INTRODUÇÃO
Um
dos aspectos mais importantes da experiência dos israelitas no monte
Sinai foi o recebimento da Lei de Deus, através do seu líder,
Moisés. Nesta lição relataremos o pacto de Deus com o seu povo,
Israel; veremos a necessidade e o objetivo da Lei; falaremos sobre a
importância do Decálogo quanto a todo conteúdo das Escrituras, e,
por fim, destacaremos que Cristo é o objetivo da Lei para justiça
de todo aquele que crê.
I
– O PACTO DE DEUS COM O POVO DE ISRAEL NO SINAI
Lembrando
o grande livramento.
Deixando
Elim, os israelitas chegaram ao deserto de Sim, e dali foram a
Refidim, onde montaram acampamento (Êx 16.1; 17.1). No terceiro mês
após o êxodo, alcançaram o deserto do Sinai (Êx 19.1). Ali Moisés
recebeu uma comunicação de Deus para transmitir ao povo o grande
livramento que Ele havia feito tirando-os do Egito: “Vós
tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre as asas de
águias, e vos trouxe a mim” (Êx
19.4). Com esta metáfora, Deus descreveu o êxodo e a jornada para o
Sinai. As águias, comumente, tiram seus filhos dos ninhos e leva-os
sobre as asas para ensiná-los a voar. No seu cântico final, Moisés
empregou essa figura de linguagem para retratar o cuidado de Deus por
Israel e que só o Senhor podia fazer tal coisa (Dt 32.11,12).
O
pacto no monte Sinai.
Foi
ao pé do monte Sinai que Deus fez uma aliança com Israel exigindo
obediência irrestrita aos seus mandamentos e fazendo-lhes preciosas
promessas (Êx 19.5,6). O termo pacto ou aliança em hebraico é de
berit,
e berit
karat que
significa “fazer (lit. „cortar‟ ou „lapidar‟) uma aliança”.
Uma aliança é um acordo feito entre duas ou mais pessoas. Por isso,
após ouvir os detalhes do pacto bilateral, o povo de Israel
respondeu com entusiasmo positivo (Êx 19.7,8).
A
ratificação da aliança.
Em
(Êx 19.9-25) para gravar na mente dos hebreus a importância do
pacto da Lei, Deus se apresentou na nuvem e pronunciou os Dez
Mandamentos em voz forte (Êx 19.9,19). A santidade de Deus foi
destacada pelos preparativos que Israel fôra orientado a fazer. Eles
deveriam se santificar e lavar as suas vestes (Êx 19.10-15). Moisés
foi instruído a marcar um limite em torno do monte Sinai para que os
israelitas não o tocassem. Dessa forma, eles aprenderam a grandeza
inacessível e sua sublime majestade (Êx 19.12-25). No capítulo 24
do livro do Êxodo, Deus ratificou o pacto entregando a Moisés os
mandamentos escritos em pedra por suas próprias mãos (Êx 31.18; Dt
9.10).
II
– A NECESSIDADE E O OBJETIVO DA LEI
Todo
o povo precisa ter leis, e até as tribos mais primitivas contam com
sua legislação, formal ou informal. Com o povo de Israel não podia
ser diferente. Deus revelou sua Lei para os israelitas no Sinai (Êx
20.1,2). A Lei era necessária por pelos menos três motivos:
- Proporcionar uma norma moral para os redimidos.A Lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (Êx 19.4-6; 20.1-17) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A Lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (Êx 19.4; 20.2) a fim de instruí-lo na vontade do Senhor, para que pudesse realizar o propósito de Deus (Êx 19.6). Logo, a revelação foi dada “não para dar, mas para orientar a vida” (Lv 20.22,23).
- Demonstrar a natureza e o caráter de Deus.
A
Lei expressava a natureza e o caráter de Deus, isto é, seu amor,
bondade, justiça e repúdio ao mal, e sobretudo que o Deus de
Israel é Santo (Lv 11.44,45; 19.2; 20.7,26; 21.8). A Bíblia
denomina Deus de “santo” (Sl 99.3). Ele é chamado de o “Santo
de Israel” no
(Sl 89.18); e, no livro do profeta Isaías, aproximadamente trinta
vezes (Is 1.4; 57.15). A santidade é uma característica da própria
natureza de Deus, e não somente expressão de um procedimento
santo. Ele mesmo diz: “Eu
sou santo” (Lv
19.2; Sl 99.6,9; I Pe 1.16).
- Mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e revelar que só pela graça podemos ser salvos.
O
apóstolo Paulo disse que “nenhuma
carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela
lei vem o conhecimento do pecado” (Rm
3.20). Ela não fôra dada como um meio de se alcançar a salvação,
mas “nos
serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé
fôssemos justificados” (Gl
3.24). A palavra grega traduzida por “aio” é “paidagõgos”
que
significa “instrutor”, “professor” e indica um escravo, cuja
tarefa era cuidar de uma criança até que ela chegasse a idade
adulta. A Lei serviu de aio para mostrar os nossos pecados e nos
conduzir a Cristo (Gl 3.25).
III – OS DEZ
MANDAMENTOS
Os
Dez Mandamentos também chamado de Decálogo (Em grego decá,
dez + logos,
palavras), são a legislação essencial que o Senhor entregou ao
povo de Israel no Sinai (Êx 20 e Dt 5). Didaticamente, estes
mandamentos podem ser divididos em duas partes distintas: (1)
os
primeiros cinco mandamentos dizem respeito aos nossos deveres para
com Deus; (2)
os
cinco últimos mandamentos dizem respeito aos nossos deveres para com
o próximo. Constituindo-se na essência do Pentateuco, o Decálogo é
a mais perfeita das leis escritas. Vejamos na tabela abaixo quais os
princípios morais dos Dez Mandamentos ensinados no AT e reafirmados
no NT:
IV
– CRISTO O FIM DA LEI
Os
Dez Mandamentos não foram anulados por Cristo, mas, rigorosamente
cumpridos por Ele durante o seu ministério (Mt 5.17; Gl 4.4). Se a
cerimônia levítica perdeu a razão de ser com o advento do Messias,
o mesmo não se deu com os mandamentos. No sermão do Monte, o Senhor
Jesus reafirmou os artigos do Decálogo (Mt 5-7). Quanto à
controvérsia sobre o sábado, é interessante observar que o sábado
judaico não é obrigatório para os crentes, pois já não estamos
sob o jugo da Lei (Rm 6.14; 7.14; 8.1-5). Não dependemos da Lei para
sermos salvos e aceitos diante de Deus (Gl 3.23-25; 4.4-5), pois
fomos transferidos da Antiga Aliança e unidos a Cristo para a
salvação (Rm 7.1-4).
“O
sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do
sábado” (Mc
2.27). O sábado, instituído por Deus, traz implícita a ideia de
descanso para o ser humano (Êx 20.8). O propósito é que todos se
abstenham um dia da semana no trabalho diário, a fim de adorar a
Deus e buscar comunhão com Ele, para permanecerem fisicamente
saudáveis e espiritualmente fortes (Is 58.13,14). Com o advento do
Cristianismo, o Dia do Senhor (Domingo), passou a preencher este
objetivo (1Co 16.1,2; At 20.7).
“Porque
o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm
10.4). Com estas palavras o apóstolo Paulo deixou claro que crer em
Cristo como Senhor e Salvador põe um fim à busca inútil do pecador
pela justiça por meio de suas tentativas imperfeitas de salvar a si
mesmo pelos esforços em obedecer a Lei (Is 64.6; Rm 3.20-22; Cl
2.13-14).
CONCLUSÃO
Tanto
no Antigo quanto no Novo Testamento, a total confiança em Deus e na
Sua Palavra (Gn 15.6), e o amor sincero a Ele (Dt 6.5), formaram o
fundamento para a guarda dos seus mandamentos.
REFERÊNCIAS
STAMPS,
Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário
Teológico.
CPAD.
HOFF,
Paul. O
Pentateuco. VIDA.
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