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17/10/2014

LIÇÃO 03 – O DEUS QUE INTERVÉM NA HISTÓRIA - 4º TRIMESTRE 2014 (Dn 2.12-23)


 INTRODUÇÃO

Uma das principais lições que aprendemos na Bíblia, principalmente no livro de Daniel, é que o Soberano Deus intervém na história da humanidade (Dn 2.20-22; 3.28; 4.24,37; 5.18,24; 6.22,26,27). Nesta lição, estudaremos sobre a intervenção de Deus na História e também sobre o sonho do rei Nabucodonosor, onde Deus revelou os reinos que sucederiam a Babilônia.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA INTERVENÇÃO

Segundo Aurélio, o termo intervenção, do latim, “interventione” significa “ato de intervir”, “interferência”. Existem
duas teorias acerca da intervenção de Deus na história. Vejamos:

Deísmo. “Doutrina que, apesar de admitir a existência do Supremo Ser, ensina não estar Ele interessado no curso que a história toma ou venha a tomar. Noutras palavras, de acordo com o deísmo, Deus limitou-se tão somente a criar-nos, abandonando-nos a seguir à própria sorte” (ANDRADE, 2006, p. 133)

Teísmo. “Doutrina que admite a existência de um Deus pessoal, Criador e Preservador e tudo quanto existe, e que, em sua inquestionável sabedoria, intervém nos negócios humanos” (ANDRADE, 2006, p. 338).

II - A INTERVENSÃO DE DEUS NA HISTÓRIA

A Bíblia nos mostra claramente que Deus intervém na história. Ele é o Deus vivo, que intervém na história da humanidade e faz tudo que lhe apraz (Dt 32.39; Jó 5.8-13,18; Sl 115.3; Ec 8.3; Dn 2.20-22).. Ele intervém, tanto de forma individual como de coletiva. Vejamos:
Individualmente: Muitos servos de Deus tiveram experiências que provam claramente a intervenção de Deus em suas vidas, tais como: Enoque, ao ser trasladado por Deus (Gn 5.24); quando concedeu um filho a Sara de forma milagrosa, pois além de estéril estava avançada em idade (Gn 21); no momento em que Deus livrou Daniel na cova dos leões (Dn 6); e tantos outros (Jz 13.3-5; I Sm 1.19; Jó 42.10; Is 6.6-8; Jr 1; Ez 1).
Coletivamente: Deus também interfere na história de forma coletiva, como podemos observar no juízo que ele trouxe sobre a terra por ocasião do dilúvio (Gn 6-8); na confusão das línguas (Gn 11.1-9); na destruição das cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-28); na formação e preservação da nação de Israel (Gn 12.1-3; Êx 19.5,6); na destruição dos cananeus, como está registrado no livro de Josué; no envio do profeta Jonas a cidade de Nínive (Jn 1-4); na destruição do exército de Senaqueribe (II Rs 19.32-35); nas experiências dos servos de Deus em Babilônia, registradas no livro do profeta Daniel (Dn 3).

III – A INTERVENÇÃO DIVINA REVELADA NO SONHO DE NABUCODONOSOR

A Bíblia nos mostra que Deus fala e também revela o futuro por intermédio de sonhos (Jó 33.15,16; Gn 37.5-10; 40.5-9; 41.1-32; Nm 12.6; Jz 7.13-15; Dn 4.5-19; 7.1; Mt 1.20; 2.12,13,19,22). No capítulo 2 de Daniel, encontramos uma das mais extraordinárias profecias acerca dos grandes impérios que surgiram após o babilônico, inclusive, o Reino Milenial de Cristo, que ainda terá seu cumprimento no futuro, e demonstra como o Soberano Deus intervém na história, como veremos a seguir:

O Sonho.
 No segundo ano do seu reinado, Nabucodonosor, rei de Babilônia, foi dormir pensando no que ocorreria depois do seu reino (Dn 2.29), e teve um sonho que lhe deixou perturbado. Ele sonhou com uma grande estátua, cuja cabeça era de ouro; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de cobre; as pernas de ferro; e os pés, em parte de ferro e em parte de barro. Ele viu ainda quando uma pedra foi lançada, sem o auxílio de mãos, e feriu a estátua nos pés, e despedaçou o barro, o ferro, o bronze, a prata e o ouro. E, a pedra que feriu a estátua, tornou-se num grande monte, e encheu toda a terra (Dn 2.31-35).

O esquecimento do sonho e a perturbação do rei.
 Os caldeus acreditavam que os deuses se comunicavam com os homens por intermédio de sonhos. Por isso, Nabucodonosor julgou que seus deuses queriam comunicar-lhe algo acerca do seu reino (Dn 2.3). Mas, ele esqueceu só sonho, ficou perturbado e teve até insônia (Dn 2.1). O que o rei não sabia é que não se tratava de nenhum deus da Babilônia, e sim, do Deus de Israel, que Nabucodonosor veio a conhecê-lo posteriormente, depois de algumas experiências envolvendo Daniel e seus amigos na corte de Babilônia (Dn 2.46-48; 3.28,29; 4.37).

