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08/02/2014

O JUÍZO FINAL (PARTE 02)



INTRODUÇÃO
 
Não são poucos os que não acreditam que Deus irá julgar e punir as pessoas ímpias num dia específico. Afirmam que, se Deus é amor, Ele jamais poderá sentenciar alguém para um castigo eterno. No entanto, a doutrina do juízo final não é fictícia (imaginária), mas real e verdadeira. Ela compõe uma das doutrinas que dizem respeito a eventos futuros anunciados pela Bíblia, como podemos ver:



No AT. Encontramos referências de que Deus haveria de trazer a juízo todos os ímpios (Gn 18.25; I Sm 2.10; Sl 7.8; 9.8;

Sl 96.10,13; Sl 98.9; Ec 12.14);



No NT. Os apóstolos, bem como o escritor aos hebreus também ensinaram que haverá um Dia onde o Justo Juiz julgará os pecadores (At 24.25; Rm 2.16; 3.6; II Tm 4.1; Hb 6.2; 9.27; Tg 2.13; Jd 1.6,15);



O Senhor Jesus Cristo. O nosso Mestre, em muitos de seus discursos exortava os ouvintes que se arrependessem, porque Deus traria juízo sobre os que não se arrependessem (Mt 10.15; 11.22; 12.36; Mc 3.29).



O QUE NÃO É O JUÍZO FINAL



Muitos intérpretes se confundem quanto ao juízo final, alegando que o tribunal de Cristo, o julgamento das nações, o julgamento de Satanás e o juízo do trono branco são um só julgamento e que acontecerão simultaneamente. Todavia, é necessário entender que não haverá apenas um julgamento, pois a Bíblia faz distinção entre estes e o juízo do trono branco, afinal de contas, eles acontecerão em tempos diferentes. Eis abaixo a definição dos julgamentos e o tempo que ocorrerão:



Julgamento dos crentes. Este será o julgamento a que serão submetidos os crentes salvos, logo após o arrebatamento da Igreja, para que cada um receba suas recompensas e galardões segundo ao seu envolvimento, trabalho e esforço na proclamação do Evangelho e na expansão do Reino de Deus (I Co 3.11-15; 2 Co 5.10). Biblicamente ele é denominado de Tribunal de Cristo (Rm 14.10; II Co 5.10). Este julgamento não tem como propósito condenar nenhum crente ao inferno, mas recompensar os que procederam de forma firme, constante e abundante na obra do Senhor (I Co 15.58; Hb 6.10).



Julgamento das nações. É o julgamento a que serão sujeitas às nações da terra, logo após a Grande Tribulação, para que cada um receba a devida recompensa segundo o trato que dispensaram a Israel (Jl 3.2; Zc 14.2, 16-20; Mt 25). Este julgamento têm como objetivo disciplinar a comunidade internacional, levando-a a aceitar a soberania de Deus na História e o Senhorio pleno do Messias. Nesta ocasião, a besta e o falso profeta também serão julgados e lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre (Ap 19.20).



Julgamento de Satanás. Após o término do Milênio, Satanás, que fora amarrado por mil anos, será solto (Ap 20.7). Ele sairá com a finalidade de enganar as nações que experimentaram do Reino de Cristo no Milênio a se insurgirem contra Cristo, porém, evidentemente não obterão êxito (Ap 20.9). Em seguida, o diabo será sentenciado a mesma sorte da Besta e do Falso Profeta, o lago de fogo e enxofre, onde será atormentado para sempre (Ap 20.10).



O QUE É O JUÍZO FINAL



A Bíblia diz que o juízo final é o juízo do trono branco (Ap 20.11,12), que acontecerá logo após o diabo ser sentenciado e lançado no lago de fogo (Ap 20.10). Assim, João descreve o descreve: “E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11). Este Julgamento, é totalmente diferente dos que vimos acima, pois a ele serão submetidos os mortos ressuscitados, na consumação de todas as coisas. O juízo final têm como objetivo retribuir a cada um segundo as suas obras (Ap 20.13).



“E vi um grande trono...”. A palavra “trono” (no grego hodierno, “thronos”), é usado no Novo Testamento como sentido

de “trono real” (Lc 1.32,52), ou com o sentido de “tribunal judicial” (cf. Mt 19.28 e Lc 22.30). Percebe-se aqui que o apóstolo usa a figura da cena de um tribunal, para ensinar uma grande verdade espiritual no que diz respeito ao juízo. Aquele que a princípio veio para salvar os que nele cressem (Jo 3.16,17), viria agora para condenar os que não creram (Jo 3.18).

“...um grande trono branco...”. A expressão “branco” do grego “leukos” significa: luminoso, brilhante. Este trono resplandece de pureza e de santidade divina, o que exige justiça, castigo, julgamento e retribuição. Esta brancura aponta para a incorruptibilidade daquele que está julgando (Ap 1.14; 19.11).

“... e o que estava assentado sobre ele..” Na Bíblia, Deus é visto como Juiz. Ele pronunciou juízos nos tempos antigos, e, no fim desta era, continuará sendo o justo Juiz, só que esse juízo será realizado através do Filho (Jo 5.22). Disto nos assegura o apóstolo Paulo quando discursava no Areópago sobre o iminente juízo divino (At 17.31).



AS BASES DO JUÍZO FINAL



O que temos no juízo final é um juízo inflexível e não um processo de julgamento humano onde alguém poderá sair absolvido. Mas, de que forma Deus julgará os homens? A Bíblia nos indica quais as bases do seu julgamento.

Juízo. A Bíblia deixa claro que Deus fará juízo a todos os homens ímpios num Dia específico, como vimos anteriormente. Assim como ele destruiu a terra com um grande dilúvio (Gn 6.11-13). Por conseguinte, também castigou severamente as cidades de Sodoma e Gomorra, com uma chuva de fogo de enxofre, retribuindo sua violência e perversão (Gn 19.24; Ez 16.49). Por isso de forma veemente Jesus usa estes dois exemplos do juízo de Deus no AT, para descrever o juízo futuro aos homens de toda a terra, que procederam com rebeldia a sua santidade (Mt 10.15; 24.37-39; 17.28-30). Ele os punirá com a segunda morte, que não é a aniquilação, mas o castigo eterno (Ap 20.15).



Justiça. Esta expressão no grego é “dike” que veio a denotar “o que é direito”. A justiça de Deus é, em última instância,a sua santidade em ação. Portanto, Deus julgará os homens segundo a sua justiça que é perfeita. Logo, devemos entender que ele não inocentará o culpado, nem culpará o inocente (Na 1.3). Aos que pecaram sem Lei, estes serão julgados pela lei da consciência. E aos que pecaram sob a Lei, serão julgados por ela (Rm 2.12).

Verdade. O apóstolo Paulo diz aos crentes que estavam em Roma que o juízo de Deus seria segundo a verdade (Rm 2.2). Isto significa dizer que este julgamento não será de acordo com as noções éticas dos homens, pois elas variam e são relativas. Mas, serão segundo os princípios de Deus que são absolutos e imutáveis (Mt 22.37-40).



QUEM E COMO SERÃO JULGADOS



Sem dúvida alguma, o juízo de Deus é imparcial (Dt 10.17; II Cro 19.17). João nos diz assim da sua visão: “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 20.12).

“E vi os mortos...”. Está em foco aqui todos os mortos não salvos de todas as épocas. Eles ressurgirão em corpo para serem julgados (Ap 20.13,14). Esta é a segunda ressurreição que o profeta Daniel classifica como ressurreição para vergonha (Dn 12.2-b).



“...e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida...”. Uma boa parte dos comentaristas dizem que “estes livros” de que se refere o texto contém os registros dos feitos de todos os homens, ou seja, seus atos, palavras e pensamentos (Ap 20.12; Mt 12.36; Rm 2.16). Mas, também nos diz o texto que o Livro da vida estará aberto nessa ocasião, provavelmente como evidência de que seus nomes não constam nele (Ap 20.15).



“...segundo as suas obras...”. Como podemos ver os feitos dos homens serão submetidos ao olhar daquele que é “como chama de fogo”. Ele julgará cada um segundo as suas obras, porque no inferno há também grau elevado de sofrimento Ez 32.21-23; Hb 10.29); após uma acurada investigação do Justo Juiz, nas obras, feitos, motivos, memória e consciência, confrontando tudo com o que está escrito em cada livro (Jo 12.48). Ali agora só há uma sentença: (Ap 20.15). Alguém se estremecerá, mas ali não haverá margem para erro, para indecisão, equivoco ou modificação.



“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”. Quem não for achado inscrito no Livro da Vida, receberá o mais severo castigo: o lago de fogo. A Bíblia nos fala sobre a realidade desta punição eterna. Jesus se refere a este lugar como Geena, o nome aramaico do Vale de Hinom. Neste lugar os judeus apóstatas queimaram seus filhos a Moloque (II Rs 23.10) e os judeus do Novo Testamento fizeram dele um depósito de lixo municipal que ardia sob o fogo sem cessar. Daí, nosso Senhor fez alusão figurada a ele como o lugar do juízo final, o lago de fogo (Mt 5.22,29,30; 10.28).



CONCLUSÃO



Todo o pensamento dos julgamentos futuros está apoiado sobre o direito soberano de Deus de punir a desobediência e o direito pessoal do indivíduo de pleitear sua causa no tribunal. Mas quem argumentará ser inocente diante daquele cujos olhos todas as coisas estão nuas e patentes (Hb 4.13)? Paulo diz que os homens são indesculpáveis, ou seja, sem defesa (Rm 1.20). Portanto, a doutrina do julgamento final e da recompensa dos ímpios, não pode ser desconsiderada, pois faz parte da doutrina das últimas coisas. O Senhor a seu tempo, julgará o Anticristo, o falso profeta e Satanás e todos aqueles que amaram mais as trevas que a luz (Jo 3.19).


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