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06/03/2015

LIÇÃO 10 - NÃO FURTARÁS - 1º TRIMESTRE 2015 (Êx 20.15; 22.1-9)



INTRODUÇÃO

O oitavo mandamento do Decálogo “não furtarás” visa orientar o homem a tratar com respeito a propriedade alheia. No caso de furto de algum bem material, a orientação divina como pena capital era a restituição. Nesta lição trataremos de forma mais detalhada este mandamento; destacaremos alguns tipos de práticas que podem ser consideradas como furto; quais as obras da carne que levam uma pessoa a infringir esse mandamento; e, por fim, pontuaremos que aquele que serve a Deus deve ter compromisso com a honestidade diante de Deus e dos homens.

I – O OITAVO MANDAMENTO DO DECÁLOGO

“Não furtarás” é o oitavo mandamento do Decálogo (Êx 20.15). Esse mandamento proíbe o furto, isto é, tomar para si algo que pertença a outrem. Assim, ele aprova o direito de propriedade. O homem pode possuir aquilo que é o resultado justo de seu trabalho, ou um presente. “Furtar ou roubar são atos que provocam instabilidade social. Aquele que furta demonstra desrespeito por outros ou inveja deles. Isso se aplica tanto aqueles que se apropriam diretamente dos bens de alguém quanto aqueles que usam de artifícios para obter ou reter consigo bens pertencentes a outrem. Além de se preocupar com as questões espirituais, a Bíblia nos instrui acerca da natureza dos relacionamentos interpessoais saudáveis. Assim, vários textos bíblicos tratam de questões do cotidiano, como a relação entre os ricos e os pobres ou entre os patrões e os funcionários. Muitas vezes, essas relações são negativas, pois uma parte procura se beneficiar usando de métodos que podem prejudicar a outra”.

A pena capital para o roubo
Em Êxodo 22 encontramos nas leis civis Deus orientando o povo de Israel através de Moisés como seria a pena capital para aquele que havia furtado algo do seu próximo. O ladrão devia pagar cinco cabeças de gado para cada boi roubado e abatido e quatro ovelhas para cada ovelha roubada e abatida (Êx 22.1). Se o animal fosse encontrado com vida, o ladrão devia pagar em dobro, ou seja, dois bois ou duas ovelhas para cada boi ou ovelha roubada (Êx 22.4). A multa servia para dissuadir o criminoso em potencial e também levava em consideração o fato de que os danos causados por esse tipo de crime não se limitam ao valor da propriedade roubada, como no caso do sequestro onde o sequestrador era punido com a morte (Êx 21.16; Dt 24.7).

II – O PRINCÍPIO DO RESPEITO À PROPRIEDADE ALHEIA

O oitavo mandamento do Decálogo está entre os que dizem respeito aos relacionamentos interpessoais. O princípio nele contido - o respeito a propriedade alheia, é destacado tanto no AT quanto no NT como veremos a seguir:

Antigo Testamento
O mandamento que proíbe o furto faz parte da legislação mosaica (Êx 20.15; Dt 5.19). “O Antigo Testamento inclui proibições referentes ao furto, ao dano às propriedades e ao mau uso das propriedades ou objetos pertencentes ao próximo (Êx 21.33,34; 22.5,6; 22.4,7,9; 20.15; Gn. 31.31; II Sm 23.21)”. Vejamos o que o AT diz sobre o furto:
(a) o furto é uma abominação (Jr 7.9,10);
(b) não pagar salários justos é um furto (Lv 19.13);
(c) os ímpios são inclinados ao furto (Sl 119.61); a cobiça promove o furto (Am 3.10);
(d) aqueles que consentem com o furto também tornam-se culpados (Jó 24.14; Ob 5);
(e) geralmente quem furta também mata (Jr 7.9; Os 4.2);
(f) paira uma maldição sobre o ladrão (Os 4.2,3; Ml 3.5); e,
(g) o furto provoca a ira de Deus (Ez 22.29,31). Eis alguns exemplos de homens honestos: José (Gn 39.2-4); Samuel (I Sm 12.2-5); Daniel (Dn 6.1-4).

Novo Testamento
Jesus citou os mandamentos do Decálogo incluindo o oitavo: “não furtarás” (Mt 19.18; Mc 10.19; Lc 18.20). Paulo ensinou que quem ama ao próximo jamais irá furtar, pois o amor é o cumprimento da Lei (Rm 13.9). Em Efésios 4.29 “Paulo explicou que se uma pessoa que antes de ser convertido tinha o hábito de furtar, assim que se tornasse um crente tinha que se livrar desse antigo estilo de vida e fazer uma mudança, voltando-se para o trabalho honesto, a fim de ganhar a vida. Roubo e ócio andam juntos; dessa maneira, a instrução de Paulo não era somente para parar de roubar, mas também para começar um trabalho honesto. Além disso, muitas vezes, os escravos tinham a propensão de roubar a casa a que serviam; muitos escravos tornaram-se cristãos, e Paulo podia estar falando a eles. Todo crente deveria trabalhar arduamente, fazer sua parte na comunidade, sustentar-se, e não esperar que ninguém o mantivesse”. Do ponto de vista bíblico não existe desculpa para considerar a corrupção algo inevitável, e a justiça, um ideal inatingível. Honestidade e justiça são realidades que precisamos defender e praticar, o apóstolo Pedro fala a cerca desta verdade (I Pe 2.12; 4.15). Por fim, o ensinamento neotestamentário é contundente quando diz que aqueles que praticam furtos não entrarão no céu (I Co 6.10; Ap 21.27).

