INTRODUÇÃO
No
capítulo de número
dois, da primeira epístola a Timóteo,
encontramos duas, das muitíssimas exortações
do apóstolo Paulo ao jovem ministro da
igreja de Éfeso, quanto ao comportamento esperado
dos crentes quando eles interagem como uma igreja. Nesta lição,
estudaremos a oração como uma proposta intercessora, nos
conscientizando de que devemos interceder por todos os homens para que eles
alcancem o favor de Deus e, isto inclui os líderes
governamentais da nossa nação;
e, por fim, veremos as recomendações do apóstolo
aos crente de Éfeso, aplicando-as aos nossos dias.
I
–
ADMOESTAÇÕES
PAULINAS QUANTO A ORAÇÃO
INTERCESSORA
Embora
Deus seja O Todo Poderoso e conheça
tudo, Ele decidiu nos deixar “ajuda-lo”
a mudar o curso do mundo através das nossas orações,
ou seja, por meio da nossas intercessões.
“O Verbo 'orar' do grego 'proseuchomai' sempre é
usado acerca da 'oração' feita a Deus”.
Já o verbo interceder, de acordo com o
Dicionário Aurélio
da Língua Portuguesa, é
"pedir, rogar, suplicar (por outrem); intervir
(a favor de alguém ou de algo)". No sentido bíblico
do Novo Testamento é orar em favor de outros, na direção
e no poder do Espírito Santo. Na intercessão,
o intercessor põe-se diante de Deus no lugar da outra
pessoa.
Priorizando
a oração
(1 Tm 2.1).
Ao
introduzir este capítulo, que trata da liturgia do culto público
da igreja de Éfeso, o apóstolo
Paulo diz: “Admoesto-te, pois, antes de tudo...” (1Tm 2.1); “antes de tudo” é
uma linguagem figurada do grego, “ prõton”, que
aponta para dignidade ou importância, o primeiro de todos,
principalmente, especialmente (Mt 6.33;
Rm 3.2; 1Tm 2.1;
2Pd 1.20; 3.3). Essa expressão
frisa a importância de que dentre todas as práticas
que deveriam ser observadas pelos efésios
no culto, esta que o apóstolo apresenta na introdução
como “antes de tudo”,
deveria ser tomada como primazia.
A
igreja como sacerdócio
real (1 Tm 2.1,2).
“A
igreja de Éfeso, quando se reunia para celebrar o
seu culto ao Senhor, já não
dirigia orações (intercessões)
a Deus em favor da salvação dos perdidos. Alguns embriagados
pelos falsos ensinos dos falsos mestres judaizantes, que pregavam a salvação
somente para os judeus e prosélitos do judaísmo
entre os gentios, e gnósticos, que pregavam que os homens
poderiam ser reabsorvidos no próprio ser de Deus, quando ele
recolhesse a si mesmo todas as suas emanações,
haviam perdido o propósito intercessor encontrado na prática
da oração;
Daí, Paulo, exorta a Timóteo,
a resgatar, do seio da igreja, o seu ofício
sacerdotal, o amor e a misericórdia pelas almas perdidas, o
sentimento que deveria os fazer cair de joelhos e clamar em favor da Salvação
do Senhor aos estes perdidos”.
A nobreza da intercessão.
A
Bíblia nos ensina a importância
da intercessão da igreja. Vejamos:
(1)
aplaca o juízo
divino (Gn 18.2332; Nm 14.1319;
Jl 2.17);
(2)
restaura o povo (Ne 1;
Dn 9);
(3)
livra as pessoas do perigo (At 12.5,12;
Rm 15.31);
(4)
atrai a benção
de Deus para povo (Nm 6.2426;
1Rs 18.41-45; Sl 122.68);
(5)
invoca o poder do Espírito
Santo sobre os crentes (At 8.1517;
Ef 3.14-17);
(6)
faz com que o enfermo seja curado (1Rs 17.2023;
At 28.8; Tg 5.14-16);
(7)
leva o pecador a receber o perdão
dos pecados (Ed 9.515; Dn 9;
At 7.60);
(8)
beneficia pessoas investidas de autoridade à
governam bem (1Cr 29.19; 1Tm 1.1,2);
(9)
faz a vida cristã
ser crescente (Fp 1.911; Cl 1.10, 11);
(10)
guarda os pastores (2Tm 1.37);
(11)
protege a obra missionária
(Mt 9.38; Ef 6.19, 20);
(12)
invoca salvação
do próximo
(Rm 10.1).
