Ao
contrário do que muita gente pensa, a vida não termina na sepultura. Pelo
contrário, após a morte, todos os seres
humanos vão para o Estado Intermediário aguardar a ressurreição, para serem
conduzidos ao seu destino eterno. Nesta lição, veremos o sentido do termo
Estado Intermediário; explicaremos a condição dos justos e dos ímpios após a morte
física; destacaremos algumas heresias sobre o Estado Intermediário; e,
finalmente, estudaremos a doutrina da ressurreição dos mortos e o destino final
dos justos e dos ímpios.
O QUE É O ESTADO INTERMEDIÁRIO
O
Estado Intermediário é a situação em que se encontram todos os mortos, quer
tenham morrido salvos, ou não. Dá-se o nome de "intermediário" porque
as almas nesse estado aguardam o dia em que ressuscitarão, para a vida eterna
ou para a perdição eterna (Dn 12.2; Jo 5.28,29). Noutras palavras, é o estado
das pessoas entre a morte física e a ressurreição. “A história do rico e Lázaro
dá-nos um panorama bastante claro desse Estado (Lc 16.19-31). Para os que
dormiram em Cristo, o período intermediário há de terminar com o Arrebatamento
da Igreja (1Ts 4.13-17). Já para os que morreram em seus pecados, há de
perdurar até a última ressurreição, quando eles serão submetidos ao Juízo Final
(Ap 20.11-15)”.
Antes
da morte de Cristo.
De
acordo com Lc 16.19-31, o Sheol (hebraico)
ou Hades (grego)
dividia-se em três partes distintas. A primeira parte é o lugar dos justos,
chamada “seio de Abraão” ou “lugar de consolo” (Lc 16.22,25; 23.43). A segunda
é a parte dos ímpios, denominada “lugar de tormento” (Lc 16.23). A terceira
fica entre a dos justos e a dos ímpios, e é identificada como “lugar de trevas”
ou “abismo” (Lc 16.26; 2Pe 2.4; Jd v.6). Portanto, antes da morte de Jesus,
todos os mortos eram conduzidos ao Sheol, mas ficavam em lugares opostos e em
situações distintas.
Depois
da morte de Cristo.
“Jesus,
antes de morrer por nós, prometeu aos seus que as portas do inferno (hades)
não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18). Isto mostra que os fiéis de Deus,
a partir dos dias de Jesus, não mais desceriam ao hades.
Esta mudança ocorreu entre a morte e ressurreição do Senhor, pois Ele disse ao
ladrão arrependido: ‘Hoje estarás comigo no
paraíso’ (Lc 23.43). Paulo diz a respeito do assunto: ‘Quando
ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens’ (Ef
4.8,9). Entende-se, pois, que Jesus, ao ressuscitar, levou para o Céu os crentes
do Antigo Testamento que estavam no "Seio de Abraão", conforme
prometera em Mateus 16.18”. Mas, os ímpios continuam indo para o lugar de
tormentos. De acordo com o texto de Lc 16.19-31, tanto justos como ímpios estão
vivos, acordados, conscientes e tem lembrança da vida na terra. Porém, existem
algumas diferenças entre ambos. Vejamos:
HERESIAS
ACERCA DO ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS
Purgatório.
“A
Igreja Católica Romana ensina que mesmo os mais fiéis precisam dum processo de
purificação antes de se tornarem aptos para entrar na presença de Deus.
Todavia, não existem nas Escrituras evidências para tal doutrina, e existem
muitas evidências contrárias a ela. O Novo Testamento reconhece apenas duas
classes de pessoas: as salvas e as não-salvas. O destino de cada classe
determina-se na vida presente (Mt 7.13,14; Hb 9.27)”.
Sono
da alma.
“Certos
grupos, como os Adventistas do Sétimo Dia, crêem que a alma permanecerá num
estado inconsciente e/ou dormindo até à ressurreição. Essa crença, conhecida
como “sono da alma”, é também adotada por indivíduos em outros grupos
religiosos. É fato que a Bíblia denomina de maneira
metafórica a morte física como um sono (1Co 15.51;
1Ts 4.13). No entanto, ela também nos ensina que, quem “dorme” é o corpo, e não
a alma e o espírito (Lc 16.20-25; Ap 6.9-11). Logo, embora o corpo entre na
sepultura, o espírito e a alma que se separou do corpo entra no Sheol, onde
vive em estado completamente consciente (Is 14.9-11; Sl 16.10; Lc 16.23; 23.43;
2Co 5.8; Fp 1.23; Ap 6.9)”.
Reencarnação.
“Os
espíritas e os adeptos de diversas religiões orientais (Hinduismo, Budismo,
etc) pregam que existem oito esferas pelas quais os espíritos devem passar para
se purificarem. Ensinam a reencarnação dos mortos, que recebem
outra identidade, podendo reencarnar como seres humanos, animais, plantas ou
como um deus. Mas, a Bíblia condena essa crença herética (Jo 5.24; Hb 9.27).
Ensinam também os espíritas, que os mortos comunicam-se com os vivos, através
de ‘médiuns’. Mas, Deus proíbe tal prática (Lv 19.31; 20.6,7; Dt 18.9-12; Is
8.19-22). Na parábola do rico e Lázaro, vemos que não é permitida a comunicação
dos vivos com os mortos (Lc 16.27-30)”.
Aniquilacionismo.
“Sustenta
esta doutrina estarem todas as almas sujeitas à extinção ou aniquilação após a
morte física. As Escrituras são claras sobre o fato de que tanto os ímpios como
os justos viverão para sempre, e que no caso dos ímpios sua existência será de
sofrimento e castigo consciente (Ec 12,7; Mt 25.46; Rm 2.8-10; Ap 14.11;
20.10,12-15)”.
Universalismo.
Doutrina
divorciada das Escrituras, segundo a qual, no final dos tempos Deus,
reconciliará todos os seres humanos e até os anjos caídos a si mesmo,
independentemente das obras e dos méritos de cada um, ou seja, é a ideia de que
ninquém será condenado, mas todos serão salvos, inclusive o Diabo e seus anjos
caídos.
A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
A
palavra ressuscitar significa “levantar”, “voltar à vida”. Assim como a morte
física é a separação da alma e
espírito
do corpo (Tg 2.26), a ressurreição é a reunião da alma e espírito ao corpo (Lc
8.55). Todos que morrem, justos e injustos, hão de ressuscitar, sendo que, em
ocasiões distintas e para destinos diferentes.
A
Primeira Ressurreição.
“É a ressurreição dos salvos. A Bíblia
diz que é bem aventurado aquele que tem parte na primeira ressurreição (Ap
20.6). Esta é a ressurreição ‘para a vida eterna’ (Dn 12.2) e dos que fizerem o
bem para a ‘ressurreição da vida’ (Jo 5.29)”. Ela ocorre em três fases
distintas, a saber:
(a)
Primeira fase. Já ocorreu. Trata-se da ressurreição de
Cristo (Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-18) e de um grupo de santos
que ressuscitaram com Ele (Mt 27.52,53);
(b)
Segunda fase. Ocorrerá no futuro, por ocasião do arrebatamento da
Igreja, onde os santos do AT e NT hão de ressuscitar (1Co 15.23,24,51-53; 1Ts
4.16,17); e, (c) Terceira fase.
Diz respeito a ressurreição as duas Testemunhas, durante a Grande Tribulação
(Ap 11.11,12); aos mártires, no final da Grande tribulação (Ap 14.13-16; 15.2;
20.4) e também aos justos que hão de morrer durante o Milênio (Ap 20.12).
A
Segunda Ressurreição.
Abrangerá os ímpios, de todas as
épocas. Ocorrerá após o Milênio, por ocasião do Juízo Final (Ap 20.5,11-15). “No
Apocalipse, fica claro que haverá uma segunda ressurreição, que será para
aqueles que passarão pela ‘segunda morte’, ou seja, os ‘perdidos’ ou ‘ímpios’
(Ap 20.6). O salvo só morre uma vez. Mas, o ímpio morre duas vezes: a morte
física e a espiritual” (LIMA, 2016, p.151).
O ESTADO FINAL DOS JUSTOS E ÍMPIOS
O
Destino final dos justos.
Por
ocasião do Arrebatamento da Igreja, os justos que já morreram hão de
ressuscitar, e se unirão aos vivos, que serão arrebatados (1Co 15.51-53; 1Ts
4.13-18). Eles serão conduzidos ao céu, onde participarão do Tribunal de Cristo
(Rm 10.14; 2Co 5.10; Ap 22.12) e da celebração das Bodas do Cordeiro (Ap
19.7-9). Depois, voltarão com Jesus à Terra, para participarem do Milênio (Ap
19.11-14; 20.1-6). Após o Milênio, habitarão na Nova Jerusalém (Ap 21,22), onde
estarão, por toda eternidade, na presença do Deus Trino (Jo 14.1-3; 2Co 5.8; Fp
1.23; Ap 21.3); e estarão livres de todo sofrimento, pois, ali não haverá mais
morte, nem clamor, nem dor (Ap 21.4); nem coisa alguma que contamine (Ap
21.8,27; 22.15).
O
destino final dos ímpios.
“O
destino dos ímpios é estar eternamente separados de Deus e sofrer eternamente o
castigo que se chama a segunda morte (Sl 9.17; Ap 2.11). Devido à sua natureza
terrível, é um assunto diante do qual se costuma recuar; entretanto, é
necessário tomar conhecimento dele, pois é uma das grandes verdades da divina
revelação. O inferno é um lugar de: extremo sofrimento (Ap 20.10), onde é
lembrado e sentido o remorso (Lc 16.19-31), inquietação (Lc 16.24), vergonha e
desprezo (Dn 12.2), vil companhia (Ap 21.8) e desespero (Pv 11.7; Mt 25.41). O
sofrimento será terrível (Mt 13.42,50; Mc 9.47,48; 25.30) e também eterno (Dn
12.2; Mt 7.13; 25.46).
CONCLUSÃO
Após
a morte física, as almas dos homens vão para o Estado Intermediário, que já é
um lugar de gozo para os salvos,
e de tormentos para os pecadores. Os ímpios são conduzidos ao Hades, e, os
justos ao Paraíso, onde aguardam a ressurreição. Após a ressurreição e o
julgamento do Trono Branco, os ímpios serão lançados no lago de fogo. E os
justos, depois de haverem ressuscitado, desfrutarão de uma eternidade feliz com
Cristo.
REFERÊNCIAS
· GILBERTO, Antônio. O
Calendário da Profecia. CPAD.
· LAHAYE, Tim. Enciclopédia
Popular de profecia Bíblica. CPAD.
· PEARLMAN, Myer. Conhecendo
as Doutrinas da Bíblia. VIDA.
· PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
· RENOVATO, Elinaldo. O
Final de Todas as Coisas. CPAD.
· STAMPS, Donald. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
· ZIBORDI, Siro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.