INTRODUÇÃO
Em Daniel, capítulos 10-12, o profeta
recebe a revelação dos últimos acontecimentos com a nação de Israel. A nação e
colhida fará um acordo de paz por sete anos com o Anticristo - o chifre pequeno
(Dn 7.8). Na metade do tempo proposto, o Anticristo desencadeará uma grande
perseguição contra o povo judeu. Todavia, Deus protegerá os fiéis. Nesta lição
destacaremos o cuidado divino com o Israel fiel durante esse período
turbulento; veremos informações sobre a Grande Tribulação; e, ainda pontuaremos
como se dará a conversão dos judeus durante a angústia de Jacó.
I – O CUIDADO DIVINO COM ISRAEL
DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO
“As profecias de Daniel até 11.35 podem
ser com relativa facilidade relacionadas a acontecimentos da história antiga,
os quais lhes deram cumprimento, mas, a partir daí até o final do capítulo 12,
não encontramos qualquer correspondência com a história passada, pois dizem
respeito a eventos que ainda estão porvir”. O capítulo 12 do livro de Daniel
inicia mostrando que Deus dará proteção ao remanescente judeu:
Proteção espiritual (Dn 12.1).
Deus protegerá o seu povo remanescente
através do arcanjo Miguel no período sombrio da Grande Tribulação. “Este ser
angelical é citado nas Escrituras como um anjo guerreiro; seu nome significa: “Quem é semelhante a Deus?”. Ele é sempre citado em conexão com a guerra (Dn 10.13,21;
12.1; Ap 12.7). Em Dn 10.13,21, ele é apontado como o anjo guardião da nação de
Israel (Dn 12.1). Miguel é o chefe, o comandante, o capitão dos exércitos
celestes, em oposição as hostes espirituais das trevas. A expressão o “Arcanjo”
designa algum altíssimo poder angelical, dotado de autoridade sobre larga área,
celestial ou terrena; “arcanjo” ou “arca”, como já ficou demonstrado, sugere um
“anjo comandante”, principal e poderoso”. “Miguel não só aparece num momento
especifico, mas há um tempo em que ele será ativo, um período que coincidirá
com a época do Anticristo (Dn 11.45). Miguel também se levantará quando o
Anticristo começar sua carreira (Dn 11.36), ou, mais provavelmente, no meio da
carreira do Anticristo, quando ele volta sua atenção para a terra gloriosa (Dn
11.41). Ele está pronto para lutar, pois é um momento crítico para Israel. O
agente de Satanás, o Anticristo, está prestes a desatar o mais horrendo
genocídio jamais experimentado na história da humanidade”.
Proteção física (Dn 11.41).
Tanto o profeta Daniel como João o
escritor do livro do Apocalipse nos mostram que, durante o tempo da Grande
Tribulação haverá uma área demarcada por Deus, diante da face do destruidor,
que ele não terá acesso. Esta área servirá de “refúgio” para o seu povo: o
remanescente. “Tanto no Antigo como no Novo Testamento, esse lugar de “refúgio”
tem vários nomes:
(a) O lugar preparado por Deus (Ap 12.6);
(b) O refúgio (Is 16.4);
(c) O quarto (Is 26.20);
(d) O isolamento (SI 55.5-8).
Na simbologia profética, isso significa
“o deserto dos povos” (Ez 20.35). Será, sem dúvida, o que está depreendido do presente
texto: “Edom e Moabe, e as
primícias dos filhos de Amom”.
Esses países serão os únicos a
escaparem da influência do Anticristo. Essa região será demarcada por Deus
naqueles dias sombrios da Grande Tribulação e servirá de “refúgio perante a face do destruidor” (Is 16.4). O monte Sião será também demarcado (Ob v.17; Ap
14.1). Todos esses lugares acima mencionados se transformarão no “deserto de Deus”, preparado para a “mulher”
(o Israel Fiel) durante a época da
Grande Angústia (Sl 60.8-12; Is 16.4; 26.20; 64.10; Jr 32.2; 40.11; Ez 20.35;
Dn 11.41; Os 2.14; Mt 24.36; Ap 12.6,13-17).
II – QUANDO E COMO SERÁ A GRANDE
TRIBULAÇÃO
A Bíblia nos diz que o Anticristo
aparecerá logo após o Arrebatamento da Igreja (II Ts 2.6). Ele proporá a algumas
nações e a Israel um pacto de sete anos “E
ele firmará aliança com muitos por uma semana” (Dn 9.24-a). Todavia, após o término da primeira fase do seu
governo (três anos e meio), o Anticristo irá se voltar contra Israel, rompendo
a aliança de paz que havia feito com os judeus por sete anos e desencadeará uma
grande perseguição contra este povo e sua religião “e na metade da semana fará cessar o sacrifício e
a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à
consumação [...]” (Dn 9.27-b; cf. Dn
7.25).
A grande tribulação (Dn 12.1-b).
É a “provação a que sera submetida a
descendência de Israel durante a Grande Tribulação. A expressão usada pelo
profeta Jeremias nos dá uma ideia desse momento difícil: “Ah! porque aquele dia e tão grande, que não
houve outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó; todavia, há de ser livre
dela” (Jr 30.7). Angústia fala de um aperto
sem referências, quer na história sagrada, quer na história secular do povo de
Deus. É o sofrimento dos sofrimentos!. Em Marcos 13.19, Jesus acrescenta ainda
mais informações. Eis algumas informações sobre este período de tentação que há
de vir:
(a) durará três anos e meio (Dn 7.25; Dn 12.1,7; Ap 11.2;
13.5,6);
(b) será um tempo de angústia incomparável (Jr 30.7; Dn 12.1; Mc
3.19; Lc 21.25 );
(c) alcançará Israel e o mundo gentio (Dn 7.24,25; Ap 3.10).
Haverá salvação durante este
período (Dn 12.1-c).
É importante destacar que durante o
período sombrio da Grande Tribulação “muitos judeus
e gentios aceitarão a Cristo no período posterior
ao Arrebatamento da Igreja, mas serão martirizados. Em Apocalipse 7.1-8, o
apóstolo João foi informado de que 144.000 israelitas, 12.000 de cada uma das
tribos enumeradas, seriam selados por Deus no decorrer da Grande Tribulação. Em
Apocalipse 14.1, eles aparecem sobre o monte Sião. Em Apocalipse 7.9-17, muitos
serão martirizados, crentes
de todos os países e raças. Estes
aparecem triunfantes, nos céus. Eles serão mortos na Terra, durante a Grande
Tribulação, pelo ditador mundial, que exigirá que todos o adorem sob pena de
morte (Ap 13.15)”.
III – A CONVERSÃO DE TODO ISRAEL
NO PERÍODO DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Alguns teólogos afirmam que Deus
rejeitou para sempre a nação de Israel, que a mesma está debaixo de
maldição, e que a Igreja tomou o lugar
de Israel no plano e propósito divinos. Consequentemente, essa APLICAÇÃO ERRÔNEA de termos, significaria que a nação judaica está eternamente
separada de Deus. Jamais poderá voltar a gozar do favor divino. Mas em Romanos
caps. 9 a
11, o apóstolo Paulo claramente revela a restauração da nação e que no plano de
Deus o povo judeu ainda será muito abençoado. Israel será por “cabeça das nações e não por cauda” (Dt 28.13).
Primeira parte (Israel confessa o
pecado).
“Naqueles dias, os lideres de Israel
por fim reconhecerão o motivo de a tribulação ter vindo sobre eles, o que
deverá ocorrer por intermédio do estudo das Escrituras, da pregação dos
144.000, das palavras das duas testemunhas. Muito provavelmente, será uma
combinação de todos estes fatores, mas os líderes, de alguma forma, dar-se-ão
conta do pecado da nação. Embora, no passado, tenham levado a nação a rejeitar
o messiado de Jesus, agora farão com que a nação o aceite. A regeneração da
nação, portanto, virá através da confissão nacional. Então, toda a nação será
salva, cumprindo a profecia de Romanos 11.25-27. “Todo o Israel” significa exatamente isto, ou seja, todo judeu que estiver
vivo naquele momento. Será o terço sobrevivente dos judeus que estavam vivos no
inicio da Grande Tribulação (Zc 13.8-9)”, (Cf. Ez 37.11).
Segunda parte (Israel clama pelo
Messias).
“O segundo aspecto que conduz a segunda
vinda é a súplica de Israel pela volta do Messias, a fim de salvar a nação dos
exércitos do mundo, os quais tencionam destruí-la e encontram-se reunidos nas
cercanias de Bozra. A intercessão dos judeus é abordada em muitas partes das
Escrituras. Zacarias 12.10- 13.1 descreve este evento. O rogo pela volta do
Messias não ficará restrito aos judeus de Bozra, mas também se estenderá aos
judeus que ainda estiverem em Jerusalém. Eles confessarão o pecado da nação e
orarão pelo retorno de Jesus, para que os salve das aflições daquele momento.
Clamarão por aquEle a quem crucificaram. Este será o resultado do derramar do
Espirito Santo (Zc 12.10), da lamentação de Israel pelo Messias (Zc 12.11-14) e
da purificação dos pecados da nação (Zc 13.1)” (LAHAYE, 2010, p. 116). (Cf.
37.9-14).
IV – A SEGUNDA FASE DA SEGUNDA
VINDA DE JESUS PARA IMPLANTAR O SEU REINO
A segunda fase da Segunda Vinda de
Cristo é conhecida como a “manifestação
gloriosa” (veja Tt 2.13), e é descrita em
detalhes em Apocalipse 19.11-20. “A Bíblia nos mostra que finalmente chegará o “grande dia do Senhor” e a pedra cairá “nos
pés” da estátua (nos dias do Anticristo).
Então... “o ferro, o barro, o cobre,
a prata, e o ouro, serão esmiuçados como a pragana das eiras, no estio” (Dn 2.34,35; 8.25; 9.27; 11.45; M t 21.44; 2 Rs 2.8; Ap
19.20.) Todos sabemos que este império de ferro tem atravessado séculos e até
milênios, mas “chegará ao seu fim” como está predito na “Escritura da Verdade”. Cristo (a
grande pedra) como sabemos, não cairá na cabeça (Império Babilônico) da
estátua, nem em seu peito (Império Medo-persa), nem no ventre (Império Grego),
nem nas suas pernas (Império Romano) compreendendo de 754 a.C. a 455 d.C. Todos
sabemos que, quando Jesus veio a este mundo como meigo Salvador, não destruiu o
Império Romano, pelo contrário, este poder de ferro o crucificou, e rosperou
ainda por cinco séculos. Mas, como já ficou demonstrado acima, chegará o dia em
que a pedra cairá “nos pés” da estátua (no Armagedom), e tudo que diz respeito a esse
sistema político mundial terminará no vale de Armagedom pelo triunfo de Cristo
(Ap 19.11-21)”.
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a nação de Israel
pagou um alto preço por ter rejeitado o Jesus, o Messias. Setenta semanas de
anos foram determinadas sobre o povo. Todavia, o povo judeu não foi rejeitado
por Deus. Quando o seu povo se sentir acoado pelo Anticristo e seus exércitos
no vale do Armagedom, eles clamarão por livramento e o Cristo a quem eles haviam
crucificado descerá para lhes proporcionar livramento e implantar o Reino
Milenial como anunciado pelos santos profetas.
REFERÊNCIAS
ADEYEMO,
Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão.
GILBERTO,
Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
LAHAYE,
Tim. Enciclopédia Popular de profecia bíblica. CPAD.
OLSON,
Nels Laurence. O plano divino através dos séculos. CPAD.
SILVA,
Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
WALVOORD, John F. Todas as Profecias da Bíblia. VIDA.
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