INTRODUÇÃO
A
igreja de Éfeso, fundada por Paulo, estava
enfrentando ataques de hereges: os judaizantes e os gnósticos.
Preocupado com a saúde espiritual do povo de Deus e sua
organização, o apóstolo
envia o jovem cooperador Timóteo, obreiro de sua alta confiança.
Em I Tm 3 o apóstolo dá
orientações a Timóteo
quanto a separação de obreiros, deixando clara a
necessidade que a obra tem destes cooperadores;
bem como destaca as qualificações morais que estes devem possuir para
exercer liderança na congregação;
e, por fim, qual a postura da igreja em relação
a estes servos do Senhor.
I
–
TIMÓTEO:
O PASTOR DA IGREJA DE ÉFESO
As
cartas de Paulo a Timóteo e a Tito são
conhecidas como epístolas pastorais porque tratam
especificamente de orientações dadas a dois obreiros acerca da
organização e saúde
da igreja. Na ocasião em que foram escritas, a igreja já existia
há cerca de trinta anos. O apóstolo
Paulo escreve estas epístolas no intuito não
só de instruir Timóteo
e Tito acerca do combate aos falsos ensinos na igreja, mas também
a de trazer instruções pessoais quanto a responsabilidade
dos cooperadores na igreja, bem como, orientações
acerca da vida cristã.
A
igreja na cidade de Éfeso.
“Éfeso
era uma antiga cidade grega no território
da Lídia, na Ásia
Menor. Ficava localizada na desembocadura do rio Caister, cerca de cinquenta e
seis quilômetros a sudeste de Izmir (a antiga
Esmirna mencionada no Novo Testamento). Era uma das mais importantes cidades da
Ásia Menor, no que atualmente é
a Turquia”. O ministério
de Paulo em Éfeso foi singularmente eficaz. Ele
estava nesta cidade na sua segunda viagem missionária
(At 18.19-21), porém só
obteve maior êxito na terceira viagem (At 19).
Durante mais de dois anos (At 19.8,10) pôde
pregar sem impedimentos, primeiro na sinagoga e mais tarde na escola de Tirano
(At 19.9). Operou milagres especiais (At 19.11) e travou um contato mais direto
com a população de Éfeso
e da província em geral do que com a de qualquer
outro lugar. Lucas nota que “todos
os que habitavam na Ásia
ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos” (At 19.10), e que “assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e
prevalecia” (At 19.20), e que o número
dos que creram foi tão grande que a idolatria sofreu perdas
econômicas (At 19.26,27). A igreja de Éfeso
tornou-se um centro missionário, e durante séculos
foi um dos baluartes do cristianismo na Ásia
Menor.
A
ação
pastoral de Timóteo
em Éfeso.
A
primeira epístola a Timóteo
o apresenta dirigindo uma florescente comunidade cristã
na cidade de Éfeso (I Tm 1.3a). Era uma igreja
mista, composta por anciãos e jovens (I Tm 5.1); mulheres
solteiras e viúvas (I Tm 5.2);
servos e senhores (I Tm 6.1); ricos e pobres (I Tm 6.17-19). Paulo
lhe dá diversas orientações
quanto ao que deveria ser feito naquela igreja (I Tm 1.18-20; 2.13; 3.1-16).
Mas havia uma necessidade urgentíssima. A comunidade de Éfeso
estava sendo atacada por ensinos falsos. Dados os desafios, a tarefa de Timóteo
não seria fácil
(I Tm 1.34). Este nobre cooperador fora enviado pelo apóstolo
a Éfeso para solucionar estes problemas
(I Tm 1.3).
II
ORIENTAÇÕES
PAULINAS QUANTO A SEPARAÇÃO
DE PESSOAS PARA A OBRA
A
necessidade de cooperadores no desenvolvimento da Obra de Deus, sempre foi uma
realidade tanto no AT como no NT. Isso pode ser bem exemplificado em Moisés
(Ex. 18.13-27). Seguindo o modelo veterotestamentário,
o apóstolo Paulo procura deixa claro, nas
epístolas pastorais, que na direção
das igrejas locais, o pastor seria auxiliado por presbíteros
e diáconos, que cooperariam para o bom
desenvolvimento da igreja local (1 Tm 1.3;
3.13; 5.17;
Tt 1.5).
A
necessidade de líderes
para a igreja (I Tm 3.1).