III - TIPOS DE FURTO

O mandamento de não furtar é amplíssimo, pois trata do respeito a propriedade alheia. A falta de honestidade nos negócios e na vida social rompe os vínculos que mantém a comunidade unida e resultam em injustiça e caos por toda parte. Abaixo destacaremos os vários tipos de infrações que se constituí numa violação deste mandamento:



IV – OBRAS DA CARNE RELACIONADAS AO FURTO

À luz da Bíblia, o furto é um pecado motivado por algumas obras da carne, como veremos a seguir:




V – O CRISTÃO DEVE TER COMPROMISSO COM A HONESTIDADE

“A palavra honestidade vem do latim “honos” ou “honor”, que significa “honra, honroso, distinção”. A forma adjetiva, honestus, significa “honroso, de boa reputação, glorioso, excelente, digno de ser honrado”. A palavra hebraica mais comum, traduzida por “honra”, nas traduções, é “kabed”, que envolve o sentido básico de “pesado”, “rico”, “honorável”. O Novo Testamento grego tem kalos”, “bom”, mas que é traduzido por “honesto” em trechos como Lc 8.15; Rm 12.7; II Co 8.21; 13.7 e I Pd 2.12). Esse vocábulo grego significa “livre de defeitos, belo, nobre”. Aquele que é honesto possui um bom e nobre caráter, isento dos defeitos que enfeiariam o seu caráter. Um homem honesto é aquele que é justo, cândido, veraz, equitativo, digno de confiança, não fraudulento. Caracteriza-se pela franqueza, pelo respeito ao próximo, pela sua veracidade”. Assim, a santidade deve se manifestar nos relacionamentos humanos caracterizados por integridade, honestidade e amor, como veremos a seguir:
“Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (II Co 8.21). “O trecho de Pv 3.4, ao qual bem provavelmente Paulo aludia aqui, reconhece a importância não somente da posse de um caráter piedoso, mas também de termos boa reputação até mesmo entre os homens. É muito importante o que os homens pensam a nosso respeito, porque aquilo que eles pensam a nosso respeito também pensarão sobre Cristo, posto que somos os seus representantes na terra. Esse é 0 fato que Paulo reconhece no versículo que temos a frente. Comparemos isso com o trecho de II Co 6.3, onde Paulo exorta que nenhum motivo de escândalo deem os crentes em qualquer coisa, a fim de que 0 “ministério” cristão não seja vilipendiado. Essa exortação ele faz apresentando o seu próprio exemplo, a fim de que, pelo menos em seu caso pessoal, o ministério pudesse manter boa reputação, visto que todas as atitudes por ele tomadas condiziam com os excelentes princípios cristãos” (CHAMPLIN, 2002, vol. 4, p. 380). Honestidade total deve sempre ser a marca do povo de Deus. Portanto, devemos nos esforçar para criar uma cultura de honestidade em nosso âmbito de relacionamentos (I Tm 2.2; Tt 2.14).

CONCLUSÃO

O princípio do respeito ao que é do próximo está explícito tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Deus espera daquele que lhe serve que evite o mal “não furtar” e pratique o bem “seja honesto”, cada um para com o seu próximo, pois a verdadeira espiritualidade envolve todas as áreas da nossa vida.


REFERÊNCIAS
ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal. CPAD.

28/02/2015

LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS - 1º TRIMESTRE 2015 (Êx 20.14; Dt 22.22-30)

INTRODUÇÃO
O sétimo mandamento do Decálogo “não adulterarás” tem como principais objetivos a pureza do matrimônio e a proteção da família. Nesta lição analisaremos este mandamento; veremos o que a Bíblia nos diz sobre o adultério tanto no AT quanto no NT; destacaremos alguns tipos de adultério e qual o plano original de Deus quanto ao casamento; e, por fim, quais as atitudes que devemos tomar para evitar esta obra da carne.