II
–
A ORAÇÃO
E A VONTADE DE DEUS
O
texto de 1Tm 2, apresenta o comportamento esperado dos homens e das mulheres. Devemos
levar em conta o pano de fundo histórico.
Lendo o versículo oitavo, “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar,
levantando mãos santas, sem ira nem contenda” (1Tm 2.8), a princípio
entendemos que as mulheres eram excluídas
da celebrarão do culto público,
pois a expressão “homem” apresentada no texto, em grego é “aner”, que significa “homem”
em contraste com “mulher”.
O significado primário do texto, é
que os varões eram os que deveriam fazer (ler) as
orações;
a eles competiam à participação
verbal do culto, esta era a herança
das sinagogas (Lc 4.16-20).
Já
as mulheres deveriam permanecer em silêncio,
pois as recentemente convertidas tinham a tendência
de interromper o culto com perguntas, observações
impróprias e trajes desonrosos... Paulo não
estava se recusando, de maneira geral, a permitir que as mulheres participassem
da oração pública”.
Quando o apóstolo se dirige as mulheres “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje
honesto...” (1Tm 2.9), Paulo dá
a entender como ponto pacífico que as mulheres também
participavam da adoração pública
e das orações, desde que não
comprometessem a santidade. Uma melhor forma de entender este texto seria: “Também
desejo que as mulheres que fizerem parte das orações públicas
se vestissem com modéstia...”).
Por
quem orar? (1Tm 2.1,2).
“Acertadamente
e diferentes dos judaizantes e gnósticos,
Paulo admoesta o ministro daquela igreja, dizendo, que todos os homens
necessitam das nossas intercessões, já
que todos estão ao alcance do poder da cruz. O versículo
quatro frisa muito bem a comissão e missão
evangelizadora da igreja de buscar ativamente a Deus em oração
pela salvação de todos os homens”.
Orando
pelos líderes
governamentais e autoridades constituídas.
“As
orações em favor dos governantes, isto é,
presidência da república,
senadores, governadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e
vereadores, etc. Devem visar três coisas.
(1)
A salvação
deles (1Tm 2.4,5);
(2)
um “bom
governo”,
pois devemos enquanto cidadãos obedecer autoridades civis, desde
que não infira o princípios
da moral (Rm 13.17; At 5.29),
(3)
que não
se tornem perseguidores da fé
religiosa, conforme com frequência
tem sucedido. Os judeus reconhecendo a importância
de um tranquilo relacionamento com os governantes seculares, para o benefício
da fé e da inquirição
espiritual, oravam e sacrificavam por seus governantes”
(Ed 6.10; Jr 36.7).
A
quem orar? (1Tm 2.5).
“Os
gnósticos traziam em suas doutrinas, raízes
deístas (doutrina que, apesar de admitir
a existência do Supremo Ser, ensina não
estar Ele interessado no curso que a história
toma, ou venha a tomar), a respeito de Deus. Eles imaginavam que a matéria
(os homens) é má
por si mesma, e, assim sendo, Deus nunca poderia aproximar-se dela, pois, em
tal caso, ficaria contaminado, bem como, a necessidade de muitos mediadores na
criação. A declaração
monoteísta (do grego “monós, “um”, “Theos” “Deus” Crença
na existência de um único
Deus) de Paulo “Porque há um só Deus um só
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem...” (1Tm 2.5), tinha por escopo contradizer
tais noções, além
de asseverar
a existência do Deus teísta, ou seja, o Deus que está
interessado pelo homem que criara, que mantém
o contato com ele, e que tanto o castiga quanto o recompensa, conforme o caso;
Paulo também tinha a intensão
de revelar Cristo
como o único mediador. Existe apenas um
Deus, existe apenas um mediador, a este Deus por meio de Cristo deve ser
dirigidas as orações pela salvação
de todos os homens”.
