INTRODUÇÃO
O sétimo mandamento do Decálogo “não adulterarás” tem como principais objetivos a pureza do matrimônio e a proteção
da família. Nesta lição analisaremos este mandamento; veremos o que a Bíblia
nos diz sobre o adultério tanto no AT quanto no NT; destacaremos alguns tipos
de adultério e qual o plano original de Deus quanto ao casamento; e, por fim,
quais as atitudes que devemos tomar para evitar esta obra da carne.
I – O SÉTIMO MANDAMENTO DO
DECÁLOGO
O quinto mandamento protege a
inviolabilidade do lar (Êx 20.12); o sexto defende a sacralidade da vida (Êx 20.13),
já o sétimo “Não adulterarás” a sacralidade do casamento (Êx 20.14).
“A palavra adultério vem do latim, adulterium, que tem o
sentido de “dormir na cama alheia”. É a relação sexual entre pessoa casada, com
outra que não é o seu cônjuge”. Este mandamento tem
como objetivo a abstenção de toda impureza da carne e ainda exorta para
conservação do leito sem mácula, isto é, o amor conjugal e a coabitação. Ele
visa proteger o matrimônio por ser uma instituição sagrada instituída por Deus.
Esta prática nociva se constitui num pecado contra Deus, contra si mesmo e
contra o próximo (Gn 39.9; I Co 6.18; Rm 13.9). A pena capital para o adultério
era a morte (Lv 20.10).
II - O ADULTÉRIO À LUZ DA BÍBLIA
“O adultério é um pecado gravíssimo aos
olhos de Deus, o Criador do casamento, do lar e da família. A sociedade sem
Deus, relativista e hedonista, não o vê como algo pecaminoso, e sim, como
tendência natural do ser humano, que, segundo interpretação da teoria da
evolução, o homem é polígamo por natureza, seguindo o exemplo de certos
animais.
No entanto, a visão cristã passa pelas
lentes fortes e cristalinas da Palavra de Deus, que considera a infidelidade
conjugal como vergonhosa traição aos princípios sagrados, estabelecidos por
Deus para o casamento”.
No Antigo Testamento.
O mandamento “Não adulterarás” faz parte do Decálogo e foi dado ao povo de Israel a fim de
preservar a santidade do lar (Êx 20.14; Dt 5.18). É interessante destacar que
“também está envolvida a questão da herança da família e a preservação da
pureza tribal. Finalmente, o próprio ato era considerado um crime sério, um ato
de contaminação (Lv 18.20). Por esse motivo, era imposta a pena de morte,
envolvendo a execução de ambos os culpados (Êx 20.14; Lv 20.1). A pena de morte
mostra que as sociedades antigas encaravam o adultério não meramente como um ato
privado errado, mas que ameaçava o arcabouço do lar e da sociedade” (CHAMPLIN,
2004, vl. 01, p. 66). Infere-se que passagens como Levítico 20.10-21, que
tratam de comportamentos sexuais proibidos, sejam simplesmente uma extensão da
lei sobre adultério.
No Novo Testamento
Os ensinamentos neotestamentários
seguem o mesmo padrão veterotestamentário quanto a reprovação da prática do
adultério (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo
adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos (Mc 10.19; 18.20),
incluindo até o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Pedro fez
semelhante declaração “Tendo
os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas
inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição” (II Pe 2.14). O apóstolo Paulo acrescentou que o adultério é
uma obra da carne e que os que praticam são passíveis de morte e não herdarão o
Reino dos céus (Rm 1.29-32; I Co 6.10; Gl 5.21). Confira também (Ap 22.15).
III – TIPOS DE ADULTÉRIO
A violação do sétimo mandamento, pode
se dar pelo menos de três formas:
IV - O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO
SEGUNDO A BÍBLIA
União heterossexual (Heteros =
diferente) + (sexual = sexo)
O relacionamento conjugal só é possível
entre um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn
1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo,
se constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17). Visto
que, o objetivo principal do casamento é a procriação e, biologicamente, a
prática homossexual não pode cumprir esse propósito. Por isso, em (Rm 1.26-28),
Paulo diz que tal comportamento é:
(1)
“contrário à natureza”;
(2) “sentimento perverso” e
(3)
“coisas que não convêm”.
União Monossomática (mono = um) +
(soma = corpo)
Deus, de um ser humano, fez dois (Gn
2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne.” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva poderiam
ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos
laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “serão ambos uma carne” (Gn 2.24).
União indissolúvel
A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento
é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher”
(Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no
hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no
hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz a
forma substancial de “cola” e também as idéias mais abstratas de “lealdade e
devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto
(pessoa) ser único a outro. Três termos na Bíblia nos atestam a
indissolubilidade do casamento. Deus diz: “e apegar-seá à
sua mulher” (Gn 2.24-b); Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6); e, Paulo diz: “Porque a mulher... enquanto ele
viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2).
União monogâmica (mono = um) +
(gamós = casamento)
Monogamia, é o sistema de
constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só
marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18).
O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao
casamento monógamo “cada um tenha a sua própria
mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2). A monogamia foi ensinada como um preceito moral
contra o adultério “Não cobiçarás... a mulher
do teu próximo (singular)”. Isso traz implícito que o
próximo só poderia ter uma esposa legítima.
V – COMO EVITAR O ADULTÉRIO
Vigilância, oração e meditação na Palavra
de Deus são os recursos mais importantes para quem deseja vencer toda e
qualquer tentação (Mt 26.41; Sl 119.9,11). Mas, no que diz respeito a sedução
do adultério, existe outros cuidados que o casal deve tomar. Vejamos:
Evitando
conversas íntimas com pessoas do sexo
oposto (I Co 15.33);
Ocupando
a mente com o que é proveitoso (Pv
4.23; Mt 15.19; Fp 4.8; Cl 3.1-3);
Afastando
dos olhos aquilo que pode levar a
pessoa a alimentar o pecado (Jó 31.1; Sl 101.3; Mt 6.22,23);
Mantendo-se
longe de pessoas cujo comportamento
está em desacordo com a Bíblia (Sl 1.1-3; I Co 5.11);
Mortificando
a carne e andando em Espírito (Cl 3.5;
Gl 5.16-18);
Abstendo-se
do ato sexual com o cônjuge apenas por
consentimento mútuo e por tempo determinado (I Co 7.5);
Mantendo
o cônjuge satisfeito(a) (Pv 5.15; I Co 7.3);
Observando
a Palavra de Deus (Sl 119.11; Pv 4.20);
Orando
e vigiando sempre (Mt 26.41).
CONCLUSÃO
Após a Queda do homem no Éden, a
perversão sexual passou a fazer parte da história do ser humano, e, por esta razão,
Deus condenou as práticas sexuais ilícitas na Bíblia sagrada. Dentre elas,
encontra-se o adultério, que é a relação sexual com pessoa que não seja o
cônjuge. O Senhor proibiu terminantemente esta prática no decálogo, visando a
pureza do matrimônio e a proteção da família.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
LOPES,
Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo
casamento. HAGNOS.
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
REIFLER,
Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA.
RENOVATO,
A Família Cristã e os ataques do inimigo. CPAD
VINE, W.E, et al. Dicionário
Vine. CPAD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário