INTRODUÇÃO
A
lição deste primeiro trimestre de 2016 tem como título: “O
Final de Todas as Coisas – Esperança e glória para os salvos”,
onde teremos a oportunidade de estudar treze lições baseadas em uma das
disciplinas da Teologia Sistemática – a Escatologia. Nesta primeira lição,
introduziremos o assunto trazendo importantes informações sobre a Escatologia,
tais como: definição, conteúdo, propósito; importância; quais povos são
contemplados com a doutrina das últimas coisas; qual o método de interpretação
mais fiel as Escrituras; quais aplicações práticas que temos com a Escatologia;
e, por fim, veremos um resumo dos eventos escatológicos que estaremos estudando
pormenorizadamente.
I
– SOBRE A ESCATOLOGIA
Definição.
Escatologia é a área da teologia sistemática que trata das
últimas coisas. “O termo deriva de uma combinação das palavras gregas “eschatos”,
que significa: “último; fim”, e “logos”,
que significa: “palavra” (o sufixo português “logia” significa “estudo, ciência
ou doutrina”). A escatologia lida com realidades extremamente pessoais, como a
morte, a condição imediatamente posterior ao arrebatamento e a glorificação.
Ela também aborda, contudo, questões mais cósmicas e gerais, como a segunda
vinda de Cristo, o Milênio, o Juízo Final, recompensas e castigos eternos,
novos céus e nova terra. A escatologia é tanto pessoal como universal, tanto
individual quanto cósmica”.
Conteúdo.
A
escatologia é essencialmente profética, ou seja, trata exclusivamente de
predizer eventos futuros que já se cumpriram, estão se cumprindo ou irão se
cumprir (Ap 1.19). “Cerca de vinte e cinco por cento da revelação divina têm natureza
preditiva. Esse fato demonstra a importância do assunto. As teologiasmais
antigas negligenciavam o assunto; mas, nos tempos modernos, à medida que os
eventos se aproximam, se desperta um interesse cada vez maior sobre a questão”.
Propósito.
A
Escatologia tem o propósito de revelar a soberania de Deus na história e sua
presciência acerca dos
eventos
que estão porvir. “Na esfera da profecia, a capacidade divina é claramente
vista como alguma coisa que transcende as limitações humanas. Deus parece ter
prazer em seu poder de predizer o futuro; ao menos, esse poder é evidentemente usado,
a fim de despertar a mente humana para as maravilhas do seu Ser. A parte da
revelação divina, o homem nada sabe do que vai acontecer. Para Deus, o fim é
conhecido desde o princípio”.
Importância.
Sem
sombra de dúvida a importância da Escatologia se dá pelo fato de mostrar o que
acontecerá no futuro com a humanidade. O homem é por natureza curioso com o
porvir, podemos observar isso estampado na pergunta dos apóstolos, feita ao
Senhor Jesus Cristo: “Dize-nos, quando serão
essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt
24.3). A mesma ansiedade também tinha os crentes de Tessalônica (I Ts 4.1-10).
A Bíblia é o único livro que satisfaz plenamente os anseios do homem em todos
os aspectos, até quanto ao que virá a acontecer no futuro.
II
– O ALCANCE DA ESCATOLOGIA BÍBLICA
“A
Escatologia Bíblica está relacionada com os três grupos de povos em que Deus
mesmo divide a raça humana. Os povos da terra considerados sob o ponto de vista
humano estão divididos nos mais diversos grupos étnicos, mas Deus, considerando
a humanidade sob o ponto de vista divino, divide-a em três segmentos que são: Os
judeus (Israel), os gentios, e a Igreja de Deus (1
Co 10.32):
(a)
A Igreja. Para com a Igreja, a descida do Senhor aos ares para
ressuscitar os que dormem e transformar os crentes vivos é apresentada como constante
expectação e esperança (1 Co 15.51,52; F1 3.20; 1 Ts 4.14-17; 1 Tm 6.14; Tt
2,13; Ap 22.20);
(b)
Os judeus (Israel). Para o povo escolhido, a vinda do
Senhor é predicada para cumprir as profecias que dizem respeito ao seu
ressurgimento nacional, a sua conversão, e estabelecimento em paz e poder
sob
o Pacto Davídico (Am 9.11,12; At 15.14-17); e,
(c)
Os gentios. A Bíblia nos mostra que para os gentios,
isto é, as nações em geral, Jesus virá como o Rei dos reis e
Senhor dos senhores, e Juiz, para julgá-las, e, após isso, reinar sobre elas com
justiça (Sl 2.6-10; 96.13)”.
