INTRODUÇÃO
A
lição do último trimestre de 2015 tem como título: O
Começo de Todas as Coisas – Estudos sobre o livro de Gênesis,
onde teremos a oportunidade de estudar treze lições baseadas no Gênesis – o
primeiro livro da Bíblia. Nesta primeira lição, destacaremos informações
importantes acerca deste livro, tais como: nome, autoria, data, estrutura, propósito,
dentre outras coisas; veremos ainda qual a sua importância do ponto de vista:
teológico, literário e histórico; e,por fim, pontuaremos a perfeita harmonia
dos seus assuntos com o último livro da Bíblia – o Apocalipse.
I
– INFORMAÇÕES SOBRE O LIVRO DO GÊNESIS
Nome.
“No
AT, a primeira palavra do texto, “bereshit”,
“no princípio”,
serve de título para o livro de Gênesis. Tomara primeira frase ou palavra de
uma obra literária para denominá-la era prática comum no antigo Oriente
Próximo. A tradução grega chamada Septuaginta (Tradução do Antigo Testamento
para o grego) igualou este termo de abertura com a palavra “gênesis”,
que significa “origem ou fonte”.
A palavra grega permaneceu em nossas versões bíblicas, porque descreve
notavelmente bem o conteúdo do livro. É o livro dos começos: o começo do
universo, do homem, do pecado, da salvação, da nação hebraica, da aliança com
os homens”.
Autoria.
“O
AT afirma que o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia) é de autoria de
Moisés, o grande libertador no Êxodo que comunicou aos israelitas a revelação
de Deus concernente a si mesmo e aos propósitos para o povo recentemente
resgatado (Êx 17.14; 24.4; Nm 33.1,2; Dt 31.9; Js 1.8; 2 Rs 21.8). Embora não
haja dúvida de que houvera uma tradição oral (e talvez escrita) contínua acerca
das suas origens, história e propósito, foi Moisés que reuniu estas tradições e
as integrou ao corpo conhecido por Torá, desta forma surgindo uma síntese
abrangente e oficial”. Sobre a autoria mosaica podemos acrescentar ainda que os
escritores do NT estão de pleno acordo com os do AT. Falam dos cinco livros em
geral como “a lei de Moisés” (At
13.39; 15.5; Hb 10.28). Para eles, “ler Moisés” equivale
a ler o Pentateuco (II Co 3.15). Finalmente, as palavras do próprio Jesus dão
testemunho de que Moisés é o autor (Jo 5.46; Mt 8.4; 19.8; Mc 7.10; Lc 16.31;
24.27,44).
Data
e Estrutura.
O
livro do Gênesis foi escrito provavelmente por volta de 1445-1405 a.C. Ele se
divide em duas partes: a primeira, do capítulo 1 ao 11, conta como Deus criou
tudo o que existe, incluindo a raça humana. Encontram-se aqui as histórias de
Adão e Eva, Caim e Abel, Noé e o dilúvio e a torre de Babel. A segunda parte,
do capítulo 12 ao 50, conta a história dos patriarcas hebreus: Abraão, Isaque,
Jacó e seus doze filhos que foram o começo das doze tribos de Israel. E o livro
termina com a história de José, um dos filhos de Jacó, que fez com que os seus
irmãos e o seu pai fossem morar no Egito.
Assunto.
“O
assunto geral é “o princípio de todas as
coisas”. Porém à luz do tema da Bíblia toda, seu tema é: “Deus
começa a redenção escolhendo um povo”. O livro do Gênesis
abrange uma época muito longa; desde as primeiras origens das coisas até ao estabelecimento
de Israel no Egito. O esquema do livro é o seguinte:
ü
a criação (1-2);
ü
a queda e suas consequências (3-4);
ü
o dilúvio (5-9);
ü
a dispersão das nações (10-11); e,
ü
história patriarcal (12-50).
Propósitos.
“O livro do Gênesis é a introdução à Bíblia toda. É o livro
dos princípios, pois narra os começos da criação, do homem, do pecado, da
redenção e da raça eleita. Tem sido chamado de “viveiro
ou sementeiro da Bíblia” porque nele estão as sementes de todas as
grandes doutrinas. Conquanto o Gênesis esteja estreitamente ligado aos demais livros
do Antigo Testamento, relaciona-se mais ainda, em certo sentido, com o Novo
Testamento. Alguns temas do Gênesis mal voltam a aparecer até que sejam
tratados e interpretados no Novo Testamento. Incluem-se aí a queda do homem, a
instituição do casamento, o juízo do dilúvio, a justiça que Deus imputa ao
crente, o contraste entre o filho da promessa e o filho da carne, e o povo de
Deus como estrangeiros e peregrinos”.
Cristologia
em Gênesis.
Esse
livro dos princípios também anuncia a vinda de Cristo. Mesmo veladas a mente
secular, essas referências sutis alertam os crentes para aquele que cumprirá a
promessa final. Essas referências cristológicas aparecem na forma de profecias
ou de tipos velados, tais como:
ü
A semente da mulher (Gn 3.15).
Um Filho de Eva (ou Maria) viria fatalmente ferir e ser temporariamente ferido
pela “serpente” ou Satanás (Gl 4.4);
ü
A semente de Abraão (Gn 12.3).
Um descendente de Abraão viria abençoar todas as nações com a oferta da
justificação pela fé (At 3.25; Gl 3.7-9); e,
ü
O descendente de Judá (Gn 49.9,10).
Um “Leão” da tribo de Judá seria levantado como o Soberano do mundo (Gn
49.9-10; Ap 5.5).
II
– A IMPORTÂNCIA DO LIVRO DO GÊNESIS
Do ponto de vista Teológico.
“O livro de Gênesis contém grande
teologia e deve ser considerado o “começo de toda teologia”.
Os principais conceitos de Deus como um ser supremo, onipotente e extremamente
sábio são introduzidos neste livro. Gênesis oferece também um tratamento
teológico às questões da origem do mundo, do homem, do pecado, e aos problemas
da queda do homem do estado de graça, do plano de redenção, do julgamento e da
providência divina. O livro narra como um remanescente da raça humana foi
providencialmente poupado e preparado de maneira tal para permitir o
crescimento do plano de redenção, sob a direção do Pai, para toda a humanidade”.
Abaixo destacaremos algumas doutrinas que podemos encontrar neste livro:
Do
ponto de vista Literário.
“O
livro de Gênesis é considerado uma das grandes obras literárias de todas as
épocas. Seu autor descreve de maneira vigorosa as atividades de Deus como guia
da criação e da história. As histórias individuais, verdadeiras obras-primas de
narrativas interessantes e intensas, são entrelaçados inteligentemente, não
prejudicando assim a unidade do tema. O livro segue um plano lógico e em geral
evita detalhes desnecessários. Seus personagens são apresentadas não como
figuras mitológicas, mas como seres humanos reais, passíveis de faltas e de
virtudes. Quem escreveu Gênesis observou a vida de duas perspectivas: exterior
e interior. Do lado exterior considerou as coisas materiais; do lado interior
considerou os desejos, as ambições, as alegrias, as tristezas, o amor e o ódio”.
Do
ponto de vista Histórico.
A
história jamais poderá ter sentido no seu meio e fim senão tiver um começo, uma
gênese. Partindo dessa premissa podemos calcular a importância do livro do
Gênesis para compreensão de toda a Bíblia. Negar a literalidade e a
historicidade do que está escrito neste livro, desencadeará na completa
demolição de todo o
restante
das Escrituras. Disse certo teólogo: “A maneira mais rápida de demolir um
edifício é atingir sua fundação. Se esta pode ser destruída a estrutura cairá.
Não é surpreendente que alguns dos ataques mais acirrados que a Bíblia já,
sofreu tenham sido contra os seus primeiros capítulos. Se alguém pode ser
persuadido a tirar páginas da Bíblia, pode-se dizer que, não demorará muito, o
mesmo sucederá em relação as últimas”. As referências no NT aos personagens e
eventos do Gênesis autenticam a sua veracidade. Por exemplo: Adão foi uma
pessoa real (Gn 1.26; Mc 10.6; At 17.26; Rm 5.12); como também: Enoque (Jd
1.14); e, Noé (Mt 24.37; Hb 11.7; I Pe 3.20). O dilúvio e a destruição de Sodoma
e Gomorra também são fatos confirmados (Mt 24.38,38; II Pe 2.5; 3.6; Lc 17.28;
II Pe 2.8).
III
– A PERFEITA HARMONIA ENTRE O LIVRO DE GÊNESIS E O DE APOCALIPSE
No
livro do Gênesis (o primeiro livro da Bíblia) encontramos o início de muitos
assuntos e no livro do Apocalipse (o último livro da Bíblia), em particular,
narra o cumprimento destes. Abaixo destacaremos alguns destes assuntos:
CONCLUSÃO
O
Senhor Deus, em sua excelente e inescrutável sabedoria, nos forneceu através de
Moisés, o registro do início de todas as coisas a fim de nos revelar que Ele é
o Criador e que tudo o que foi feito, se constitui numa amostra da Sua grande
bondade e incompreensível amor.
REFERÊNCIAS
· CHAMPLIN,
R. N. O Antigo Testamento Interpretado –
Gênesis a Números. HAGNOS.
· HALLEY,
Henry H. Manual Bíblico.
VIDA NOVA.
· HOFF,
Paul. O Pentateuco. VIDA.
· ZUCK,
Roy B. Teologia do Novo Testamento.
CPAD.