A
CIDADE DE SARDES
O nome da cidade de Sardes vem da palavra hebraica “sarid” que significa “o que escapou” ou “o remanescente” Quando João escreveu esta carta, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente degenerada. Sua glória estava no passado e seus habitantes entregavam-se aos encantos de uma vida de luxúria e prazer;
1.2 Geografia. Sardes foi a capital da Lídia
no século VII a.C. e era uma das cidades mais magníficas do mundo nesse tempo.
Localizada
a cerca de 24 Km de Esmirna e situada no alto de uma colina, ela era
fortificada por uma grande muralha, seus soldados e habitantes se sentiam
imbatíveis e pensavam que jamais cairiam nas mãos dos inimigos. Por ser uma cidade
bem protegida contra invasões era denominada de “A inconquistável”, antiga capital da Lídia. A opulência e riqueza
da cidade a levaram a decadência moral e
luxúria.
Lídia era uma antiga
região da Ásia Menor. Atribui-se
aos lídios a invenção da moeda. Quando Ciro
II
da Pérsia conquistou a
Lídia, apoderou-se de sua grande riqueza e nomeou Creso como seu conselheiro, depois de
evitar que esse se suicidasse atirando-se em uma grande pira.
Mas,
a cidade orgulhosa caiu nas mãos do rei Ciro da Pérsia em 529 a.C., quando este
a cercou por 14 dias, e depois a invadiu com seu exército, quando os soldados
de Sardes estavam dormindo. Um fato interessante é que, cerca de trezentos anos
depois, por volta de 218 a.C., Antíoco Epifânio dominou a cidade da mesma
forma. As duas invasões ocorreram por causa da autoconfiança e falta de
vigilância dos seus habitantes;
Os reis de Pérgamo depois reconquistaram o poder até que os
Romanos dominaram. Ao tempo de Tibério ela foi desolada por terremotos e
pragas. Hoje é um montão de ruínas desabitadas.
Esta cidade era em determinada época uma cidade muito importante
comercialmente. Plínio disse que a arte de tingir lã foi inventada ali. Ele era
o centro onde se tingia tecidos de lã e tecia tapetes. Ela tinha uma
considerável quantia de prata e ouro na área e diz-se que as moedas de ouro
foram primeiramente cunhadas ali. Ela tinha também um mercado de escravos.
1.3
Religião. Como
as demais cidades da Ásia Menor, Sardes estava completamente comprometida com a
idolatria, pois, tinha como padroeira a deusa Cibele, que era creditada com o
poder especial de restaurar vida aos mortos. As
ruínas maciças do templo podem ainda serem vistas. No entanto, para a Igreja que
estava espiritualmente morta naquela cidade, somente o Senhor Jesus, o que tem
os sete Espíritos de Deus, poderia restaurá-la (Ap 1.4).
Duas coisas impressionaram-me fortemente quando observei esta
adoração de Cibele. Uma foi o fato que ela usava uma chave como a de Janus que
lhe dava a mesma autoridade de Janus, ( a chave dos céus e da terra e dos
mistérios) e o fato que os adoradores se feriam a si mesmos até que o sangue jorrava
de seus corpos, prática esta ainda hoje levada a efeito por católicos que
sentem que estão sofrendo como o Senhor.
Cibele era a Astarote da qual Jezabel era a sacerdotisa e que
levou Israel a tropeçar pelos ritos licenciosos que ela dirigia?
Sim, esta é quem ela é na Bíblia.
A IGREJA EM SARDES
E ao anjo da igreja que está em Sardes
escreve:...
Não
podemos afirmar, ao certo, quem era o anjo (pastor) da Igreja de Sardes. No
entanto, podemos deduzir que ele conhecia muito bem os problemas daquela Igreja.
Todas as cartas foram enviadas ao anjo da Igreja (Ap 2.1,8,12,18; 3.1,7,14,22)
porque ele era a pessoa mais indicada, não apenas para transmitir o conteúdo da
carta aos cristãos daquela localidade, como também corrigir os erros
doutrinários e conduzir a Igreja a um genuíno avivamento;
Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus, e as
sete estrelas...
Esta mesma frase é
encontrada quatro vezes no Livro de Apocalípse.
Apocalípse 1: 4, "Dos
sete espíritos que estão diante de seu trono."
Apocalípse 3:1, "Isto diz o que
tem os Sete Espíritos de Deus."
Apocalípse 4:5, "E
do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes e diante do trono ardiam sete
lâmpadas de fogo as quais são os sete Espíritos de Deus."
Apocalípse 5: 6, "E
olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre
os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete
olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra."
A
expressão “sete Espíritos” significa: a multiforme operação do Espírito Santo,
como podemos ver em (Is 11.1,2): “E repousará sobre ele o Espírito do
Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de
fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor”. Quanto as
“sete estrelas” Jesus referiu-se aos anjos (pastores) das Igrejas, conforme (Ap
1.20);
Existe
apenas um Espírito Santo (Ef 4.4): ”há um só corpo e um só Espírito, como
também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação”.
Eu sei as tuas obras...
Já vimos
em lições anteriores que, em todas as cartas, Jesus diz: “Eu sei as tuas obras”
ou “Eu conheço as tuas obras” (Ap 2.2,9,13,19; 3.1,8,15) o que significa dizer
que Ele não está alheio ao serviço que prestamos em prol do Reino de Deus aqui
na terra. No entanto, o Senhor Jesus não fez menção, nem elogiou as boas obras
de Sardes, como em outras cartas, tais como: o trabalho e a paciência de Éfeso
(Ap 2.2); a perseverança na fé da Igreja de Pérgamo (2.13); o amor, o serviço,
a fé e a paciência dos crentes de Tiatira (Ap 2.19); pelo contrário, o Senhor
Jesus diz: “Não achei as tuas obras
perfeitas diante de Deus” (Ap 3.2);
Obra
(ergon), denota “trabalho, ação, ato” (Rm 15.18): ”Porque não ousaria dizer coisa
alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para obediência dos gentios, por
palavra e por obras”; ocorre frequentemente em sentido ético acerca das
ações humanas, boas ou ruins (Mt 23.3): “Observai, pois, e praticai tudo o que vos
disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e
não praticam”; (Mt 26.10): “Jesus, porém, conhecendo isso, disse-lhes:
Por que afligis esta mulher? Pois praticou uma boa ação para comigo”; (Jo3.20): Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz
para que as suas obras não sejam reprovadas. (1Ts 1.3): “lembrando-nos, sem
cessar, da obra da vossa fé, do trabalho da caridade e da paciência da
esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai,” (2Ts 1.11):” Pelo que também rogamos
sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra
todo desejo da sua bondade e a obra da fé com poder”; etc
As
obras de Sardes foram reprovadas pelo Senhor, (Tg 3.16): “Porque,
onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa”.
Tens nome de que vives e estás morto...
A
Igreja de Sardes vivia apenas de aparência, pois, aos olhos dos habitantes da
cidade, ela existia e estava presente: “tens nome de que vives”; mas,
aos olhos daquEle que são como chamas de fogo, era uma Igreja morta, sem vida e
sem vigor espiritual “mas, estás morta”. Escrevendo aos romanos, o
apóstolo Paulo disse que o cristão deve considerar-se morto para o pecado e
vivo para Deus (Rm 6.11 - 13): “Assim também vós considerai-vos como mortos para o
pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor. Não reine,
portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas
concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por
instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre
mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça”; mas, em Sardes, estava havendo o inverso:
muitos crentes estavam vivos para o pecado e mortos para Deus;
MORTE
(THANATOS),
é usado nas escrituras para descrever:
a)
A separação da alma, parte espiritual do homem, do corpo, parte material, o último cessar de funções e a volta ao pó.
Jo 11.11-14 - Assim falou e, depois, disse-lhes: Lázaro, o
nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. Disseram, pois, os seus discípulos:
Senhor, se dorme, estará salvo. Mas Jesus dizia isso da sua morte; eles, porém,
cuidavam que falava do repouso do sono. Então, Jesus disse-lhes claramente:
Lázaro está morto,
b)
A separação do homem de Deus. Adão morreu o dia em
que desobedeceu a Deus:
Gn 2.17 - mas da árvore da ciência do bem e do mal,
dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Por
conseguinte, todo gênero humano nasce na mesma condição espiritual:
Rm 5.12 - Pelo que, como por um homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, por isso que todos pecaram. 14
No entanto, a morte reinou desde Adão
até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de
Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. 17 Porque, se, pela ofensa de
um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça
e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. 21 para
que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça
para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Sê vigilante...
(Gregoreõ),
“vigiar” O termo significa “estar atento”, “estar vigilante”. É encontrado em 1Ts 5.6: Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrio; 10: que morreu por nós, para que,
quer vigiemos, quer durmamos,
vivamos juntamente com ele. E em mais 21outros lugares nos quais ocorre no
NT, ex: 1Pe 5.8: Sede
sóbrios, vigiai,
porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão,
buscando a quem possa tragar;
O
significado aqui é a vigilância e a expectativa em contraste com a falta de
firmeza e a indiferença. Todos os crentes viverão juntos com Cristo a partir do
tempo do arrebatamento descrito em 1 Ts 4; todos temos vida espiritual agora,
embora a condição espiritual e a consecução de cada um varie consideravelmente.
Aqueles que são negligentes e falham em estar alertas, sofrerão perda.
Mt 24.36 –
44: Porém
daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas
unicamente meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do
Filho do Homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam,
bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,
e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será
também a vinda do Filho do Homem. Então, estando dois no campo, será levado um,
e deixado o outro; Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada
outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas
considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de
vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso,
estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que
não penseis.
Esta
foi a primeira recomendação do Senhor Jesus àquela Igreja. A vigilância é uma
atitude exigida a todo cristão mas, principalmente, para os crentes sinceros e
fiéis que estavam vivendo entre os mortos. Em outras palavras, o Senhor Jesus
estava dizendo: se não vigiares, poderás morrer também! Assim como a cidade
fora invadida duas vezes por falta de vigilância, o mesmo poderia ocorrer com o
remanescente fiel, caso eles não vigiassem;
1Pe 4.7: E já está próximo o fim de todas as coisas;
portanto, sede sóbrios e vigiai em oração.
Confirma o restante que estava para morrer...
Cristo
ordena livrar “os que estão destinados à morte”. A expressão “confirma” não significa confirma sua
morte, e sim, confirma sua fé. Isto nos ensina que a Igreja não estava morta
por completo, pois sempre houve, e sempre haverá um remanescente fiel. É por
esta razão que o Senhor Jesus diz: “Mas também tens em Sardes algumas
pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco;
porquanto são dignos disso”.
A
expressão “algumas pessoas”, nos mostra que em uma igreja que estava
morta espiritualmente, havia aqueles que não se contaminaram. O Senhor não abre
mão de sua igreja para o mundo, Ele está interessado em preservar a vida
daqueles que zelam pela sua palavra.
O
Senhor está sempre ensinando, exortando, corrigindo sua igreja para encontra-la
irrepreensível naquele Grande Dia. “E hora de confirmar os que ainda respiram”.
Dt 8.5: Confessa, pois, no teu coração que, como um homem
castiga a seu filho, assim te castiga
o Senhor, teu Deus.
2Sm 7.14: Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e,
se vier a transgredir, castigá-lo-ei com
vara de homens e com açoites de filhos de homens.
PV 3.11,12: Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão. Porque
o Senhor repreende aquele a quem ama,
assim como o pai, ao filho a quem quer bem.
Mt 24.13: Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.
1Co 11.31,32: Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não
seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados
com o mundo.
Hb 12.6: porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer
que recebe por filho.
Jd v.3,4: Amados, procurando eu escrever-vos com toda a
diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e
exortar-vos a batalhar pela fé
que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes
estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em
dissolução a graça de Deus e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso,
Jesus Cristo.
Ap 3.11: Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
Ap 22.7: Eis que presto venho. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste
livro.
Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus...
Esta
exortação do Mestre nos ensina que não basta ter obras, serviços prestados e
trabalhar para o Senhor. É preciso que as obras sejam perfeitas. Mas, o que é uma obra
perfeita?
É uma obra feita de
todo coração (Cl 3.23): “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração,
como ao Senhor e não aos homens”, com alegria (Sl 100.2): “Servi
ao Senhor com alegria e apresentai-vos a ele com canto”. e para a glória de Deus (I Co 10.32): “Portai-vos
de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de
Deus”
Na primeira epístola aos coríntios, o apóstolo Paulo enumera seis tipos de
“obras”, a saber: madeira, feno, palha, prata, ouro e pedras preciosas (ICo
3.12). Somente as obras que permanecerem é que serão recompensadas (I Co
3.13-15): “a
obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo
será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que
alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de
alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo
fogo”.
Pelas
obras seremos recompensados
Sl 62.12: A ti também, Senhor, pertence a
misericórdia; pois retribuirás a cada um segundo a sua obra.
Pv 24.12: Se disseres: Eis que o não sabemos;
porventura, aquele que pondera os corações não o considerará? E aquele que
atenta para a tua alma não o saberá? Não pagará ele ao homem conforme a sua
obra?
Jr 17.10: Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu
provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e
segundo o fruto das suas ações.
Ez 18.30: Portanto, eu vos julgarei, a cada um conforme
os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Jeová; vinde e convertei-vos
de todas as vossas transgressões, e a iniquidade não vos servirá de tropeço.
Rm 2.5-8: Mas, segundo a tua dureza e teu coração
impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de
Deus, o qual recompensará cada um segundo as suas obras, a saber: a vida eterna
aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra, e
incorrupção; mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à
verdade e obedientes à iniquidade;
Mt 16.27: Porque o Filho do Homem virá na glória de
seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras.
Ap 22.12: E eis que cedo venho, e o meu galardão está
comigo para dar a cada um segundo a sua obra.
Lembra-se, pois, do que tens recebido e ouvido, e
guarda-o...
A Igreja de Sardes não poderia queixar-se por não
conhecer a doutrina. As palavras do Senhor Jesus são enfáticas: “Lembra-se, pois, do que tens recebido e
ouvido” o que significa dizer que os cristãos já haviam recebido o
genuíno Evangelho. A Bíblia nos exorta a lembrar das palavras que foram ditas
pelos profetas (Jd 1.17):
“Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos
apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo”, e das palavras do
Senhor (Lc 24.6,8; Jo 15.20): “Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos
como vos falou, estando ainda na Galiléia”, “E lembraram-se das suas palavras”,”
Lembrai-vos
da palavra que vos disse: não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me
perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardarem a minha palavra, também
guardarão a vossa”. inclusive,
uma das atribuições do Espírito Santo é lembrar as palavras do Senhor (Jo
14.26): “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu
nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho
dito”. Este lembrar implica que
os cristãos deveriam também, guardar, ou seja, cumprir, obedecer;
E arrepende-te...
ARREPENDIMENTO
(METANOENÕ), literalmente,”
perceber depois” (formado de meta, “depois”, implicando “mudança”, e noeõ, “perceber”; cognato de nous, “mente, o lugar de reflexão moral”), por
conseguinte, significa “mudar de mente ou propósito”, sempre envolve no
Novo Testamento uma mudança para o melhor. A palavra é encontrada nos
Evangelhos Sinóticos (em Lucas nove vezes), em Atos, cinco vezes, em
Apocalipse, doze vezes, sendo oito nas mensagens às igrejas (Ap 2.5; 2.16; 2.21
3.3,19), as únicas igrejas nesses capítulos que não contém exortação ao
arrependimento são as que estão em Esmirna e Filadelfia. É importantíssimo observar essa significação.
Pois o arrependimento consiste de uma radical transformação de pensamento,
atitude e direção. O arrependimento consiste de um abandono ao pecado e de um
voltar-se para Deus e seu serviço. O arrependimento consiste de uma revolução
naquilo que mais é determinativo na personalidade humana, sendo o reflexo, na
consciência, de radical mudança operada pelo Espirito Santo por ocasião da
regeneração.
Arrepender-se significa sentir tristeza por haver
violado as leis divinas e ter o desejo de voltar-se a Deus, implorando o perdão
e o favor divino. Deus exige arrependimento não apenas dos pecadores (Mt 3.11;
4.17; Mc 1.15; 2.17; Lc 3.3,8; At 3.19; 17.30), mas também daqueles cristãos
que não andam em sinceridade (Ap 2.5; 2.16; 21,22; 3.3,19). O Senhor Jesus
esperava que ao receberem aquela carta, os cristãos se arrependessem dos seus
pecados para receberem a vida (At 11.18);
E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão,
e não saberás a que hora sobre ti virei...
A cidade de Sardes fora invadida e dominada duas
vezes porque se sentia muito segura, e não vigiou. Jesus alerta a Igreja que,
se ela não vigiar e não acordar, ele virá a ela como o ladrão de noite,
inesperadamente. Em seu sermão profético, o Senhor Jesus ensinou sobre a
vigilância, comparando a Sua vinda como a ação de um ladrão, ou seja, em
momento inesperado (Mt 24.43,44): “Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a
que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse
arrombada a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do
Homem há de vir à hora em que não penseis”. Os
apóstolos também falaram acerca de Sua vinda “como um ladrão” (I Ts 5.2,4): “porque
vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite.
Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda
como um ladrão”; (II Pe 3.10): “Mas o
Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande
estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela
há se queimarão”. Porém, quando Jesus disse a Igreja de Sardes que
“viria como um ladrão” não estava se referindo a Sua Segunda Vinda, e sim, a um
juízo iminente, ou seja, que poderia ocorrer a qualquer momento;
O que vencer será vestido de vestes brancas...
Nas
páginas da Bíblia Sagrada, vestes brancas falam de pureza e santidade. Elas
aparecem diversas vezes no livro do Apocalipse (Ap 3.5,18): “O
que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu
nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos
seus anjos”,” aconselho-te que de mim compres ouro provado no
fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não
apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que
vejas”;
(Ap 4.4):
“E ao
redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos
vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre a cabeça
coroas de ouro”;
(Ap 6.11):
“E a
cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem
ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus
conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram”;
(Ap 7.9,13):
“Depois
destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de
todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e
perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos”, ” E um
dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem
são e de onde vieram?”
(Ap 19.14):
“E
seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho
fino, branco e puro”. Mas, quando Jesus se refere a uma promessa aos
vencedores, esse “andar” é
escatológico, ou seja, futuro, e significa que os vencedores poderão estar na companhia
de Cristo por toda eternidade;
De maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da
vida
Nenhum
outro livro recebe tanta importância nas Sagradas Escrituras do que o livro da
vida. Ele é mencionado em (Êx 32.33): “Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar
contra mim, a este riscarei eu do meu livro”; (Sl
69.28): “Sejam riscados do livro da vida e não sejam inscritos com os justos”; (Dn
12.1): E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta
pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve,
desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu
povo, todo aquele que se achar escrito no livro”; (Lc
10.20): “Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos,
antes, por estar o vosso nome escrito nos céus”; (Fl
4.3): “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas
mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros
cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida”.
Quando Jesus diz que jamais riscará o nome dos vencedores do livro da vida não
está se referindo a uma predestinação fatalista, em que alguns cristãos afirmam
“uma vez salvo, salvo para sempre”; mas, pelo contrário, uma predestinação
condicional, uma promessa para aqueles que vencerem; e vencer, significa:
perseverar até o fim (Mt 10.22; 24.13; Mc 13.13);
E confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante
dos seus anjos...
Esta
promessa nos faz lembrar o que disse Jesus a seus discípulos: “Portanto,
qualquer que me confessar diante dos homens eu o confessarei diante de meu Pai,
que está nos céus” (Mt 10.32). A expressão “confessar”, neste texto significa: “testificar que pertence a Mim”,
ou seja, aqueles que confessam a Cristo, e não se envergonham do Seu nome, além
de terem os seus nomes confirmados no livro da vida, serão, no futuro,
confessados por Cristo diante do Pai e dos seus anjos.
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a
Igreja de Sardes tinha o nome de quem estava viva, mas estava morta; em vez de
influenciar a cidade, foi influenciada. Por esta razão, o Senhor Jesus
apresenta-se como Aquele que tem os sete Espíritos de Deus, ou seja, o Espírito
do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e
de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor. Mas, para que a
mesma viesse a ser restaurada era preciso ser vigilante, lembrar-se do que
tinha recebido e ouvido e arrepender-se dos seus pecados. No entanto, nem todos
estavam corrompidos. Havia ali também cristãos sinceros que não contaminaram
suas vestes. Por isso, o Senhor Jesus lhes diz que estes andariam com Ele; e,
aos vencedores, Ele prometeu que estes seriam vestidos de vestes brancas, não
teriam seus nomes riscados do livro da vida; e que Ele o confessaria o seu nome
diante de Seu Pai e diante dos Seus anjos.
REFERÊNCIAS
• BÍBLIA de Estudo
Aplicação Pessoal. CPAD.
• STAMPS, Donald C. BÍBLIA
de Estudo Pentecostal. CPAD.
• ANDRADE, Claudionor
de. Os Sete castiçais de ouro. CPAD.
• __________, Dicionário
Teológico. CPAD.
• LOPES, Hernandes Dias.
Estudos no livro de Apocalipse. Hagnos.
• SILVA, Severino Pedro
da. Apocalipse, versículo por versículo. CPAD.
• J. D. DOUGLAS, O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA
• W. E. VINE, Dicionário Vine. CPAD
• ORLANDO BOYER, Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD
• Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE - Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
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