III
– INTERPRETANDO A ESCATOLOGIA
A
forma mais coerente de interpretação da Escatologia é a forma literal. O
literalismo “é a interpretação bíblica que leva em conta o que, realmente, está
escrito, sem quaisquer subterfúgios alegóricos. É a abordagem do texto em sua
forma mais óbvia e concreta”. Esta forma de interpretação das Escrituras
Sagradas são mais aceitas no meio cristão, por vários motivos, eis alguns:
(a)
Este sistema de interpretação é a maneira aceita em todas as
línguas, povos e nações;
(b)
As Escrituras Sagradas só fazem sentido se interpretadas de
forma literal;
(c)
Esta forma de interpretação respeita as parábolas, sonhos e
simbologia – bem presente nos livros de Daniel, Ezequiel e principalmente, no
Apocalipse;
(d)
No sentido literal de interpretação é possível fazer
comparações com outros textos das Santas Escrituras;
(e)
Esta forma de interpretação considera todo o contexto e não
só uma parte do texto isolado das demais; (f) O
Senhor Jesus, os profetas e apóstolos, utilizaram esta forma de interpretação
das Escrituras.
IV
– A IMPORTÂNCIA PRÁTICA DA ESCATOLOGIA
Esperança.
Nada
proporciona mais consolo a alma do fiel que saber que um dia Deus “aniquilará
a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor DEUS as lágrimas de todos os
rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra [...]” (Is
25.8). Confira ainda (Ap 21.4). “Na natureza da fé cristã, uma firme esperança
quanto à escatologia é essencial. Um cristianismo sem futuro não seria
autêntico. Em contraste, entretanto, com a escatologia das religiões pagãs, que
pintam um quadro sombrio do futuro, a esperança do cristianismo é límpida e
brilhante, e oferece ao cristão a verdade fundamental de que, para ele, a
próxima vida é melhor que a presente (Rm 12.12; 15.4; II Co 1.7; Cl 1.5; Tt
2.13)”.
Vigilância
e santidade.
A
Escatologia exorta-nos a vigilância e a santificação. “O verbo vigiar significa
ficar acordado, alerta, dar total atenção, para evitar que por negligência ou
indolência algumas calamidades destrutivas atinjam a vida de alguém (Mt 24.42;
25.13; Ap 16.15), ou ainda para evitar que alguém negue ou abandone a Cristo
(Mt 26.41) ou caia em pecado (1 Ts 5.6; 1 Co 16.13; 1 Pe 5.8; Ap 3.2)”. De
igual forma a santificação é condições indispensável para estarmos aptos à
entrada nos céus (Mt 5.8; Mc 13.33,35; Lc 21.36; Hb 12.14; I Jo 3.2). A
santificação é um ato divino, que também inclui a participação humana (Jo
17.19; Ap 22.11).
Serviço
e recompensa.
O
NT promete que os crentes fiéis receberão galardão em reconhecimento dos seus
serviços em prol do Reino de Deus. Biblicamente esse evento é denominado de
Tribunal de Cristo. A certeza dessa volta iminente e da recompensa pelos nossos
serviços nos impele a trabalhar com afinco e incansavelmente na obra do Senhor
(Rm 14.10; I Co 15.58; II Co 5.10; Hb 6.10,11).
V
– QUAIS OS TEMAS ESTUDADOS NA ESCATOLOGIA
Em
que ordem às últimas coisas devem acontecer? Apresentamos abaixo uma sequencia
geral acompanhada de passagens bíblicas, para que, estudando-as, tenhamos em
mente todo o cenário escatológico. Seria muito útil ao estudioso dessas
doutrinas, examinar com cuidado, em meditação, cada referência mencionada na
relação abaixo:
CONCLUSÃO
Deus,
em seu infinito conhecimento, deixou-nos em Sua Palavra o registro dos
acontecimentos futuros a fim de que entendamos que Ele é soberano sobre a
história e que, no tempo certo, tudo convergirá para que o seu eterno propósito
seja estabelecido por meio de Jesus Cristo, Seu Filho. Tal esperança nos trás
consolo de que um dia o mal terá seu fim, e o bem será estabelecido para
sempre. Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!
REFERÊNCIAS
· ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico.
CPAD.
· GILBERTO, et al. Teologia
Sistemática Pentecostal. CPAD.
· CHAFER, Lewis Sperry. Teologia
Sistemática. CPAD.
· CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
· LAHAYE, Tim. Enciclopédia
Profecia Bíblica. CPAD.
· WALWOORD, John F. Todas
as profecias da Bíblia. VIDA.
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