca perdeu a sua querida esposa Sara quando esta completou 127 anos de idade. Ela foi profundamente lamentada pelo nosso pai na fé (Gn 23.1,2), que adquiriu um valioso território para ali sepultá-la (Gn 23.16-18);

(b) a viuvez de Rute e Noemi.

Esse é um dos relatos mais tristes da Bíblia em termos de perdas familiares. Noemi e suas duas noras ficaram viúvas em um pequeno espaço de tempo nos campos de Moabe. O Senhor, porém, demonstrou com o passar do tempo não estar alheio às aflições dessas duas mulheres e provou ser o seu amparo. Rute, mesmo sendo gentia, contraiu novas núpcias com o judeu Boaz e o fruto dessa nova relação passou a ser contado na linhagem messiânica, sem contar que sua sogra Noemi também foi beneficiada por tal relação (Rt 1-4).

O cristão que está enfrentando a viuvez deve fazê-lo consciente de que o Senhor não o desamparou. Ele é o juiz daqueles que estão viúvos (Sl 68.5); e os ampara (Sl 146.9). A Bíblia diz também que a pessoa viúva pode decidir casar outra vez, desde que queira, e assim, dar continuidade a sua vida, desde que seja no tempo certo (Ec 3.1); com alguém no Senhor (1Co 7.39).

O luto por causa do genitor

Há casos em que a perda é dos genitores. Esta com certeza é das grandes perdas para os filhos e demais parentes. A mãe e o pai são pessoas muito importantes no seio familiar. Isaque sofreu muito com a morte de sua mãe Sara, e só se consolou quando se casou com Rebeca, pois era mui apegado à sua mãe (Gn 24.67); José igualmente sofreu muito com a morte de seu velho pai Jacó (Gn 49.33; 50.1), um pranto de sete dias (Gn 50.10). É necessário atentar a importância que os pais têm quando ainda vivos. A Bíblia Sagrada, nossa única regra de fé e prática nos orienta quanto ao procedimento que devemos ter para os nossos pais, tais como:

(a) honrá-los (Êx 20.12; Ef 6.2);

(b) obedecê-los (Ef 6.1; Cl 3.20);

(c) amá-los (Mt 10.37; Mt 22.39);

(d) assisti-los em suas necessidades (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13).

Aborrecer os pais é antecipar-lhes a morte. Querer reparar isso após a partida deles, pode ser tarde demais (Ef 5.16).


O luto por causa do filho(a).

Os pais esperam ser sepultados pelos filhos, mas, às vezes acontece o contrário. Tal experiência é bastante dolorosa. Um exemplo desta grande dor, é o patriarca Jó. O homem temente a Deus que possuía sete filhos e três filhas (Jó 1.2), recebeu a infeliz notícia que seus dez filhos foram mortos de uma vez só, num desabamento (Jó 1.18,19). Esse golpe foi tão forte que os bens que ele havia perdido antes não o fizeram sofrer tanto como o falecimento dos seus filhos: “Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça [...]” (Jó 1.20). Satanás acusou Jó de que sua fidelidade era moeda de troca pelas bênçãos divinas, mas foi frustrado pela atitude do patriarca, que mesmo diante da perda inesperada de sua família, prostrou - se em terra e adorou a Deus: “o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21). Deus tem o direito de pôr fim à vida humana quando desejar (Gn 1.26,27; Dt 32.39).


O luto por causa do amigo(a).

A experiência humana mostra também como é dolorosa a perde de um amigo. Os amigos são pessoas com quem compartilhamos alegria e tristezas. Algumas vezes estão conosco desde a infância e isto faz com que eles façam parte da nossa vida. A Bíblia diz que: “há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24). A experiência de Davi ao ver seu amigo Jônatas falecer de forma trágica, lhe trouxe muita tristeza, que ele rasgou as suas vestes e ficou sem comer (2Sm 1.11, 12). Mais à frente quando estabelecido no reino, honrou a memória do seu amigo, abençoando o seu descendente como havia prometido, quando ele ainda estava em vida (1Sm 20.13-17; 2Sm 9.1-13).


IV – O QUE FAZER QUANDO ENFRENTAMOS O LUTO

As Escrituras não se opõem ao luto, mas, sim, à atitude de se deixar ser consumido pelo luto. Nas palavras do apóstolo Paulo, podemos ficar “abatidos, mas não destruídos”. E mais: podemos ser “atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados” (2Co 4.8,9). Em Deus encontramos conforto para as nossas dores e sofrimentos (Sl 46.1; Na 1.7). Vejamos algumas atitudes que devemos tomar quando estamos enfrentando o luto:

Devemos buscar o consolo divino.

Quando Jesus disse aos discípulos que estaria partindo, eles ficaram entristecidos, todavia prometeu-lhes que não os deixaria órfãos, prometeu-lhes enviar o Consolador (Jo 15.26). Do gr “parakletos” que significa literalmente “chamado para o lado de alguém”, ou seja, sugere a capacidade para prestar ajuda. Sob este título, o Espírito Santo apresenta-se como aquele que nos proporciona conforto (Jo 14.16). As consolações ministradas por ele, podem vir das seguintes fontes: Palavra de Deus, oração e comunhão com os santos (Sl 119.50; Fp 4.6; 1Pd 5.7; Rm 12.15; Gl 6.2).

Devemos aceitar a vontade de Deus.

A vontade soberana de Deus pode ser definida como a predisposição inquestionável e irrevogável dele em fazer concretizar os seus planos e decretos na história e na vida particular de cada um dos seus filhos (Dt 32.39; 1Sm 2.6). Logo, se ele decide que alguém morrerá, não devemos questionar, pois é Senhor e faz o que quer, e os seus pensamentos são maiores que os nossos pensamentos (Jó 1.21; Is 55.8,9). Outra coisa deve ser destacada: é que Deus, embora permita a morte do ímpio, Ele não tem prazer nisso, antes seu desejo é que o ímpio se converta (Ez 18.32). Porém, quanto ao j usto sua morte é preciosa (Sl 116.15).

Devemos ter esperança.

O apóstolo Paulo quando escreveu aos tessalonicenses deixou claro que os discípulos de Cristo não devem se entristecer com a morte, como os demais homens que não tem esperança, pois a ressurreição de Jesus é a garantia de que nós ressuscitaremos (1Ts 4.13,14). A fé cristã transcende o túmulo, ela não está limitada as coisas desta vida (1Co 15.19). Ela nos remete a uma vida porvir onde a morte, o pranto, e a dor não mais existirão (Ap 21.4).


CONCLUSÃO

A morte é uma realidade para todo ser vivo inclusive para o cristão. Ela veio como resultado do pecado original no Éden, daí a morte passou todos os homens (Rm 5.12; 6.23). O cristão verdadeiro consegue entender que quando estiver enfrentando luto deve recorrer a Deus que consola, e assim aceitar a sua vontade e confiar em suas promessas de que os que morrerem em Cristo serão ressuscitados para junto com os que ficarem vivos estarem sempre com o Senhor nos céus, por ocasião do arrebatamento (1Co 15.51-55; Ts 4.16,17).


REFERÊNCIAS

• COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. VIDA NOVA.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

VINE, W.E, et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT e do NT. CPAD

IEADPe - Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais