INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição que a Lei que foi
dada por Deus tinha os seguintes propósitos:
- prescrever a conduta de Israel;
- (b) definir o que era pecado;
- (c) revelar aos israelitas a sua tendência inerente de transgredir a vontade de Deus e de praticar o mal;
- (d) despertar neles o sentimento da necessidade da misericórdia, graça e redenção divinas (Rm3.20; 5.20; 8.2). Ainda estudaremos o que é a “Lei Moral de Deus”, quais os atributos divinos que estão inerentes nela, bem como a natureza e a função desta no AT e, por fim, concluiremos falando sobre Jesus e os Dez Mandamentos.
I - A LEI MORAL DE DEUS
Os Dez Mandamentos foi fruto de uma
aliança ou pacto com Deus. O termo “pacto” ou “aliança” em hebraico é de “berit”, e “berit karat” que significa “fazer uma aliança”. Uma aliança é um acordo
feito entre duas ou mais pessoas. Por isso, após ouvir os detalhes do pacto, o
povo de Israel respondeu com entusiasmo positivo (Ex19.7,8).
Esses mandamentos, dados por Deus a
Moisés, no monte Sinai, tornaram-se a base da legislação levítica. “Podemos dizer que as leis morais de Deus são
aquelas que são baseadas em sua própria natureza”. O próprio Deus é o padrão absoluto de justiça. Visto que
as leis morais refletem sua natureza e caráter, elas são “imutáveis e
irrevogáveis”. Visto que a natureza moral do Senhor é permanente e não pode
mudar (Nm 23.19; Is 41.4; Ml 3.6; Hb 1.11,12; Tg 1.17), as leis que são baseadas
nessa natureza são absolutas. Elas são perfeitas e eternas.
II - ATRIBUTOS DIVINOS APLICADOS A
LEI MORAL
A lei moral de Deus é resumida nos Dez
Mandamentos (o Decálogo). O número dez nas Escrituras indica plenitude ou
completude. Assim, os Dez Mandamentos representam o padrão ético INTEIRO dado à
humanidade por toda a Bíblia. Sabemos que a Lei moral de Deus é baseada em seu
caráter moral, pois os atributos de Deus são aplicados a essa Lei.
III – A LEI MORAL COMO PARADIGMA
DA LEI CIVIL
Há uma importante distinção entre leis
morais e leis civis na Lei de Deus. As morais refletem o padrão da criação e vigorariam
mesmo que não houvesse queda ou pecado.
Por outro lado, as civís existem por causa da
queda. Se não existisse o pecado não haveria necessidade de uma lei
civíl para punir assassinos, ladrões, malfeitores e etc; haveria somente as
leis morais sendo obedecidas perfeitamente por todos os homens, mas não as leis
civís, pois não haveria transgressões para se punir. Neste contexto, as leis
civís devem ser entendidas como instrumentos instituídos por Deus para que os
homens possam, com justiça, lidar com os problemas da transgressão das leis
morais (Is 1.23-26; 10.1-2). O Apóstolo João explicou que a exigência do sexto
mandamento “Não matarás” (Êx. 20.13) não é somente externa, mas também interna: “Todo o que odeia a seu irmão é homicida”. (I Jo 3.15). Jesus explicou o mesmo em relação ao sétimo mandamento,
“não adulterarás” (Êx 20.14), dizendo que: “Todo aquele que olhar para uma mulher para a
cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28). Enquanto as leis morais exigem absoluta retidão,
interna e externa, diante de Deus, as leis civís somente estabelecem a
obediência externa a alguns aspectos das leis morais.
IV - A NATUREZA E A FUNÇÃO DA LEI
NO AT
Notemos os seguintes fatos no tocante a
natureza e a função da lei no AT (STAMPS, 1995, pp. 146,147):
- A lei foi dada por Deus em virtude do concerto que Ele fez com o seu povo. Ela expunha as condições do concerto a que o povo devia obedecer por lealdade ao Senhor Deus, a quem eles pertenciam (Êx 24.1-8).
- A obediência de Israel à Lei devia fundamentar-se na misericórdia redentora de Deus e na sua libertação do povo (Êx 19.4).
- A lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (Êx 19.4-6; 20.1-17; 21.1—24.8). A lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (Êx 20.2; Dt 28.1,2; 30.15-20).
- Tanto no AT quanto no NT, a total confiança em Deus e na sua Palavra (Gn 15.6), e o amor sincero a Ele (Dt 6.5), formaram o fundamento para a guarda dos seus mandamentos. Paulo declara que Israel não alcançou a justiça que a lei previa, porque “não foi pela fé” que a buscavam (Rm 9.32).
- A lei ressaltava a verdade eterna que a obediência a Deus, partindo de um coração cheio de amor (Gn 2.9; Dt 6.5) levaria a uma vida feliz e rica de bênçãos da parte do Senhor (Gn 2.16; Dt 4.1,40; 5.33; 8.1; Sl 119.45; Rm 8.13; 1Jo 1.7).
- A lei expressava a natureza de Deus, seu amor, bondade, justiça e repúdio ao mal. Os fiéis israelitas deviam guardar a Lei moral de Deus, pois foram criados à sua imagem (Lv 19.2).
- A lei funcionava como um tutor temporário para o povo de Deus até que Cristo viesse (Gl 3.22-26). O antigo concerto agora foi substituído pelo novo concerto, no qual Deus revelou plenamente o seu plano de salvação mediante Jesus Cristo (Rm 3.24-26; Gl 3.19).
V - JESUS E OS DEZ MANDAMENTOS
Segundo Donald Stamps, a Lei Mosaica
admite DIDATICAMENTE uma tríplice divisão:
- a lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (Êx 20.1-17);
- (b) a lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (Êx 21.1 — 23.33);
- (c) a lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (Êx. 24.12 — 31.18).
Vejamos uma comparação ao que a Lei
dizia e o que Jesus disse:
CONCLUSÃO
Concluímos que a “Lei Moral de Deus” é completa, perfeita,
boa, santa e serve para nos conduzir como “aio” ao caminho que nos leva a
sermos obedientes e fiéis ao nosso Senhor, e também aprendemos que o próprio
Deus é o padrão absoluto de justiça visto que as leis morais refletem sua
natureza e caráter e por isso são “imutáveis e irrevogáveis”.
REFERÊNCIAS
· ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
· SOARES, Esequias. Visão
Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
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