I – O SÉTIMO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
O quinto mandamento protege a inviolabilidade do lar (Êx 20.12); o sexto defende a sacralidade da vida (Êx 20.13), já o sétimo “Não adulterarás” a sacralidade do casamento (Êx 20.14). “A palavra adultério vem do latim, adulterium, que tem o sentido de “dormir na cama alheia”. É a relação sexual entre pessoa casada, com outra que não é o seu cônjuge”. Este mandamento tem como objetivo a abstenção de toda impureza da carne e ainda exorta para conservação do leito sem mácula, isto é, o amor conjugal e a coabitação. Ele visa proteger o matrimônio por ser uma instituição sagrada instituída por Deus. Esta prática nociva se constitui num pecado contra Deus, contra si mesmo e contra o próximo (Gn 39.9; I Co 6.18; Rm 13.9). A pena capital para o adultério era a morte (Lv 20.10).



II - O ADULTÉRIO À LUZ DA BÍBLIA
“O adultério é um pecado gravíssimo aos olhos de Deus, o Criador do casamento, do lar e da família. A sociedade sem Deus, relativista e hedonista, não o vê como algo pecaminoso, e sim, como tendência natural do ser humano, que, segundo interpretação da teoria da evolução, o homem é polígamo por natureza, seguindo o exemplo de certos animais.
No entanto, a visão cristã passa pelas lentes fortes e cristalinas da Palavra de Deus, que considera a infidelidade conjugal como vergonhosa traição aos princípios sagrados, estabelecidos por Deus para o casamento”.



No Antigo Testamento.
O mandamento “Não adulterarás” faz parte do Decálogo e foi dado ao povo de Israel a fim de preservar a santidade do lar (Êx 20.14; Dt 5.18). É interessante destacar que “também está envolvida a questão da herança da família e a preservação da pureza tribal. Finalmente, o próprio ato era considerado um crime sério, um ato de contaminação (Lv 18.20). Por esse motivo, era imposta a pena de morte, envolvendo a execução de ambos os culpados (Êx 20.14; Lv 20.1). A pena de morte mostra que as sociedades antigas encaravam o adultério não meramente como um ato privado errado, mas que ameaçava o arcabouço do lar e da sociedade” (CHAMPLIN, 2004, vl. 01, p. 66). Infere-se que passagens como Levítico 20.10-21, que tratam de comportamentos sexuais proibidos, sejam simplesmente uma extensão da lei sobre adultério.



No Novo Testamento
Os ensinamentos neotestamentários seguem o mesmo padrão veterotestamentário quanto a reprovação da prática do adultério (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos (Mc 10.19; 18.20), incluindo até o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Pedro fez semelhante declaração “Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição” (II Pe 2.14). O apóstolo Paulo acrescentou que o adultério é uma obra da carne e que os que praticam são passíveis de morte e não herdarão o Reino dos céus (Rm 1.29-32; I Co 6.10; Gl 5.21). Confira também (Ap 22.15).



III – TIPOS DE ADULTÉRIO
A violação do sétimo mandamento, pode se dar pelo menos de três formas:



IV - O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A BÍBLIA
 Para nós, crentes em Jesus, o conceito de certo e do errado deve ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”. Ela nos mostra que, ao criar Adão e Eva, Deus estabeleceu seu plano para o casamento. Vejamos abaixo:

União heterossexual (Heteros = diferente) + (sexual = sexo)
O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17). Visto que, o objetivo principal do casamento é a procriação e, biologicamente, a prática homossexual não pode cumprir esse propósito. Por isso, em (Rm 1.26-28), Paulo diz que tal comportamento é: 

(1) “contrário à natureza”
(2) “sentimento perverso”
(3) “coisas que não convêm”.



União Monossomática (mono = um) + (soma = corpo)
Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “serão ambos uma carne” (Gn 2.24).



União indissolúvel
A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz a forma substancial de “cola” e também as idéias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro. Três termos na Bíblia nos atestam a indissolubilidade do casamento. Deus diz: “e apegar-seá à sua mulher” (Gn 2.24-b); Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6); e, Paulo diz: “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2).



União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento)
Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18).
O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2). A monogamia foi ensinada como um preceito moral contra o adultério “Não cobiçarás... a mulher do teu próximo (singular)”. Isso traz implícito que o próximo só poderia ter uma esposa legítima.



V – COMO EVITAR O ADULTÉRIO
Vigilância, oração e meditação na Palavra de Deus são os recursos mais importantes para quem deseja vencer toda e qualquer tentação (Mt 26.41; Sl 119.9,11). Mas, no que diz respeito a sedução do adultério, existe outros cuidados que o casal deve tomar. Vejamos:

Evitando conversas íntimas com pessoas do sexo oposto (I Co 15.33);
Ocupando a mente com o que é proveitoso (Pv 4.23; Mt 15.19; Fp 4.8; Cl 3.1-3);
Afastando dos olhos aquilo que pode levar a pessoa a alimentar o pecado (Jó 31.1; Sl 101.3; Mt 6.22,23);
Mantendo-se longe de pessoas cujo comportamento está em desacordo com a Bíblia (Sl 1.1-3; I Co 5.11);
Mortificando a carne e andando em Espírito (Cl 3.5; Gl 5.16-18);
Abstendo-se do ato sexual com o cônjuge apenas por consentimento mútuo e por tempo determinado (I Co 7.5);
Mantendo o cônjuge satisfeito(a) (Pv 5.15; I Co 7.3);
Observando a Palavra de Deus (Sl 119.11; Pv 4.20);
Orando e vigiando sempre (Mt 26.41).