A incapacidade dos adivinhadores de Babilônia.
O rei mandou chamar, então, os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus para lhe declarar o sonho e dar-lhe a sua interpretação (Dn 2.2). Eles eram conselheiros do rei, e eram peritos em astrologia, astronomia, adivinhações, artes mágicas, interpretação de sonhos e assuntos afins. As atividades desses servos do rei eram praticadas desde os tempos antigos no Egito (Êx 7.11,22; 8.7,18,19). Mas, nenhum deles puderam dizer o sonho e nem dar a sua interpretação (Dn 2.11), pois aquele sonho veio do próprio Deus, e somente Ele poderia revelar e dar-lhe a sua interpretação (Dn 2.29).

A ordem para matar os sábios de Babilônia.
Diante da frustração, o rei ficou enfurecido e decidiu mandar matar todos os sábios, inclusive Daniel e seus amigos: “Saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos” (Dn 2.13). Mas, Daniel, sabiamente, numa atitude de fé, pediu ao rei, por intermédio de Arioque, que lhe desse tempo para ele dar a interpretação do sonho, e chamou seus companheiros para buscarem a Deus em oração, para que Deus lhe revelasse o sonho, para que eles não fossem mortos também (Dn 2.16-18).
Deus revelou o sonho a Daniel. Não podemos dizer, ao certo, por quanto tempo Daniel e seus companheiros oraram por esta causa; mas, no momento oportuno, Deus revelou o sonho a Daniel numa visão durante a noite (Dn 2.19). Então, Daniel louvou a Deus, dizendo: “Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força; E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz” (Dn 2.20-23).

A cabeça de ouro.
O profeta Daniel disse ao rei Nabucodonosor: “... tu és a cabeça de ouro” (Dn 2.38). Logo, a cabeça de ouro representa, tanto o império babilônico como o próprio rei. O império babilônico recebeu na Bíblia Sagrada o título de “o ornamento dos reino”, “a glória e a soberba dos caldeus”, e a sua capital foi chamada de “cidade dourada” (Is 13.19; 14.4).

O peito e os braços de prata.
Este segundo império está simbolizado na estátua pelo peito e braços de prata, diz respeito ao império que foi formado pela união de dois povos: Os Medos e os Persas. “Ciro, o Persa derrotou os medos em 550 a.C., e empreendeu as conquistas que deram como resultado a fundação do Império Persa que dominou o mundo de 539 a 331 a.C.

O ventre e as coxas de cobre.
Simbolizam o terceiro Império Mundial, a Grécia, que tornou-se conhecida no mundo inteiro devido as conquistas do seu líder, Alexandre, que conquistou o mundo conhecido da sua época. O Império grego perdurou de 331 a 146 a.C.

As pernas de ferro.
Refere-se ao Império Romano que cumpriu cabalmente tudo o que dele se acha escrito nas profecias (Dt 28.50-53; Dn 2.40,7.7). Este foi o mais longo de todos os Impérios, que durou por mais de seis séculos (de 146a.C. a 476 d.C.).

Pés de ferro com barro.
Os reinos anteriores já se cumpriram no passado. Este é futuro e diz respeito a restauração do Império Romano, que se dará pelo governo do Anticristo na terra durante os sete anos de Tribulação (Dn 9.27; 11.31-45; II Ts 2.3-8; Ap 13.1-10).

A pedra atirada sem o auxílio de mãos.
De acordo com o sonho de Nabucodonosor, a pedra atingiu a estátua, não na cabeça de ouro (Império Babilônico); nem no peito e braços de prata (Império Medo-persa); nem no ventre e coxas de bronze (Império Grego); nem nas pernas de ferro (Império Romano); mas, sim nos pés e nos dedos em parte de ferro e barro (O Império Romano restaurado). Será o Reino de Cristo na terra por mil anos (Is 2.3; 60.3; 66.2; Je 3.17; Ap 20.1-6).

CONCLUSÃO

Como pudemos ver, o Soberano Deus intervém na História dos homens, e faz tudo o que lhe apraz. O sonho de
Nabucodonosor não foi um sonho comum; mas, uma profecia acerca dos Reinos que sucederiam a Babilônia (Medo-Persa, Grego, Romano), inclusive do Reino Milenial de Cristo, quando “... o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para sempre” (Dn 2.44).

BIBLIOGRAFIA
• ALMEIDA, Abraão de. Uma profecia para Hoje. BEREIA.
• __________________. As Visões Proféticas de Daniel. CPAD.
• ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário teológico. CPAD.
• GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
• SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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