Os
frutos da intercessão
(1Tm 2.2).
“Quando
Paulo escreveu esta carta, a perseguição
era uma ameaça crescente para os crentes. Mais
tarde, quando Nero, o imperador (aproximadamente 54-68 d.C), precisou atribuir
a alguém a culpa pelo grande incêndio
que destruiu a maior parte de Roma em aproximadamente em 64 d.C. acusou os
cristãos romanos para eliminar a suspeita em
relação à
sua própria pessoa. Então
houve grande perseguição aos cristãos
por todo o Império Romano. Aos cristãos,
não somente eram negados certos privilégios
na sociedade; alguns chegaram até
a ser publicamente assassinados, queimados, ou lançados
como alimento aos animais”. Paulo recomenda o jovem obreiro para
que orassem pelo bem de Nero, a fim de, terem “... uma vida quieta e sossegada , em toda piedade e
honestidade ” (1Tm 2.2). Jesus
já havida dito que devemos orar por
nossos inimigos (Mt 5.4348). Intercedamos por nossa nação,
por nossos governantes, para que possamos desfrutar dos frutos da intercessão.
III
–
RECOMENDAÇÕES
PAULINAS AS MULHERES
A
vontade de Deus para com as mulheres cristãs
é que elas fossem muito discretas
quanto ao vestir. Ao que parece, o “espírito
da Grécia”
influenciava algumas mulheres a serem sensuais aponto de despertarem a luxúria.
Ampliando as recomendações que Paulo deu a Timóteo,
sob a “lupa do evangelho”,
concluímos que as exigências
podem ser aplicadas tanto a homens quanto a mulheres, pois quanto a salvação,
todos precisam viver em santidade.
“...
se ataviem”.
“No grego, “kosmeo”, que significa “pôr
em ordem”, “adornar”,
“decorar”,
“tornar atrativo”.
O termo “kosmos” vem
do verbo “Kosmos” de
onde vem a palavra “cosmético”.
É indiscutível
que o ser humano procura tornar-se atrativo, isto faz parte da natureza humana.
Todavia, Paulo admoesta que os valores cristãos
devem ser diferentes dos do mundo”.
O
verdadeiro adorno.
“Paulo
enfatizou que o caráter interior era muito mais importante
do que a aparência exterior. O padrão
de vestir, das mulheres deveria ser caracterizado por:
(1)
traje
honesto (probidade, decoro, decência;
castidade; pureza);
(2)
com
pudor (sentimento de vergonha, gerado pelo que pode ferir a decência,
a honestidade ou a modéstia),
(3)
com
modéstia (ausência
de vaidade, simplicidade);
(4)
com
boas obras (Gl 5.22). Ampliando estas recomendações,
concluímos que os crentes devem “vestir”
o seu comportamento de uma maneira que complemente o seu caráter,
em vez de discordar dele. Os crentes não
devem ser dados à ostentação,
a enfeites caros, e a adornos excessivos. Tampouco é apropriado
um modo de vestir sedutor ou sexualmente sugestivo. Isso prejudica a santidade
e adoração no culto. Quando Paulo diz que as
mulheres de Éfeso não
usassem tranças, ou ouro, ou pérolas,
ou vestidos preciosos queria dizer que a sua ênfase
deveria estar não na sua aparência,
mas sim em quem elas eram”.
CONCLUSÃO
No
demais, precisamos nos conscientizar de duas coisas: de que fomos chamados por
Deus para levar o seu evangelho a toda criatura. Portanto homens e mulheres
devem diuturnamente clamarem a Deus para as que as vidas perdidas possam
receber a Salvação de Jesus Cristo, como também,
devemos elevar a santidade em nossas vidas.
REFERÊNCIAS
● ALMEIDA. Bíblia
de Estudo Mac Arthur. CPAD.
● ALMEIDA. Bíblia
de Estudo Palavras Chaves Hebraico e Grego. CPAD.
● RIBAS, Degmar. Comentário
do novo Testamento Aplicação
Pessoal. CPAD.
● CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado
Versículo
por Versículo,
Vol 5. HAGNOS.
● ANDRADE, Claudionor Corrêa.
Dicionário
Teológico.
CPAD.
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