CONCLUSÃO
Após a Queda do homem no Éden, a perversão sexual passou a fazer parte da história do ser humano, e, por esta razão, Deus condenou as práticas sexuais ilícitas na Bíblia sagrada. Dentre elas, encontra-se o adultério, que é a relação sexual com pessoa que não seja o cônjuge. O Senhor proibiu terminantemente esta prática no decálogo, visando a pureza do matrimônio e a proteção da família.



REFERÊNCIAS

ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS.
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA.
RENOVATO, A Família Cristã e os ataques do inimigo. CPAD
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

21/02/2015

LIÇÃO 08 - NÃO MATARÁS - 1º TRIMESTRE 2015 (Êx 20.13; Nm 35.16-25)






INTRODUÇÃO

Veremos nesta lição que é Deus quem dá ao homem o fôlego de vida e somente Ele tem o direito legal de pôr fim à ela. Estudaremos que o sexto mandamento: "Não matarás" (Êx 20.13), apesar de proibir o homicídio, não proibia a pena capital, visto que a própria lei estipulava a pena de morte (Gn 9.6). Ainda analisaremos sobre as cidades de refúgio que foram indicadas como cidades de asilo para o homicida (Nm 35.6,7), uma espécie de refugio e abrigo, para alguém que tivesse acidentalmente ou involuntariamente matado outro homem e por fim, verificaremos diversos tipos de homicídios condenados pela Bíblia Sagrada.

I – O SEXTO MANDAMENTO
O dicionário da língua portuguesa diz que matar é: “assassinar; tirar a vida de alguém; provocar a morte de, suicidar-se; tirar a própria vida”. Ao tirar a vida de alguém, o homicida está infringindo a lei dos homens e agindo diretamente contra o autor da vida que é o próprio Deus. A Bíblia nos diz que o crime de assassinato podia ser expiado por uma das duas maneiras estabelecidas na legislação mosaica. A primeira, no caso de homicídio doloso (com intenção de matar), em que uma vida é expiada por outra (Nm 35.31), o assassino deveria ser morto, ou seja, era "vida por vida" (Êx 21.23). A segunda diz respeito ao homicídio culposo (sem intenção de matar), a busca de proteção em uma das cidades de refúgio. A expiação, nesse caso, é a morte do sacerdote da cidade (Nm 35.25).

II - O SEXTO MANDAMENTO E O DOADOR DA VIDA
É Deus quem dá ao homem o fôlego de vida e somente Ele tem o direito legal de pôr fim à vida. A vida é um dom de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la (Gn 9.6). Somente Deus, que criou o homem à sua imagem, tem o direito de pôr fim à vida humana (Gn 1.26,27; Dt 32.39), e como dádiva de Deus, só ele tem autoridade para tomá-la. Pelo fato de sermos feitos à imagem de Deus, o homicídio é um ataque contra Deus (Gn 1.26, 27; 9.6). Proteger a vida é responsabilidade de todos os membros da sociedade e não só das autoridades públicas (Rm 13). O povo de Israel tinha permissão de se defender (Êx 22.2), e a lei fazia concessões para mortes acidentais (homicídio culposo), mas o homicídio doloso era uma ofensa capital (Êx 21.12-14).

III - O SEXTO MANDAMENTO E A PUNIÇÃO CAPITAL
O sexto mandamento: "Não matarás" (Êx 20.13), apesar de proibir o homicídio, não proibia a pena capital, visto que a própria lei estipulava a pena de morte. Deus disse claramente a Noé: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem será derramado o seu próprio sangue, pois à imagem de Deus fez ele o homem” (Gn 9.6). Mesmo antes de ter dado um código de leis a Israel, Deus permitiu a pena capital (HOFF, 1995, p. 61 – acréscimo nosso). A palavra hebraica usada na proibição deste mandamento não é a palavra usual para matar harag”. A palavra usada é o termo específico para assassinar ratsach”. Uma tradução mais adequada deste mandamento seria: "Não assassinarás".
A proibição do sexto mandamento é não assassinar. O lei mosaica proíbe o homicídio premeditado, o assassinato violento de um inimigo pessoal (Êx 21.12; Lv 24.17). O termo refere-se também a homicídio culposo, aquele em que não há intenção de matar (Dt 4.42; Js 20.3). Crimes que exigiram punição capital incluíram homicídio premeditado (Êx 20.13; Gn. 9.6); violência contra os pais (Êx 21.15); sequestro (Êx 21.16; Dt 24.7); abuso verbal contra os pais (Êx 21.17). Tal desrespeito era considerado uma forma de homicídio dos pais, embora não matasse literalmente. Em alguns casos, a punição capital podia ser evitada mediante negociação com os parentes da vitima. Eram eles quem decidiam que multa seria exigida. Provavelmente tais multas eram pesadas (Êx 21.30).