O
povo de Deus sempre precisou de líderes
para orientá-lo. Foi assim no A.T. onde Deus
sempre atuou por meio de uma pessoa que liderava o povo na execução
de Sua vontade. Podemos citar diversos exemplos:
Abraão
(Gn 12.13);
Moisés
(Ex. 3.1-10);
Josué
(Nm. 27.18-23; Js 1.19).
Esses
líderes eram instrumentos de Deus,
chamados por Deus de “pastores”
cuja finalidade era apascentar o povo de Deus com “conhecimento
e inteligência”
(Jr. 3.15ARA). Por isso, Jesus instituiu líderes
para estarem a frente do seu povo. A princípio,
os doze apóstolos (Lc 6.13) e Paulo (I Tm 2.7).
Estes, por sua vez, orientados por Deus escolheram e prepararam homens para as
mais diversas necessidades que surgiram no meio do povo de Deus (At 6.16; Fp
4.3; Cl 4.11; Fm
1.24; Tt 1.5). É
por isso que toda Igreja precisa de pastor, e não
existe pastor sem Igreja (Jr 3.15;
Ef. 4.11,12).
As
qualificações
dos líderes
para a igreja (I Tm 3.213).
Orientando
Timóteo, Paulo apontou quais as qualificações
morais que o cooperador deve possuir, a fim de auxiliar o pastor nas diversas
atividades da igreja. Quando o apóstolo
diz: “convém,
pois, que o bispo seja [...]” está
se enfatizando o caráter, já
que a palavra “seja” aponta
para virtudes que o indivíduo já
tem, antes de ser chamado para algum trabalho especifico. Paulo examina de um
jeito ordenado:
(a)
pessoalmente (I Tm 3.23);
(b)
quanto à família
(I Tm 3.45);
(c)
quanto à igreja (I Tm 3.56);
(d)
quanto ao mundo pagão
(I Tm 3.7).
Vale salientar que estas exigências morais são exigidas de todos os crentes e não apenas daqueles que exercem liderança (Ef 1.4;
Fp 2.15; Cl 1.22;
I Ts 3.13; 5.23;
I Tm 5.7; I Pe 1.15,16).
A
postura dos crentes em relação
aos líderes
(I Tm 5.17).
Sabendo
da importância que os cooperadores tem para o bom
andamento da obra de Deus, Paulo aconselha a igreja a tê-los
(...) em grande estima, e amá-los
(I Ts 5.13); Reconhecê-los
(1Cor 16.18); imitá-los
(Hb 13.7); o bedecê-los
( Hb 13.17) Compreendê-los
(Hb 13.17); orar por
eles (Hb 13.18) pois “(...)
velam
por vossa alma, como aqueles que hão de
dar conta delas ...”(
Hb 13.17b) e por causa “(...)
do
trabalho que realizam (...)”
(1 Ts 5.13b – ARA).
III
–
A IMPORTÂNCIA
DO PASTOR, DO PRESBÍTERO
E DO DIÁCONO
PARA A IGREJA
Com
o crescimento da igreja, houve a necessidade de se estabelecer mais
cooperadores que estivessem cooperando com os apóstolos.
Foi assim a instituição do diaconato (At. 6) e demais ofícios
na Igreja (At. 13.15; Gl 2.9,10;
Tt 1.5). Abaixo definiremos a função
de pastor, presbítero e diácono
e suas atribuições:
CONCLUSÃO
Vimos
nesta lição, quão
importante é que a igreja tenha pastores, presbíteros
e diáconos para o seu bom funcionamento e
para que o rebanho do Senhor possa ser conduzido pelos trilhos da sã
doutrina. Como igreja devemos ter grande respeito por estes servos do Senhor,
orando sempre por eles para que Deus continue ajudando-os neste importante serviço
em prol do Reino de Deus.
REFERÊNCIAS
● CHAMPLIN,
R. N. Dicionário
de Bíblia,
Teologia e Filosofia. HAGNOS.
● KELLY,
J.N.D. I, II Timóteo
e Tito: Introdução
e comentário
. CULTURA BÍBLICA.
● PFEIFFER,
Charles F. Comentário
Bíblico
Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
● RENOVATO,
Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais .
CPAD.
● WIERSBE,
Warren W. Comentário
Bíblico
Expositivo: Antigo Testamento. Vol. II. Geográfica.
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