IV - O SEXTO MANDAMENTO E AS CIDADES DE REFÚGIO
Entre as 48 cidades dadas aos levitas em Israel, seis, por ordem de Deus, foram indicadas como cidades de refúgio, ou asilo, para o 'homicida' (Nm 35.6,7). Estas cidades como o próprio nome classifica, era uma espécie de refugio e abrigo, para alguém que tivesse acidentalmente ou involuntariamente matado outro homem, então o “homicida” podia fugir e assim evitar uma vingança de algum familiar da pessoa morta. A lei fazia uma distinção entre homicídio premeditado (doloso) e homicídio acidental (culposo). Se alguém matasse uma pessoa acidentalmente, poderia refugiar-se no altar de Deus (1Rs 2.29) até que os anciãos tivessem tempo de estudar a questão. Uma vez que Israel assentou-se em sua terra, foram separadas seis cidades de refúgio para onde esses homicidas podiam fugir e receber proteção até que a questão fosse investigada (Nm 35; Dt 19; Js 20). Israel não tinha uma força policial organizada; esperava-se que a família da vítima cuidasse para que se fizesse justiça. No entanto, no calor da fúria, era possível que estivessem mais interessados em vingança do que em justiça, de modo que a lei interferia para proteger o acusado até se provar que era culpado. “A lei dava o direito ao "vingador do sangue" (Nm 35.19,21b), “goel”, em hebraico, "redentor, remidor, vingador", de matar o assassino onde quer que o encontrasse. Vingar o sangue era, no Oriente Médio, uma questão de honra da família (Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21).

V - O SEXTO MANDAMENTO E A EUTANÁSIA OU MORTE ASSISTIDA
Aqueles que advogam esta prática afirmam estar ajudando as pessoas com doenças terminais, ou aqueles que estão em extrema dor. Alguns países ao redor do mundo já legalizaram o suicídio assistido por médico. No entanto, toda vida pertence a Deus, e apenas ele tem o direito de tomá-la (Dt 32.39; Jo 1.21). Deus é o doador da vida (Jó 12.10), logo é Ele quem controla a entrada do homem nesta terra (Gn 2.7; Sl 139.13-16; Jó 33.4). E uma vez que Deus controla a entrada do homem na vida, é lógico que Deus controla também a saída do Homem desta vida. Ele é quem estabelece os limites em que nenhum homem pode atravessar, (Sl 104.29). Nenhum homem tem o direito de deliberadamente ou intencionalmente acabar com a sua vida, ou a de outra pessoa.

VI - O SEXTO MANDAMENTO E A PRÁTICA DO ABORTO
De acordo com a Bíblia, a vida começa no momento da concepção (Sl 139.13-16; Jr 1.5, Lc 1.41). No entanto,
muitos parecem ver o ser humano em gestação como algo que pode ser descartado segundo a conveniência. Os defensores do aborto afirmam que a mãe tem o direito de escolher. O aborto é um assassinato porque ele termina com uma vida humana, algo que pertence somente ao Deus Todo Poderoso (Gn 2.7; Sl 139.13-16; Jó 33.4). Deus considera o “não nascido” como um perfeito ser humano. Há inúmeros ensinamentos nas Escrituras que deixam muitíssimo clara qual é a visão de Deus sobre o aborto. Êxodo 21.22-25 dá a mesma pena a alguém que comete um homicídio e para quem causa a morte de um bebê no útero. Isto indica claramente que Deus considera o feto no útero como um ser humano tanto quanto um adulto.

O ABOROTO NO ANTIGO TESTAMENTO
No AT a Bíblia se utiliza das mesmas palavras hebraicas para descrever os ainda “não nascidos” (infantes). A expressão “yeled” é usada normalmente para se referir a uma criança. Mas, em Êxodo 21.22, é utilizada para se referir a um filho no ventre. Em Gênesis 25.22 a palavra “yeladim” (filhos) é usada para se referir aos filhos de Rebeca que se empurravam enquanto ainda no ventre materno. Em Jó 3.3, Jó usa a palavra “geber” para descrever sua concepção. Mas a palavra “geber” é um substantivo hebraico normalmente utilizado para traduzir a ideia de um "homem", um "macho" ou ainda um "marido". Em Jó 3.11-16, Jó equipara a criança ainda não nascida com reis, conselheiros e príncipes. Todos esses textos bíblicos e muitos outros indicam que Deus não faz distinção entre vida em potencial e vida real, ou em delinear estágios do ser, ou seja, entre uma criança ainda não nascida no ventre materno em qualquer que seja o estágio e um recém-nascido ou uma criança. As Escrituras pressupõem reiteradamente a continuidade de uma pessoa, desde a concepção até o ser adulto.

O ABORTO NO NOVO TESTAMENTO
No NT o grego se utiliza, também, das mesmas palavras para descrever crianças ainda não nascidas, o que indica uma continuidade desde a concepção à fase de criança, e daí até a idade adulta. A palavra grega “brephos” é empregada com frequência para os recém-nascidos, para os bebês e para as crianças mais velhas (Lc 2.12,16; 18.15; 1 Pd 2.2). Em Atos 7.19, “brephos” refere-se às crianças mortas por ordem de Faraó. Mas em Lucas 1.41,44 a mesma palavra é empregada referindo-se a João Batista, enquanto ainda não havia nascido, estando no ventre de sua mãe. O escritor bíblico também nos informa que João Batista foi cheio do Espírito Santo enquanto ainda se encontrava no ventre materno, indicando, com isso, o inconfundível ser (Lc 1.15). Mesmo três meses antes de nascer, João conseguia fazer um miraculoso reconhecimento de Jesus, já presente no ventre de Maria (Lc 1.44). Com base nisso, encontramos a palavra grega “huios” significando filho (Lc 1.36), descrevendo a existência de João Batista no ventre materno seis meses antes de seu nascimento.

VII - O SEXTO MANDAMENTO E A PRÁTICA DAS CÉLULAS TRONCO
O próprio Deus se relaciona com pessoas ainda não nascidas (Sl 139.16). O autor se utiliza da palavra “golem”, traduzida como "substância", para descrever-se a si mesmo enquanto ainda no ventre materno. Ele se utiliza desse termo para se referir ao cuidado pessoal de Deus por ele mesmo durante a primeira parte de seu estado embrionário (desde a nidação até as primeiras semanas de vida), o estado antes do feto estar fisicamente "formado" numa miniatura de ser humano. Sabemos hoje que o embrião é "informe" durante apenas quatro ou cinco semanas. Em outras palavras, mesmo na fase de gestação da "substância ainda informe" (0-4 semanas), Deus diz que Ele se importa com a criança e a está moldando (Sl 78.5-6; 139.13-16; Jó 31.15; Jó 10.8,11). Esses versículos e outros (Jr 1.5; Gl 1.15,16; Is 49.1,5) demonstram que Deus enxerga os que ainda não nasceram e se encontram no ventre materno como pessoas.

MATAR NO EXERCÍCIO DA GUERRA OU LEGÍTIMA DEFESA
Ao longo da história do homem caído, sempre existiu as guerras, as nações tiveram que defender suas fronteiras, comunidades mais fracas contra inimigos agressivos e desumanos. Mesmo Deus, em vários momentos, ordenou ao seu povo a partir para o campo de batalha (Ec 3.8). Com isto podemos dizer que aqueles que matam em uma guerra podem não ser considerados assassinos; pois, se uma pessoa luta para defender sua vida, sua família, sua comunidade, a própria Bíblia respalda sua defesa. Ou seja, quando a morte ocorre no âmbito da legitima defesa não pode ser classificada como homicídio culposo.

SUICÍDIO OU AUTO ASSASSINATO
O sexto mandamento proíbe o tirar a própria vida, pois esta lei é contra os destruidores de si mesmo. Nenhum homem tem o direito de tirar sua própria vida, pois é a bondade de Deus que dá a vida, (Jó 10.12, At 17.28). O matar a si próprio também é contrário ao amor de um homem a si mesmo. Chamamos suicida aquele que tira sua própria vida, matando-se. Esta é uma forma egoísta e pecaminosa de deixar o mundo (Jó 14.5). Assim como nenhum homem tem o direito de matar a outro homem, ninguém também tem o direito de tirar a sua própria vida. Quando uma pessoa recorre ao suicídio, ele esta recusando a graça de Deus. Há pelo menos cinco casos de suicídio registrados na Bíblia, e nenhum deles conta com a aprovação de Deus: Abimeleque (Jz 9.50-56); Saul (1Sm 31.1-6); Zinri (1Rs 16.18-19); Aitofel (2Sm 17.23), e Judas (Mt 27.3-10). Cada um deles teveram uma morte trágica, e nenhum contou com a aprovação de Deus. O suicídio é um ataque à imagem de Deus no homem (Gn 1.27) e uma tentativa de usurpar a soberania de Deus sobre a vida humana.

O ASSASSINATO CULPOSO
É quando uma pessoa mata outra, mas sem esta intenção (Nm 35.22-25). Devemos entender, que nem sempre quando uma pessoa mata outra ela esta cometendo um assassinato. “Assassinato pode ser definido como a tomada premeditada e intencional de outra vida humana”. Uma morte, nem sempre pode ser classificada como um homicídio. Era o crime involuntário e acidental, razão pela qual o autor não devia morrer, e a lei estabeleceu o procedimento a ser seguido para livrar o réu da pena de morte. Ele precisava se refugiar numa das cidades de refúgio até provar que o homicídio fora acidental (Dt 19.4-6). A outra maneira de escapar das mãos do vingador do sangue era agarrar-se nas pontas do altar (Êx 21.12-14; 1 Rs 1.50, 51). Esses dois recursos equivalem ao “habeas corpus” concedido atualmente.

O ASSASSINATO DOLOSO
É quando há intenção de matar (Nm 35.16-21). Aqui são dadas instruções específicas acerca do procedimento jurídico sobre o homicídio doloso. Se alguém ferir de morte seu próximo, "com instrumento de ferro" (v. 16), "com pedra à mão" (v. 17) ou ainda "com instrumento de madeira" (v.17), ou por qualquer outra forma (vv.20,21), e a pessoa golpeada morrer, o autor da ação é considerado homicida e deve ser julgado por isso.


CONCLUSÃO
Concluímos que somente Deus, que criou o homem à sua imagem, tem o direito de pôr fim à vida humana (Gn 1.26,27; Dt 32.39), e como dádiva de Deus, só ele tem autoridade para tomá-la. Pelo fato de sermos feitos à imagem de Deus, o homicídio é um ataque contra Deus e o próximo (Gn 1.26, 27; 9.6).


REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GEISLER, Norman L. Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia. VIDA
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT e do NT. CPAD.



13/01/2015

LIÇÃO 03 - NÃO TERÁS OUTROS DEUSES - 1º TRIMESTRE 2015 (Dt 5.6,7; 6.1 - 6)



Ídolo de bezerro cananeu - Quando os israelitas tornaram a terra de Canaã, Deus lhe disse para expulsarem todos povos que viviam lá, porque ele adoravam a ídolos. Os israelitas falharam em não obedecer à  ordem de Deus, e muitos do povo de Israel começaram a adorar os ídolos cananeus.



 

INTRODUÇÃO
O primeiro mandamento da Lei, além de anunciar a existência de um Único Deus verdadeiro, proíbe  terminantemente a idolatria e o politeísmo. Lamentavelmente, a história dos israelitas foi marcada por esta prática pecaminosa, o que provocou a ira e o consequente juízo divino. Estudaremos nesta lição a definição do termo idolatria; suas práticas nos tempos do Antigo e Novo Testamento; veremos porque não devemos adorar a ídolos e as diversas formas de idolatria praticadas ainda hoje no mundo.

I – DEFINIÇÃO DE IDOLATRIA

O Aurélio define idolatria como “culto prestado a ídolos” (FERREIRA, 2004, p. 1067). Teologicamente “a idolatria pode ser considerada também o amor excessivo por alguma pessoa, ou objeto. Amor este que suplanta o amor que se deve devotar, voluntária, incondicional e amorosamente, ao único e verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 220).
“Essa palavra vem do grego, “eidolon” que significa “ídolo”, e “latreuein” que quer dizer“ adorar”.
Esse termo refere – se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado em seu sentido primário. Porém, em um sentido mais lato, pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos” (CHAMPLIN, 2004, p. 206).

Antigo Testamento.
Quando os israelitas saíram do Egito, com destino a Canaã, Deus lhes deu a Lei (Êx 20; Dt 5), que lhes advertia para que não aprendessem as práticas idólatras dos povos de Canaã (Ex 20.2 - 4,23; 23.13,24,32; Lv 19.4; 26.1; Dt 7.5,25; 12.3). Após a conquista da Terra prometida, os hebreus não expulsaram completamente os pagãos como Deus havia ordenado (Jz 2.1 - 3). Isto se tornou um laço para eles, pois aderiram facilmente ao culto idólatra (Jz 2.11; 3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1). Nos períodos de apostasia, os profetas foram levantados por Deus para advertirem aos israelitas que se abstivessem do paganismo (I Rs 14.9; Is 2.8,9; 57.5; Jr 1.16). Porém, o povo de Deus não os ouviu, e, por isso, experimentaram, o amargo cativeiro (II Rs 17.1 - 23; II Cr 36.11 - 21).

Novo Testamento.
Se a idolatria era combatida com rigor no AT, não foi diferente no NT. O Senhor Jesus condenou o amor à riqueza, que é uma forma de idolatria (Mt 6.24). A recomendação apostólica feita no Concílio de Jerusalém condenou severamente a adoração a ídolos (At 15.28,29). Os apóstolos combateram veementemente o envolvimento dos cristãos com essa prática pagã. Paulo, por exemplo, exortou aos cristãos de Corinto a fugirem da idolatria (I Co 10.14); e condenou a avareza, que também é uma forma de idolatria (Cl 3.5). O apóstolo Pedro e João também condenaram as práticas idólatras (I Pe 4.3; I Jo 5.21).

II – O FASCÍNIO DA IDOLATRIA

Se a Bíblia diz que o ídolo, em si, nada é ( Jr 2.11; 16.20; I Co 8.4; 10.19,20) e as imagens de escultura são abomináveis (Is 44.19); pedras de tropeço (Ez 14.3); e vaidades (Jr 14.22; 18.15); por que a idolatria era tão comum ao povo de Israel? Vejamos os dois principais motivos:

As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus. Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer aos man damentos divinos, no sentido de se manter santo e separado delas (Js 24.14,15) ( STAMPS, 1995, p. 446). Por isso, muitas vezes, Deus advertiu o seu povo. No Decálogo, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à idolatria (Êx 20.3,4; Dt 5.6 - 8).
Esta ordem foi repetida em outras ocasiões (Êx 23.13,24; 34.14 - 17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; II Rs 17.35,37,38). O Senhor Deus ordenou também a destruição dos ídolos das nações que habitavam na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).
Os deuses pagãos não requeriam das nações vizinhas de Israel o tipo de obediência que Deus requeria.
Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa em seus cultos, tendo para isso prostitutas espirituais. Essa prática, sem dúvida, atraía o povo de Israel” ( STAMPS, 1995, p. 446). Por isso, muitas vezes, o povo de Israel deixou de servir e adorar ao Único Deus Verdadeiro (monoteísmo) e passou a prestar culto a outros deuses (politeísmo), como podemos ver em (Êx 32.1-18; II Rs 17.7 - 23; Is 1.2 - 4; Jr 2.1- 9).
Por intermédio dos salmistas e profetas, o Senhor Deus não apenas condenou as práticas idólatras, mas, também demonstrou que os ídolos são vãos e inúteis e não podiam garantir a Israel o que eles almejavam (Sl 115.4 - 8; 13 5.15 - 18; Is 44.9 - 20; 46.1 - 7; Jr 10.3 - 5).

 III - FORMAS DE IDOLATRIA
 

IV - PORQUE NÃO DEVEMOS ADORAR A ÍDOLOS

Porque Deus é uno.
Apesar de a Bíblia mencionar a existência de deuses estranhos (Gn 35.2); novos deuses (Dt 32.1); e deuses fundidos (Êx 34.17); ela é enfática em revelar o monoteísmo, ou seja, a existência de um Único Deus verdadeiro, que subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 3.16,17); e que deve ser o objeto exclusivo do amor e obediência (Dt 6.4; Is 42.8; Mc 12.29,32; Jo 17.3; I Co 8.4,6). Estes e outros textos das Sagradas Escrituras também tornam - se a base da proibição da adoração a outros deuses (Êx 20.2; Dt 5.6 -9).

Porque Deus é espírito.
 Sendo Deus um ser espiritual (Jo 4.24), Ele não está sujeito as limitações às quais estão sujeitos os seres humanos dotados de corpo físico. Ele não possui partes corporais e não está sujeito às condições de existência natural. Logo, é impossível que uma imagem possa representar sua glória e majestade. Além disso, Deus é transcendente e insondável, ou seja, Ele ultrapassa a compreensão humana, e, por isso, não pode ser representado por um ídolo feito de madeira, prata ou ouro (Is 40.18,25; 46.5). Por isso, Deus proibiu terminantemente que os israelitas fizessem imagem de escultura (Êx 20.4; Dt 4.15,16; 23 - 28; 5.8,9).

Porque adorar a ídolos é cultuar aos demônios.
A Palavra de Deus nos revela que quem oferece sacrifícios aos ídolos, oferece aos demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; II Cr 11.15; Sl 106.37; I Co 10.20,21). Por trás das imagens de escultura existem entidades demoníacas que ouvem as preces dos fiéis, e até operam favoravelmente por eles, com o intuito de aprisiona - los cada vez mais na idolatria. Eis o porquê de tantas pessoas pagarem promessas nos denominados “dias santos” e nas festividades dos padroeiros. Satanás, como “deus deste século” (II Co 4.4) tem poder para realizar benefícios físicos e materiais com intuito de enganar as pessoas (Ap 13.2 - 8,13; 16.13,14).

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus proíbe terminantemente a adoração a outros deuses. 
Este mandamento foi ordenado não apenas no Decálogo, mas, em toda a Bíblia. O povo de Israel não atentou para este mandado divino, e, por isso, sofreu as devidas consequências. Ainda hoje, muitas formas de idolatria são praticadas no mundo, como a angelolatria, mariolatria, zoolatria, além de outras. Mas, jamais devemos adorar ídolos, pois, Deus é Único, é um ser espiritual e quem adora a ídolos, na verdade, está adorando a os demônios. Por isso, o mandamento divino permanece de pé: “não terás outros deuses diante de mim” (Dt 5.7).




REFERÊNCIAS
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
· CHAMPLIN, R. N.Enciclopédia de Bíblia, Teoogia e Filosofia. HAGNOS.
· ANDRADE, Claudionor Correa de Dicionário Teológico. CPAD